5. A Família de Mike

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Durante a reunião pude conversar bastante com Sandy. Descobri também que moramos na mesma rua. Só não somos da mesma escola, por mais que essas fossem coisas muito difíceis de lembrar. No final da reunião, Killer veio conversar com nós três em particular. Como já estávamos sabendo, a presença de Sandy conosco seria de total importância. Mas até aquela hora, nem eu nem Jonny sabíamos o porquê.

- Então meninos, acho que vocês já poderam conhecer um pouco a Sandy. Para o grupo de vocês, era preciso alguém que conseguisse se concentrar em fazer várias coisas ao mesmo tempo. Não que vocês sejam incapacitados de fazer algo do tipo, mas as mulheres têm melhor cordenação motora para isso. Sandy é abilidosa com isso, e Mike, você sabe disso. Quando chegar a hora certa vai perceber o porque dela estar com vocês. Agora aqui estão as chaves do quarto de vocês... - disse enquanto procura no bolso, até que encontrou -  Vocês são do azul 67... Aqui estão. Aproveitem para apresentar toda a estação para a Sandy. Boa sorte meninos, nos vemos amanhã! - disse Killer.

Saindo da sala de reuniões, introduzi para Sandy o corredor principal, por onde ela teria acesso a todos os lugares da estação. Mostrei também o refeitório, os banheiros maiores, áreas de treinamento... Até que por fim, fomos conhecer nosso quarto. Ele ficava em uma área mais isolada, mas isso era bom, pois os quartos que eram mais longes eram os maiores.

- Quarto azul 67... vamos ver se vai abrir... - disse eu, colocando uma espécie de chave que Killer me deu, que não era bem uma chave, estava mais para um cartão.

- Espero que estejamos no quarto certo... - retrucou Sandy sorrindo para mim.

- Espero mesmo. Da última vez que entrei em um quarto errado, meus pais estavam nele, e sabe... Nove meses depois meu irmão nasceu - contou Jonny.
 
- Bem trágico - disse Sandy, a gargalhadas.

Assumo que também ri bastante com o comentário de Jon, mas aquela hora já conseguira abrir a porta, e tivemos uma grande surpresa. Aquilo parecia um apartamento, tinha mais de um quarto, mais especificamente, dois, um para Sandy e outro para que eu e Jonny podessemos dividir. Nas portas diziam:

"Quarto para Sandy"

"Quarto para Jon e Mike"

Não me importava com Sandy ter um quarto só para ela. Só não queria dividir um quarto com o Jon. Da última vez q dormi no mesmo quarto que ele, isso não foi possível porque ele ronca. E isso é horrível.

Mais tarde quando já tivera bastante tempo para descansar, decidir conversar um pouco com Sandy. Cheguei do lado do quarto, e bati na porta, porque minha mãe sempre me ensinou a nunca invadir o quarto de nenhuma mulher. Bom, ensinava...

- Quem é? - perguntou Sandy.

- Sou eu, Mike - disse a ela, e logo depois a porta do quarto se abriu e Sandy estava sentada na cama olhando para mim.

- É que eu acho bom nós nos conhecermos sabe... Vamos ficar um bom tempo juntos - disse sentando do lado dela - E eu também aposto que você quer entender melhor o que está acontecendo - disse.

- Está tudo muito estranho. De um dia para o outro, eu chego aqui, e agora, eu sou a arma secreta para uma missão. Não só isso, também tem a parte da minha família. Quanto tempo vou ficar aqui? Não sei se consigo fazer isso... - confessou Sandy.

- Eu também não sabia de quanto tempo ficaria por aqui. Me chamaram com oito anos para ser treinado para pilotar uma nave. Bem novo né? Deve ser por isso que sou tão craque. - disse à ela, com um sorriso - Esta nave lançaria um míssel um ano depois a um cometa que iria vir para atingir a terra. E este era muito grande. Tinha o tamanho da lua, e a velocidade de Vênus. No dia da missão, fui trapaceado. Tinha um menino aqui, chamado Yang, e ele me odiava pelo simples fato de ter ciumes de quem eu era. Ele cortou os fios do meu míssel, então quando estava na hora de soltalos, nada aconteceu. Tive que resolver tudo aquilo na hora, e a única coisa que aconteceu foram dos mísseis se soltarem da nave, sem velocidade nenhuma, sem chamas. Nesta hora tive uma dolorosa decisão de escolher entre minha vida ou a vida de milhões de pessoas. Mas eu não poupei a minha. Poucos segundos depois, sem pensar, acelerei a nave em direção ao míssel, empurrando-o na parte de trás, que não iria me explodir. Tive que ir o mais rápido possível que consegui, e neste meio tempo percebi que não iria sobreviver aquela explosão. Foram mais alguns segundos para eu ver o cometa de aproximando. Ao chegar nele, não lembro de mais nada. Killer me disso que eles viram tudo da estação, e no momento, aqui virou um desespero. Eu fui arremessado para fora da nave durante a explosão, fazendo com que vários estilhaços me cortassem. O pior foi que a esta hora estava sem oxigênio. Meu coração parou de bater pouco tempo depois. Liberaram uma nave com equipe médica para me atender, e demoraram uma hora para me reanimar. Felizmente eu voltei. Mas isso não terminou tão bem assim. O cometa que explodi se dividiu em três, e uma das partes alcançou a terra, em Chicago, onde meus pais moravam. Duas milhões de pessoas morreram neste dia. Inclusive meus pais e meus irmãos. E hoje, além das cicatrizes que eu carrego deste acidente, carrego com elas também a perda da minha família. Olha Sandy, eu não sei quando você vai voltar para casa, mas sei que você pode salvar muita famílias se continuar aqui. É isso que eu faço desde então. Faz isso comigo."

Depois que contei isso, bom, já não conseguira mais segurar o choro, e desabei. Foi aí que a Sandy me abraçou. Acho que naquele momento, ela parou de ser minha conhecida, e virou uma boa amiga, que eu poderia contar para me acalmar. Mas todo esse clima de carinho e amor foi interrompido pelo Jonny, que de repende invadiu o quarto.

A música favorita de Jon começa a tocar nos auto falantes

Pelo meu antigo universo (indefinido)Onde histórias criam vida. Descubra agora