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Capítulo 6

Regra número 7: Se disfarce, não seja notada

A regra era clara e simples.

Mas eu não estava a cumprindo. Longe disso, estava vestindo uma blusa do Ramones e uma calça jeans rasgada. Precisava urgentemente comprar roupas novas para me adequar a época, antes que seja tarde demais:

- Amy, eu preciso fazer uma coisa na cidade- digo dobrando minhas pernas contra o corpo e colocando uma mecha de cabelo ruivo para atrás da orelha- Eu não sei se consigo ir.

-Claro que vai!- ela resmunga depositando suas mãos delicadas sobre o tecido rosa- Amanhã começa as aulas! O dia que remarca o fim das férias deve ser tão memorável quanto o começo.

Rio com sua teimosia. Quando Amy cismava com algo, era impossível lhe tirar da cabeça. Ela iria até o fim, custe o que custar. Seus olhos verdes me fitavam com súplica esperando por minha resposta:

-Tudo bem- digo derrotada e Amy comemora com gritinhos abafados- Mas antes, eu preciso realmente ir para a cidade

-Okay, okay- ela enrola seus longos fios negros no dedo e retoma a olhar o corredor atenta por sinal de sua mãe - É só a noite, de qualquer maneira. Apenas não se esqueça de chegar aqui antes das 6!

Afirmo com a cabeça e pego de minha mochila o envelope que Aby havia me entregado. Aquelas notas definitivamente deveriam ser dessa época, e espero que tenha o suficiente para sobreviver essas semanas. Um pensamento me impede de pegar as notas e colocar no bolso traseiro da calça. Droga, não podia sair assim novamente:

-Amy- a chamo timidamente- Eu não trouxe as minhas roupas para essa viagem. Não sabia por quanto tempo ficaria, então será que você poderia me emprestar um vestido para ir até a cidade?-pergunto um pouco envergonhada

- Claro!- ela diz revirando os olhos com um belo sorriso em seu rosto- Vêm, vamos para o meu quarto

Assim que adentramos o cômodo, me sinto em um filme. Diversos pôsters de atores antigos eram espalhados pelo o quarto e um toca-discos tocava melodiosamente a voz de Elvis. A pouca parede que não era repleta de colagens, transparecia um rosa claro da mesma cor que seu carro.

Ela anda até seu armario e joga uma porção de roupas de cor pastel na cama. Rolo meus olhos sobre os tecidos e faço uma careta. Não conseguia me ver usando nenhum daqueles vestidos, definitivamente deveria me acostumar:

-Pode escolher- ela diz orgulhosa fitando suas peças caras

Deslizo meus dedos sobre os tecidos até um me chamar atenção. Ele era azul claro com uma gola branca rendada, simples e bonito:

-Posso usar esse?- pergunto relutante observando a peça que mais tarde valeria furtunas

-Sim, óbvio. Essa cor vai ficar linda em você- o seu sorriso se alargou satisfeita por minha escolha e volta a prestar atenção na revista que lia.

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O caminho foi fácil até o centro da cidade. As ruas paralelas de Santa Barbara continuavam as mesmas, apenas com construções e terrenos diferentes.

Eu estava fascinada. Meus olhos vagavam maravilhados pelas calçadas, carros, pessoas, roupas. Tudo. Algumas mulheres andavam com seus filhos de mãos dadas conversando, enquanto os mesmos chupavam pirulitos enormes. Elas usavam vestidos rodados que marcavam suas cinturas perfeitamente e seus rostos eram protegidos do sol por chapéus da mesma cor. Um dos meninos que vestia uma camisa engomada amarela e gravata borboleta acenou para mim timidamente, e acenei de volta igual uma boba.