stalker.
— Um café por favor.
— Tudo bem. — perguntou a atendente da pequena cafeteria em que Adrien se encontrava, os olhos azuis mirando o bloco de notas em sua mão, uma caneta em outra. — Mais alguma coisa?
— Só isso, obrigado.
— Não há de quê. — sorriu simpaticamente, balançando a cabeça e voltando para o balcão da cafeteria.
Adrien ajeitou o capuz do casaco que usava, observando de soslaio pela janela a neve branca cair suavemente na calçada, coçando os olhos com sono.
Há oito meses atrás, a polícia havia ido até sua casa devido à uma denúncia repentina feita pelo mesmo. Adrien estava sendo perseguido por alguém que lhe mandava mensagens anônimas e lhe perseguia, identificado apenas como Marinette, que também confessou ter assassinado a namorada do modelo, Chloé Bourgeois, com um golpe violento de sua cabeça contra a pia do banheiro de sua casa.
Aparentemente, uma jovem mulher teria entrado no hotel em que a ex-modelo residia em Paris sem permissão para ir até seu quarto, passando desapercebida pela recepção do lugar. As câmeras a registraram indo até o quarto de Chloé, mas não conseguiram capturar seu rosto ou algo que a denunciasse, a não ser um enorme moletom vermelho com capuz, estampado com as cores e as bolinhas de uma joaninha, sendo apelidada pela imprensa como Ladybug. Após isso, nada mais foi registrado, nem mesmo sua saída do quarto. A polícia arquivou o caso como 'inconclusivo' por conta da insuficiência de provas ou impressões digitais na cena do crime, e se retratou publicamente por terem declarado o caso como um simples acidente antes da verdade ser revelada.
Adrien entregou o celular com as mensagens para a polícia, que ouviu a gravação de sua ligação com Chloé momentos antes da morte e analisou as mensagens, que vieram de um número sem origem ou de fácil rastreio. O modelo até mesmo entregou a polaroid que recebera, a polícia tendo analisado as câmeras do estúdio de fotos no dia do ensaio do mesmo, mas novamente nada fora encontrado. Aqueles meses foram como um filme de terror, e Adrien nunca havia sentido tanto medo na vida quanto naquele momento.
O loiro foi despertado de seus devaneios pelo som do pires e da xícara sendo postos na mesa, levantando os olhos para encarar os cabelos curtos e negros da garçonete, presos em dois rabos de cavalo baixos, reparando que, de tão escuros eram os fios, conseguiam adquirir um leve brilho azulado graças a luz vinda da janela da cafeteria, os olhos claros o encarando com simpatia, os lábios pintados de um tom claro de vermelho se puxando em um leve sorriso.
— Seu café.
— Oh... obrigado. — baixou os olhos timidamente para a xícara, suspirando baixinho enquanto a garçonete se afastava novamente, sumindo para trás de uma porta reservada para os funcionários.
O loiro puxou a xícara por sua asa, bebericando um gole do café quente, sorrindo com os lábios sujos ao constatar que havia sido colocado bastante açúcar ali, na medida em que ele gostava, mas logo sua mente se desanuviou para outra linha de raciocínio: como a garçonete pôde ter colocado açúcar no café se ele não havia pedido, e ainda mais na quantia que o loiro gostava? Ele se sentiu mais paranóico do que o normal, uma pontada de medo atravessando seu corpo tão rapidamente que quase não sentira, sentindo as mãos tremerem nervosamente. Há tempos não sentia as crises voltarem, e aquilo era ruim, mas teria que se controlar antes que coisas ruins acontecessem. Era apenas uma coincidência qualquer, não teria como a garçonete saber o quanto de açúcar ele gostava no café sem nem mesmo o conhecer.
Mas logo, algo além da quantia de açúcar no café chamou a atenção de Adrien, que observava um pequeno papel branco similar a um post- it grudado no pires da xícara, o pegando com a ponta dos dedos apenas para se assustar com o que estava escrito ali, as palavras gravadas no pálido papel com uma caneta de tom rosa, distorcendo sua visão com a deturpação envolvida ali, o desenho de um gato e uma joaninha em uma das bordas do papel dando um ar infantil àquilo.
Estou te vendo gatinho! Pensou que escaparia mesmo de mim? Pois pensou errado então! >.<
Sentiu saudades? Porque eu senti.
Mas não se preocupe. Eu voltei pra você.
Com amor, Ladybug.
A última coisa que Adrien se lembrava era de sentir o celular vibrar no bolso, derrubando a xícara das mãos e molhando a mesa, correndo para fora da cafeteria com o bilhete no bolso.
next chapter: grand finale.
***
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Stalker
FanfictionAdrien Agreste é um modelo famoso e muito conhecido no mundo da moda por conta de sua beleza e carisma, tendo sobre si o amor e a idolatria de seus fãs. Mas logo ele começa a suspeitar que o amor de um deles virou algo obsessivo, e até mesmo perigos...