Cerejeiras

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Estou brincando em um parque, descia o escorregador e voltava correndo para as escadas para descer de novo.

-Mamãe olha pra mim- Levantava as mãos para o alto e descia de novo.

-Você está linda querida- Ela falou e voltou a prestar atenção em seu livro.

Continuei repetindo isso até cansar, me afastei um pouco e fui em direção a umas árvores com flores rosas, minha mãe já tinha me explicado que o nome delas são cerejeiras, acho elas lindas. Sento embaixo de uma e vejo crianças passeando com seus pais e sinto falta do papai, minha mãe disse que ele teve que viajar. 

-Você está sozinha aqui?- Olhei para o lado e tinha um estranho parado ali, ele não parecia mal mas minha mãe já havia me dito para não falar com estranhos então continuei olhando as crianças.

-Tudo bem Steh, eu conheço sua mãe- Olhei para ele novamente, eu nunca tinha visto ele com a minha mãe mas ele sabia meu nome -Sua mãe está aqui?-

Eu olhei para o banco onde minha mãe estava sentada ainda lendo seu livro.

-Que ótimo, e seu pai onde está?-

-Minha mãe disse que ele viajou-

-Ah, que pena. Você pode mostrar algo a sua mãe?-

Balancei a cabeça dizendo que sim, ele se ajoelhou ao meu lado e colocou uma pulseira no meu braço olhei e tinha uma ave desenhada nele.

-É linda-

-Igual a você, agora vá mostrar a sua mãe-

Corri em direção a minha mãe feliz com o meu novo presente.

-Mamãe, mamãe. Olha o que eu ganhei-

Estiquei o braço pra minha mãe ver minha linda pulseira, assim que ela olhou minha mãe ficou branca.

-Quem deu isso a você?-

-Um moço-

-Onde ele está?- A essa altura minha mãe já gritava segurando meus braços com força.

-Aí mamãe- Comecei a chorar

-Me diga onde ele está?-

Apontei em direção a árvore mas  ele não estava mais lá.

-Olá Helena-

Minha mãe me puxou para ficar atrás dela.

-O que você quer?-

-Nada, vim fazer apenas uma visita. Trouxe um presente para ela, você gostou? É uma tradição do nosso reino passar os brasões de pais para filhos-

-Você disse que ia nos deixar em paz-

-Isso não quer dizer que não posso visita-la, ela também é minha filha e no momento certo eu vou voltar para pega-la, tchau amorzinho-

Ele me deu tchau e eu sorri de volta dando tchau.

Acordei com o coração acelerado e com uma leve camada de suor sobre o corpo, o que tinha sido aquilo? Eu estava sonhando ou aquilo era uma lembrança? A porta do quarto foi aberta e eu levei um susto.

-Oi, até que enfim você acordou- Kevin entrou no quarto e deu um lindo sorriso mostrando suas covinhas que fez meu coração bater mais forte.

-Você me assustou.-

-Desculpas, não tive como bater na porta- Ele carregava uma bandeja com frutas e suco.

-Trouxe café da manhã pra você.-

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora