uma batalha destinada

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Uma coragem selvagem surge no peito, instigada pela necessidade desesperada e por saber que, se pudesse, ocultaria de mentes alheias o desnorteio, a sensação do inseto azulado de veneno.

Meus pés tocam os frios degraus de pedra. Desci da torre do vale. Eu desci, eu desci, eu desci...

Quando abro a porta, uma multidão se embola de caminhos e mesmo assim consigo ver a coleira roxa cintilante amarrada em cada fino pescoço, a linha avermelhada na pele apertada por debaixo da joia. E eu sei que essa sufocação vem da insatisfação, da razão mais absurda sobre pintores que desenham com sangue.

Engulo em seco, soltando a porta. Deixo a torre, uma gaiola privilegiada, barreiras finas de mentira, tentando conter a tragédia e que, no fim, cede como todas as outras, mostrando que não importa a sua bravata de destino traçado. 

Respiro pesadamente, embora sinta leveza. Toco meu pescoço, sentindo essa dor roxa e cintilante. Rio tristonho. Tudo bem.

Sempre soube que fui feito pra cair.

ㅡ suffocated. stray kids | jeonginOnde histórias criam vida. Descubra agora