O sol brilhava em mais um dia de outono, o vento morno acariciava o rosto da garota que corria acompanhada dos amigos e primos, de repente ouviu-se um grito. Correria e caos começaram a reinar, as crianças corriam desesperadas ao encontro das mães, os pais e jovens mais velhos tentavam defender a terra, soldados a cavalo e marchando por terra atacavam a todos, a ultima coisa que a menina viu foram corpos ensanguentados e mutilados, levada a força junto de outras pessoas, sua ultima visão era o sangue banhando o corpo de um menino.
***
Julius amparou Melina ao vê-la perder as forças, Aislin que vinha atrás com Luana gritou ao ver a cena e a criada a puxou ao encontro de seu corpo cobrindo seus olhos para não olhar o que acontecia. Clarine tentou segurar Marise, mas a garota surpreendeu a todos com o grito e correu em direção ao corpo ensanguentado.
- Leon! – gritava em desespero. Erven a segurou impedindo que ela se aproximasse.
- Solte-a! – disse Alina. A menina se jogou ao lado do corpo, ao ver a poça de sangue e o corpo sem vida a fez vomitar. Erven a tirou dali. Os cavaleiros estavam em choque, não sabiam o que fazer, os três soldados que vigiavam Vougan não sabiam como agir, Anxur tentou tirar Alina de perto do amigo, mas ela não permitiu.
- Temos que sair daqui – disse Melina a Carlin – eles voltarão com mais soldados. Há uma cabana a três quilômetros seguindo pela mata atrás da casa, temos que ir para lá.
- Sim senhora – respondeu o rapaz.
- Julius leve Alina. Alec! – chamou o filho – leve sua irmã, Erven leve Marise, meninas sigam os rapazes. Vocês – falou para outros cinco soldados ajudem os meninos!
- E quanto a ele? – Doshi perguntou apontando para Vougan.
- Amarrem-no – mandou.
Alec levantou a irmã sem dificuldade, ela deixou ser levada, as lágrimas ainda lavavam sua face. Alina era guiada por Julius, outros soldados levantaram os capitães que ainda olhavam para o corpo do amigo sem acreditar. Luca resistiu.
- Não posso deixá-lo.
- Luca – disse Melina abraçando-o – precisamos sair antes que eles voltem.
- Não podemos deixá-lo – sua voz era cética.
- Você precisa, vamos levá-lo depois, por favor – pediu ela, e sinalizou com a cabeça para que Gruto levasse o garoto.
Depois de uma hora de caminhada eles chegaram à cabana que a mulher falara. Marise já havia acordado do desmaio que teve, mas ainda estava em choque. Melina e Trina haviam entrado na casa junto com Anxur e Ber para recuperarem algumas coisas que não haviam sido queimadas. A cabana era grande, cinco quartos, uma sala, e uma cozinha. A porta mostrava que há muito ninguém usava aquele local. Os soldados levaram os meninos para um dos quartos e Alec e o pai levaram as meninas para outro. Trina ajudou Melina a preparar algo para todos tomarem, nem os soldados acreditavam no que acontecera. Vougan fora arrastado até ali, ele estava amordaçado e amarrado, Erven o prendeu a um tronco de árvore, passou uma corda pelo pescoço do homem e prendeu com firmeza para que o paladino não se movesse.
- Erven!
- Senhora Rech!
- Leve esses chás para os rapazes, e faça com que ele tomem.
- O que é isso?
- É para dormir – eles se olharam – eles irão matar o paladino por vingança, eles precisam de um tempo.
- Sim senhora.
Não foi difícil fazer com que os cavaleiros tomassem o chá, eles nem mesmo questionaram o que era aquilo, não falavam nada desde que Leon morrera. Kalila e Alina choravam sem parar e Marise estava em prantos, Melina fez com que as meninas tomassem o chá, e minutos depois todos estavam dormindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kalila - Guerreira de Nadroj - Livro 2 - DEGUSTAÇÃO - LIVRO EM REVISÃO
FantasyRomance medieval