Predestinados

Sonhos Reais

Deito na cama e fico olhando para o teto esperando o sono vir, viro para um lado e para o outro e nada, volto a olhar para o teto e as lembranças do acidente do meu pai começam a encher o meu cérebro exatamente os segundos antes que antecederam tudo, lembro do exato momento em que ele olhou para mim e sorriu quando voltou a olhar para a estrada ele puxou o volante fazendo o nosso carro capotar e descer penhasco abaixo, quando olho para o meu pai ele está com um pedaço de árvore atravessado no seu abdômen.

-Pai? Por favor fica bem. Não para de respirar pai, o socorro já tá vindo nós ajudar-

Eu sabia que o socorro ainda não estava vindo, eu solto o sinto de segurança e consigo sair do carro quando vou ficar em pé sinto uma dor enorme na minha perna, quando olho estou com um pedaço de vidro enfiado na minha coxa, eu penso em puxa-lo mas sei que posso começar uma hemorragia que não vou poder controlar. Começo a andar em direção ao meu pai.

-Pai? Pai fala comigo por favor!-

Eu deito ao seu lado do lado de fora do carro e pego sua mão.

-Pai? Por favor pai não me deixe-

Eu vejo quando ele abre os olhos e olha além de mim e seus olhos são terror puro, olho para trás para ver se tem algum animal atrás de mim mas não tem nada. Ele começa a falar...

-Não, ainda não está na hora, por favor a deixe em paz-

-Pai, eu não estou entendendo, não está na hora de que?-

Ele segura a minha mão com força e fala...

-Filha, diga a sua mãe que chegou a hora de vocês partirem-

-Partir para onde pai?-

-Eu te amo Filha, diga a sua mãe que também a amo. Você e sua mãe foram as melhores coisas que aconteceram na minha vida-

-Pai, por favor pare de falar essas coisas. Você não vai morrer-

Mas assim que acabo de falar eu vejo a vida deixando seus olhos.

-PAI! PAI POR FAVOR NÃO ME DEIXE. EU AMO VOCÊ PAI. ME PERDOA.-

Eu não consigo controlar as lágrimas que estão descendo pelo meu rosto e nem os soluços que se formam no meu peito. Quando a ambulância chegou já era tarde demais, o meu pai já havia morrido e após uma semana internada no hospital eu tive alta e eu e minha mãe nos mudamos para essa nova cidade e aqui estou eu depois de quatro meses deitada na cama e chorando novamente de saudades do meu pai. Finalmente me sinto cansada e sinto meus olhos pesados, peço para que meu pai me proteja e essa noite eu não tenha pesadelos.

Estou novamente na floresta, mas dessa vez em um lugar diferente, há uma cabana na minha frente, a luz da lua a ilumina a porta esta entreaberta eu decido entrar nela invés de correr daqueles olhos azuis. Entro na cabana e instantaneamente as luzes acendem e é como se eu já estivesse estado ali antes. Há um sofá e duas poltronas, uma mesa no centro com um pequeno arranjo de flores em cima, chego mais perto e vejo que há fotografias em cima da pequena mesa eu as pego e vou passando uma por uma até que paro em uma e sou eu quando era criança e fico me perguntando o que uma foto minha estaria fazendo ali?

-É só você parar de correr que você descobre todas as respostas-

Me viro imediatamente em direção a voz e vejo Ele parado em um quarto escuro tento ver o seu rosto mas só consigo enxergar aqueles olhos azuis, instintivamente meu sangue todo gelou e ouvir uma voz em meu ouvido

-Corra!-

Eu me viro e começo a correr em direção a floresta, corro, corro muito. Começo a diminuir o passo e olho para trás para ver se ele está muito longe de mim, quando volto a olhar para frente e dou de cara com ele que segura meus braços forte e aproxima seu rosto do meu e mesmo com a ajuda da luz da lua eu não consigo ver o seu rosto, apenas os seus olhos são visíveis, aqueles imensos olhos azuis. Ele sorrir e aproxima a sua boca da minha orelha.

-Sua hora está chegando-

Quando ele afasta o rosto do meu ele sorrir, um sorriso que me faz temer pela minha vida.
Eu acordo com o grito preso na garganta, olho para o relógio e ainda são 3:15 da manhã, sento na minha cama e sinto o suor fazendo meu pijama grudar no meu corpo. Noto pelo canto do olho um movimento próximo a minha janela e quando me viro em direção ao movimento vejo uma silhueta no escuro, meu coração acelera me volto para o abajur e acendo a luz, quando volto a olhar para o lugar onde a silhueta estava e ela sumiu, deve ser a minha imaginação. Levanto da cama e vou devagar até onde a sombra estava e verifico minha janela e está trancada. Fico olhando para a rua por um instante até que sinto um sopro no meu pescoço

-Sua hora está chegando-

Eu grito e fecho os olhos esperando que ele me mate. Escuto a porta abrir e acho que ele desistiu e vai embora.

-Filha? O que aconteceu? Porque está gritando?-

Sinto os braços da minha mãe me abraçado e começo a chorar de alívio, alívio por não morrer, mas lembro que ele ainda pode está aqui em casa.

-Mãe tem alguém aqui em casa mãe, alguém tava aqui no meu quarto- Grito com o medo dele matar a mim a minha mãe.

Minha mãe me ajuda a levantar do chão e me leva até a minha cama, não havia percebido mas minha visão estava turvada por conta das lágrimas de medo que escorriam pelo meu rosto.

-Fica aqui Steh, tá me ouvindo? Aconteça o que acontecer não sai desse quarto-

Ela levanta e sai do meu quarto e fecha a porta. Eu fico lá sentada, em silêncio esperando a minha mãe voltar, depois de 10 minutos eu saio do quarto e vou procurar por ela.

-Mãe? Cadê você?-

-Aqui Steh, eu verifiquei todos os lugares da casa não tem ninguém aqui-

-Pode ter sido um sonho mãe, desculpas- Mas eu sei que não foi um sonho, ele esteve ali no meu quarto, eu sentir a sua presença, eu sentir o sopro do meu hálito no meu pescoço.

-Tudo bem meu amor, vamos deitar.-

-Eu posso deitar com você?-

-Tudo bem meu amor-

Eu vou para o quarto da minha mãe e deito com ela na cama, mas não consigo dormir, olho para o relógio e são 4 horas da manhã mas não tenho sono, pareceu real, pareceu tudo tão real, eu sentir a respiração dele no meu pescoço. O que será que ele quis dizer com minha hora está chegando? Será que eu vou morrer? Por que tudo isso tá acontecendo comigo? O que minha foto tava fazendo naquela cabana? Eu preciso de respostas. Eu preciso saber o que todos esses sonhos significam.

                         CONTINUA

OLÁ MEUS AMORES, AQUI TÁ MAIS UM CAPÍTULO DESSA HISTÓRIA INTRIGANTE. ESPERO MUTO QUE GOSTEM SE TIVEREM ALGUMA SUGESTÃO OU ALGUMA COISA QUE VOCÊS NÃO GOSTARAM DEIXEM NOS COMENTÁRIOS POR FAVOR, ASSIM VOCÊS ME AJUDAM MUITO.
NÃO ESQUEÇAM DE DEIXAR AS ESTRELINHAS. ❤