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𝓔𝓵𝓮𝓼 caminharam por vinte minutos, meia hora no máximo. Sem dizer nada. E o que restou para o Matteo foi observar que o ar frio de Veneza deixava o rosto de Giulia ainda mais exuberante.
– O que foi? — no rosto, um sorriso exultante que apagou as sombras escuras dos olhos do detetive.
Matteo, não viu nenhum sentido em ser excessivamente agradável, e ficou calado por alguns momentos.
Era um homem metódico, ser detetive não era uma profissão fácil, consumia seu tempo e o seu lado emocional: jurou que não interromperia sua rotina amarga.
Ao entrarem na delegacia, o comandante estava os esperando no pátio da garagem e ao lado dele, estava uma mulher bem arrumada, tinha seus trinta e poucos anos com uma postura invejável de salto alto e longos cabelos loiros.
– Muller? Matteo Muller é você? — disse a mulher com um sorriso de ponta a ponta.
Os dois tinham um passado juntos, resultando em duas coisas: um bebê e um ódio ardente. Jamais, em hipótese alguma, Giulia imaginara que eles se conheciam tão bem.
– Bem vinda de volta Bárbara! — disse o detetive que há quase dois anos não a via, e também nem faziam questão.
– Cheguei faz pouco tempo, não tive a oportunidade de me inteirar sobre o caso. — a mulher de tamanha elegância estendeu a mão direita para cumprimentá-lo.
– A casa naquela noite, foi o cenário de uma grande carnificina. — o tenente Marco, falava enquanto tomava longos e profundos tragos no seu charuto. — Pois bem, os dois trabalharão juntos, espero que não abandonem a investigação mesmo que estejam correndo risco de morte. — ele estourou numa risada, pediu licença, ajeitou o terno, e foi embora.
Matteo Muller era um dos melhores, senão o melhor detetive do departamento da polícia da Itália, há uma década atrás. Bárbara é uma detetive cheia de fobias e manias, entretanto ela não tem problemas em pegar criminosos psicologicamente perturbados.
– Vamos a cena do crime? — a menina-mulher interrompeu o momento.
Bárbara sorriu, mostrando-lhe que ainda não se esquecera dele, andava à frente do detetive, esticando a barra do vestido, numa tentativa inútil de cobrir uma porção maior.
E, Giulia se perguntava se esses pequenos traços de caráter tornavam ela mais charmosa ou apenas mais estranha.
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Belinda
Mistério / SuspenseMatteo Muller foi um dos detetives mais renomados da Itália por volta de 1980. Seu dom em decifrar enigmas, desnudar histórias e revelar segredos era de se vangloriar. Mas, o pior de tudo, é que ele levava dentro de si a lembrança de um caso insolúv...