Capítulo 1; Rumo ao destino

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Escuto meu celular apitar pela quarta vez e me levanto sonoleta, sigo até o quarto de meu irmão Jhony e me sento na beirada de sua cama observando com atenção os traços semelhantes em nossos rostos. Sua expressão calma me faz refletir o quanto sua força foi provada ultimamente, a morte de nossos pais em um acidente de trânsito foi uma dor muito grande para meu pequeno, com seus onze anos aguentou firme e aceitou morar de bom grado comigo e para mim com apenas vinte e dois anos também está sendo sofrido conciliar a faculdade, o trabalho e o horário escolar de meu irmão.
Me perco em meus pensamentos quanto meu pequeno se movimenta ao meu lado tirando-me de meu transe.

-Oi Kath veio se despedir de mim?-Pergunta sentando na cama.

-Sim meu amor! Más não se preocupe vou voltar logo!-o abraço.-Está tudo arrumado?-ele assente.-Então se arrume que vou te levar até a casa da tia Cler!

Ir a um passeio com um grupo de universitários desconhecidos não passava por minha cabeça até receber este mesmo convite, para ser sincera não queria mesmo ir, porém quando tia Cler descobriu me fez prometer que iria para me destrair e que cuidaria bem de Jhony.
Realmente não sou uma mulher interessante, não tenho amigos nem paqueras, dedico minha vida a cuidar de meu irmão, muitos que me vêem diariamente acham que sou mãe solteira mas não me importo. Os poucos relacionamentos que tive duraram pouco por falta de tempo da minha parte, não tenho tempo para namorar e nem ficar, tenho que ser forte e dedicar meu tempo com quem realmente me importa, quem sabe eu abra uma exceção se aparecer um anjo lindo que me aceite como sou e que cuide também de meu irmão, ai eu prometo pensar.

Levo meu irmão até a casa de tia Cler e de lá chego até o local onde o ônibus me aguarda, ao me aproximar vejo várias pessoas divididas em pequenos grupos, cada um com pessoas que possuem algo em comum.
Me aproximo de duas meninas sendo uma loira, alta e olhos verdes e a outra morena de cabelos cacheados e alta como eu. Ao me verem se aproximar elas se silenciam.

-Oi sou a Katherine, vocês duas também estão indo a fazenda de férias?-pergunto envergonhada.

-Sim.-Responde a loira.-Sou a Agahta e esta é a Pricila.-Aponta para a morena.

Passamos um longo perriodo conversando e descobri muito sobre a vida de cada uma; Agatha está cursando medicina e mora com os pais já Pricila está cursando biologia e vive com o namorado, as duas com a minha idade.

Observo o rosto de todos que entram no ônibus quando o motorista faz a chamada, ao todo estamos em vinte e quatro pessoas. Um moço em questão atrai a minha curiosidade se me lembro bem o seu nome é Pitter, ele ao contrário de todos permanece sério durante sua entrada no ônibus, Pitter é alto tem os cabelos negros e olhos claros como mel.
Sem perceber estou encarando um pequeno grupo de meninos que também entram no ônibus, todos altos e confesso lindos. Abaixo o olhar quando vejo um deles me encarar, se não me engano seu nome é Rafael.
Olho para o lado e Agahta está boquiaberta, já Pricisila está sentada com seu namorado Gabriel deitada em seu ombro.

-Alguém joga água aqui que eu vou passar o rodo!-Fala Agahta se abanando quando o grupo de meninos passa ao nosso lado.-Sorrio.

Logo me dou conta de que ainda não liguei para minha tia Cler então lhe mando uma pequena mensagem dizendo que estou a caminho e que logo não haverá mais sinal de celular até chegarmos a fazenda.
Durante metade do trajeto me sinto pesada e insegura em deixar Jhony com Cler, sei que ela cuidará bem dele más ao mesmo tempo ela não saberá que deve cortar a casca do pão para ele ou ler uma história antes de dormir. Me recordo muito bem de minha mãe fazendo tudo isso com amor e paciência, sei que não consigo ser exatamente como ela porém tento ao máximo ser a melhor mãe/irmã possível.

Acordo sem ao menos perceber que adormeci, olho para os lados e todos gritam, o ambiente começa a rodar e percebo que não é o ambiente e sim o ônibus que está capotando moro abaixo. Grito assustada vendo sangue escorrer em minha face e todos serem arremessado a longas distâncias, e eu junto como poucos coloquei o cinto de segurança sem exitar.
O ônibus para no meio de uma clareira, consigo abrir os olhos porém não consigo me mover, o banco a minha frente está quebrado em cima de minha perna, vejo Agahta ao meu lado inconsciente e tento chama-la mas em vão. Posso ouvir pessoas chorando e outras gritando de dor, sinto um cheiro forte e já posso imaginar meu fim.
Não posso deixar meu irmão tenho que ser forte por ele, ele não suportará mais uma morte, nossos pais morreram apenas a seis meses. A imagem de meus pais me vêm na mente, lágrimas escorrem pelo meu rosto, minha visão fica turva e vejo apenas braços fortes me puxarem para cima. Sou carregada para longe do ônibus e ao meu lado estão poucas pessoas, todas desesperadas inclusive Pricisa e seu namorado, não vejo Agahta!

-Agahta.-Sussurro para as mãos fortes que agora me abraçam.

-Me desculpe menina mais sua amiga morreu!-Fala me puxando para si.-Desabo em lágrimas.-Se acalme eu sei que dói más pelo menos você está viva não é?! Várias vidas foram perdidas hoje! Perdi dois amigos!-Fala soluçando.
Levanto minha cabeça para ver o rosto de meu salvador e se trata de Rafael, que agora cai em lágrimas.- o abraço forte.

Permanecemos assim chorando por longos minutos, apenas quinze pessoas das vinte e quatro estão vivas, entre elas eu, Pricila, Gabriel, Pitter e Rafael.
Um dos meninos que se apresenta como Dolg toma um certo controle da situação então nos reunimos para passar a noite juntos. Me deito ao lado de Pricila e dormimos assim entre lágrimas.

Ao amanhecer vejo que todos estão dormindo então confirmo o que já sabia; não paga sinal aqui! Olho para minhas pernas manchadas de sangue que garanto não serem só meu, bolhas se formam em meus pés e manchas roxas tomam conta de minha perna, caminho com certa dificuldade até o ônibus e lá encontro Pitter vasculhando algo nos pneus.

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Oie gente espero que estejam gostando da minha nova história, ainda tenho que aprimorar minhas técnicas mais estou tentando.
Por favor comentem ajudas e dicas para minha história e curtam para me ajudar. 😍😍😍


Caçados na florestaOnde histórias criam vida. Descubra agora