Nova Orleans

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Acordei em um quarto sem saber muito bem o que tinha acontecido, estava em uma cama que tinha um cheiro horrível como se aqueles lenções não fossem lavados a dias, levantei e me senti um pouco tonta então sentei novamente, a minha cabeça doía muito. Levei a mão até o local no qual eu sentia que estava úmido e quando notei eu estava sangrando, o que aconteceu comigo? Tudo que consigo lembrar é do Collin entrar na minha casa depois disso eu apaguei. A porta do quarto foi aberta com um estrondo enorme e entrou por ela um homem que aparentava ter uns quarenta anos de idade, ele tinha uma aparência suja, ele me deu um sorriso e eu pude nota que lhe faltavam alguns dentes na boca e os poucos que tinha estavam em um tom de preto horrível.

-Então lindinha, vamos ver se é verdade o que dizem sobre você mesmo.-

O que? Como assim? O que ele iria fazer? Ele começou a se aproximar de mim com passos lentos então eu levantei e fui até um canto do quarto onde havia uma jarra com agua sobre um criado mudo, quando ele se aproximou de mim, me segurou pelos braços com força e colocou sua boca sobre a minha, eu podia sentir o cheiro de bebida, cigarros e varias coisas nojentas, eu queria gritar e sair correndo dali então ele quis enfiar a sua língua dentro da minha boca e foi nesse momento que eu vi a oportunidade perfeita de escapar dali, abri meus lábios e quando ele enfiou aquela língua asquerosa na minha boca e dei uma mordida com toda a força que eu tinha que pude sentir o gosto do sangue, ele deu um grito e soltou os meus braços eu corri em direção a porta mas antes que eu alcançasse ele me puxou pelos cabelos e me derrubou no chão, a essa altura eu já estava soluçando de chorar, quem era esse homem? Ele me arrastou pelo quarto e me jogou de volta em cima da cama e começou a subir em cima de mim nesse momento eu já estava pedindo que eu desmaiasse pois eu não queria saber o que ele iria fazer comigo, ele tentou me beijar novamente e dessa vez eu gritei, gritei o mais alto que conseguia.

-Cala sua boca sua vadia, você vai acordar os outros-

Então quer dizer que havia outras pessoas ali, talvez ela me ajudassem, eu continuei gritando com todas as forças que tinha, quando ele viu que eu não iria parar ele me deu um tapa no rosto que eu fiquei tonta e não conseguia mais forcar nada direito, no mesmo instante eu escutei o estrondo da porta sendo aberta com força e vozes muito distante.

-O que você acha que esta fazendo?-

Sentir o peso daquele homem sair de cima de mim e dei graças a Deus por alguém ter vindo me ajudar, sentir quando alguém me pegou nos braços e me levou daquele quarto eu apaguei antes de conseguir ver o rosto da pessoa que me levou para longe. Quando acordei estava em outro quarto mas dessa vez não era um quarto imundo como aquele outro, esse tinha lenções brancos e com cheiro de lavanda, havia uma janela e eu conseguia ver que já havia amanhecido desde a noite da tempestade, minha mãe deve esta louca atrás de mim, eu tento levantar da cama e novamente me vem aquela dor de cabeça.

-Você não deveria levantar tão depressa, você levou uma pancada forte na cabeça-

Eu me viro assustada por ver que tem alguém no quarto comigo, lá estava ele sentado no canto do quarto em uma cadeira, ele me parece muito familiar mas a minha cabeça dói muito então não consigo pensar direito, ele levanta e sai do quarto, menos de dois minutos depois ele retorna com uma bandeja com água e algumas frutas, coloca sobre o criado mudo, coloca um pouco de água no copo e trás até mim junto com uns comprimidos, eu olho desconfiada sem saber se devo ou não pegar aquilo.

-São apenas aspirinas, faram bem para sua cabeça-

Eu pego e engulo junto com a água, e só agora notei que estava realmente com sede.

-A gente se conhece?-

Ele sorri e volta para a cadeira onde estava.

-Mais ou menos, eu conheço mais você do que você a mim-

-Não entendi-

-No momento certo você vai entender, agora coma uma fruta você deve esta com fome-

-Onde estou e quem era aquele homem que me atacou?-

-Se você pegar uma fruta eu respondo as perguntas, pode ser?-

Eu olho desconfiada para a bandeja e resolvo pegar uma maçã pois realmente estou com fome

-Você pode começar a responder agora-

Sento de frente para ele que começa a rir

-Tudo bem, vou começar coma pergunta mais fácil. Nós estamos em Nova Orleans-

O que? Como eu vim parar aqui? Esqueço que estava comendo e me engasgo com a maça, ele levanta e me trás um pouco de água

-Como eu vim parar aqui?-

Ele volta para a cadeira e inspira fundo

-Isso é um história longa e complicada-

-Você pode me levar de volta para a minha casa por favor? A minha mãe deve está muito preocupada comigo-

Ele abaixa a cabeça e começa a brincar com os dedos

-Infelizmente eu não posso te levar para a sua casa-

-Por que não?-

-Porque o seu lugar não é aqui-

-Como assim?-

-Me desculpa, mas no momento certo você vai saber de tudo-

Ele levanta e sai do quarto me deixando com um milhão de perguntas, meus olhos enchem de lágrimas novamente e eu sinto saudades da minha mãe e da Alice, só queria esta em casa com elas, deito na cama e começo a chorar de saudades das duas e acabo dormindo. Acordo e consigo ver pela janela que já anoiteceu novamente e fico imagino como minha mãe deve está a essa hora, ela já deve ter colocado a cidade inteira para me procurar. A porta do quarto abre novamente e dessa vez entra um menino que aparenta ter no máximo uns doze anos de idade.

-Oi- Ele fala.

-Oi-

-O Nathan pediu para você tomar uma banho e se trocar que daqui uma hora ele vem te buscar-

-Quem é Nathan?-

-Ele trouxe comida pra você a tarde-

-Ah sim, e para onde ele vai levar?  Você pode me dizer?-

-Não, se não serei castigado. Esteja pronta em uma hora-

Ele sai do quarto e eu fico lá imaginando pra onde essa gente louca vai me levar, se ele me tirar de dentro do quarto vai ser a minha chance de finalmente poder fugir, vou até uma porta que tem dentro do quarto e encontro um banheiro com um closet enorme  com vários vestidos e varias outras coisas, eu faço o que o menino me pediu, tomo um banho e procuro uma roupa para vestir mas naquele enorme closet só tem vestidos de festa, para onde ser que ele vai me levar? Uma hora depois eu já tenho tomado banho e coloquei um vestido simples preto com uma fenda na perna que me permitiria correr assim que eu tivesse a oportunidade. Sento na cama e fico esperando, quando a porta finalmente é aberta o Nathan aparece com um impressionante  smoking todo preto e eu tenho que admitir ele é muito bonito. Ele estende a mão para mim e eu me levanto da cama...

-Pronta?-

Coloco a minha mão na sua e respondo.

-Pronta.-


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