9. Uma nova companhia

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𝓔𝓵𝓮𝓼 caminharam por vinte minutos, meia hora no máximo. Sem dizer nada. E o que restou para o Matteo foi observar que o ar frio de Veneza deixava o rosto de Giulia ainda mais exuberante.

– O que foi? — no rosto, um sorriso exultante que apagou as sombras escuras dos olhos do detetive.

Matteo, não viu nenhum sentido em ser excessivamente agradável, e ficou calado por alguns momentos.

Era um homem metódico, ser detetive não era uma profissão fácil, consumia seu tempo e o seu lado emocional: jurou que não interromperia sua rotina amarga.

Ao entrarem na delegacia, o comandante estava os esperando no pátio da garagem e ao lado dele, estava uma mulher bem arrumada, tinha seus trinta e poucos anos com uma postura invejável de salto alto e longos cabelos loiros.

– Muller? Matteo Muller é você? — disse a mulher com um sorriso de ponta a ponta.

Os dois tinham um passado juntos, resultando em duas coisas: um bebê e um ódio ardente. Jamais, em hipótese alguma, Giulia imaginara que eles se conheciam tão bem.

– Bem vinda de volta Bárbara! — disse o detetive que há quase dois anos não a via, e também nem faziam questão.

– Cheguei faz pouco tempo, não tive a oportunidade de me inteirar sobre o caso. — a mulher de tamanha elegância estendeu a mão direita para cumprimentá-lo.

– A casa naquela noite, foi o cenário de uma grande carnificina. — o tenente Marco, falava enquanto tomava longos e profundos tragos no seu charuto. — Pois bem, os dois trabalharão juntos, espero que não abandonem a investigação mesmo que estejam correndo risco de morte. — ele estourou numa risada, pediu licença, ajeitou o terno, e foi embora.

Matteo Muller era um dos melhores, senão o melhor detetive do departamento da polícia da Itália, há uma década atrás. Bárbara é uma detetive cheia de fobias e manias, entretanto ela não tem problemas em pegar criminosos psicologicamente perturbados.

– Vamos a cena do crime? — a menina-mulher interrompeu o momento.

Bárbara sorriu, mostrando-lhe que ainda não se esquecera dele, andava à frente do detetive, esticando a barra do vestido, numa tentativa inútil de cobrir uma porção maior.

E, Giulia se perguntava se esses pequenos traços de caráter tornavam ela mais charmosa ou apenas mais estranha.

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