Capítulo 4

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O inverno já se aproximava, o vento anunciava que sua chegada seria com força. A exaustão da viagem era grande. A estrada que levava a Mital já era avistada, os quatro amigos estavam no topo de uma colina conversando, enquanto todos descansavam, Marise havia passado mal e decidiram dar um tempo para que ela repousasse.

- Vale de Mital! – falou Luca olhando para as campinas – Eu sempre tive curiosidade de saber como é esse lugar.

- Acho que terá sua chance! – respondeu Damon.

- Kalila não vai querer entrar nesse vale – ponderou Matt – é onde parte da família dela foi dizimada!

- Não é proibido entrar! – Noll observou.

- Não oficialmente! – respondeu Luca – Simplesmente as pessoas deixaram de vir até aqui.

- Depois das mortes de uma vila inteira, qualquer um deixaria de passar por aqui – rebateu Matt.

- É o caminho mais rápido para chegar a capital, então atravessaremos – decidiu Damon – seguiremos pelos limites, fora da estrada.

- Concordo – Matt se manifestou – assim evitamos qualquer perturbação.

- Não acho que teríamos alguma perturbação por aqui – Luca avaliou.

- Eu espero tudo de agora em diante – respondeu Damon – acho que nada me surpreende mais.

- Cuidado, sempre existe algo para nos surpreender – Noll advertiu.

***

- Você e o papai discutiram ontem?

- Todo casal tem discussões querido – respondeu.

- Mãe! O que aconteceu? Foi porque eu comentei que você tinha conversado com a Lila sobre seu passado?

- Filho, seu pai às vezes age como todos os homens de Haiuke, acha que não posso conversar sobre determinado assunto só porque ele não gosta!

- Mas ele é de lá!

- Mas eu não! E isso sempre foi um motivo para discussões! Embora eu sempre fique quieta para evitar brigas.

- Por que ele não gosta que a senhora lembre o seu passado?

- Porque isso não trás boas lembranças, mas faz parte da vida! E ele não aceita isso.

- Papai ama a senhora, e não gosta de vê-la sofrer!

- Eu sei, mas não podemos apagar o passado, devemos enfrentar as dificuldades que aconteceram aprender com os erros e quedas, tirar as lições devidas para vivermos o presente e construir algo melhor para o futuro!

- Despois de tudo pelo que passou como ainda consegue olhar o lado bom nas coisas?

- Precisamos ser sábios para viver dignamente.

- Quero ser sábio igual à senhora – sorriu – sempre compreendeu Kalila, por mais que brigássemos sempre me fazia enxergar que ela era daquele jeito porque sentia medo.

- Você precisa aprender que algumas vezes, escondemos algo para nos proteger de nossa própria dor e não por egoísmo ou desconfiança. Mentiras não são corretas, sempre me entristeci pelas mentiras que ela contava, mas esconder quem ela era foi um ato de desespero e proteção.

- Devia ser rainha mãe, a senhora tem sabedoria para ser um uma.

- As coisas nem sempre acontecem do jeito que deveriam.

***

A manhã estava morna, o sol tímido se escondia atrás de algumas nuvens, a carruagem parou em frente a uma linda casa. A frente era enfeitada de rosas e margaridas que contornavam toda a varanda, enfeites artesanais e um quadro coloriam a parede de entrada da casa. Dois adultos aguardavam a chegada dos convidados, três adolescentes bem arrumados e duas crianças também estavam ali comportados.

Kalila - Guerreira de Nadroj - Livro 2 - DEGUSTAÇÃO - LIVRO EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora