Capítulo 2; Correndo do perigo

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Me esconde atrás de uma grossa árvore e vejo Pitter puxar algo de dentro do pneu dianteiro, parece um tipo de dardo como aqueles dos filmes chineses em formato de estrela, ele então guarda em sua mochila e volta para o local onde todos dormiam.
Muitas perguntas surgem em minha mente como; será que ele tem algo haver com esse "acidente"? Ou ele é um espião da marfia? infelizmente não posso responder essas perguntas, por enquanto!

Olho para Pitter sentado de costas para mim e volto quieta junto dos outros agora acordados.

-Vamos embora daqui! Vamos subir por onde o ônibus capotou.-Grita Dolg. -Ainda não entendo porque ninguém veio nos socorrer!

Resolvemos começar a subir o morro na manhã seguinte, ou pelo menos esperávamos o socorro chegar antes, muitos estão machucados então dificultaria muito a nossa subida. Ninguém sabe explicar o que realmente aconteceu, porém eu sou a única que possui uma pista, penso em contar a todos o que vi, más e se ele for mesmo alguém perigoso? Não posso ariscar nossas vidas.
Ajudo ao máximo cuidar da pessoas que se machucaram bastante, temos uma longa manhã pela frente. Converso com uma mulher chamada Any, ela tem dois filhos sendo que um deles estava no ônibus e morreu com o impacto, consigo sentir sua dor, ela chora rios de lágrimas até seus olhos incharem totalmente. Por um longo período todos choravamos enquanto reunirmos os corpos e os tapavamos com roupas que agora não serviam mais nada.

Ao entardecer resolvo investigar Pitter, quanto ele finalmente sai de perto de sua bolsa sigo até ela e confiro que ninguém esteja olhando, abro primeiro os bolsos menores e apenas encontro cascas de balas e chicletes, quanto abro o bolso maior sinto o medo percorrer por todo meu corpo, coloco minha mão vagarosamente lá dentro como se tivese um animal venenoso a minha espera más o que encontro é ainda pior, sinto algo pesado e forte quando o puxo para minha visão vejo uma pequena arma. Assustada a jogo novamente na bolsa, vejo Pitter se aproximar e com um reflexo rápido estou novamente com aquela arma mortal em minha mão más agora apontado para Pitter.

-Quem é você um assa...ssi..no?-Pergunto trêmula, realmente não saiu assutador como queria.

-Calma menina.-Levanta as mãos fazendo gestos para mim abaixar a arma.-E você nem está segurando a arma direito!

-A você tá duvidando de mim!-Falo apontando a arma até sua cabeça.

-Kathe calma abaixa isso.-Grita Pricila chorando desesperada.

-Aonde você achou essa arma?-Pergunta Rafael.

-Na bolsa desse menininho aqui.-Gesticulo ainda apontando a arma para Pitter.

-Eu posso explicar! -Grita Pitter agora assustado.-Acinto para ele continuar.-Sim eu tenho algo haver com isso, me deixe pegar em minha bolsa a estrela!

Eu a pego enrolada em um pedaço de pano e seguro em minha outra mão.

-Tá estão vendo isso, isso é dos cobras uma gangue de mafiosos que eu sem querer me submeti a pedir dinheiro emprestado. Iriam matar minha mulher se eu não consegui-se dinheiro para o resgate.-chora.-Eles iam mata-lá, aos poucos eles foram criando juros, acabei me mudando de cidade más pelo visto estão me seguindo. -Preciso ver minha mulher e se eles a pegaram?-Se ajoelha chorando.

Por um momento me permito sentir dó desse homem chorando a minha frente, porém ele foi o causador deste desastre várias vidas foram perdidas e por pouco eu não fui uma dessas pessoas, muitas famílias foram destruídas, penso nos filhos deixados, não quero que mais pessoas sintam o que eu e Jhony passamos.

-Abaixa essa arma agora Kathe.-Diz Rafael se aproximando e pegando a arma de minha mão.

Lhe dou a arma e vou até Pitter.

-Levanta agente vai salvar ela! Vou te ajudar.-Falo o levantando.

-Nós vamos salvá-la.-Diz Rafael por trás de mim.

-Como vamos sair daqui!-Grita Pricila desesperada.

-Vamos subir pela manhã por inquanto vamos até um córrego que vi no meio da Floresta ali na frente.-Aponta Dolg para um local fechado na floresta.

Seguimos pelo local indicado, um atrás do outro formando uma grande fila mata adentro, apenas cinco pessoas que não aguentava andar permaneceram no local, e caso o socorro chegase avisariam-nos.
Olho para trás e vejo Rafael sorrindo de lado para mim, sorrio de volta e me concentro novamente em não tropeçar nos galhos a minha frente.

-Chegamos.-avisa Dolg.

Nos aproximamos de um pequeno córrego cheio de pedras e plantas a seu lado, todos começam a beber rapidamente sujando a água, me encaixo entre todos os sedentos e bebo na mesma velocidade.
Me levanto com a sede saciada e observo Rafael enquanto bebe a mesma, não sei a sua idade mas aparenta ter uns vinte e cinco anos, seus cabelos ondulados cor-de-mel estão molhados, me pergunto mentalmente como ele ser tão bonito, seus olhos claros refletem a água, ele levanta calmamente e me encara com curiosidade então desvio o olhar. Estou mergulhada em meus pensamentos quando ouvimos barulhos de tiros vindo de onde estávamos. Fico desesperada e me escondo atrás de Rafael, todos estão assutados.

-Fiquem quietos.-Sussurra Rafael.

-Devem ser eles! os cobras.-Fala Pitter.

Ficamos em silêncio uns chorando outros mais calmos, permanecemos naquele local até a noite chegar, voltamos ao local escondidos entre as árvores e encontramos todas as cinco pessoas que permaneceram aqui mortas, ao lado estavam pessoas encapuzadas fumando, e outras limpando armas bem maiores das quais já vi na vida.

-São eles.-Sussurra Pitter.-Vamos fugir.

Todos voltavam para o meio da floresta porém eu continuava ali intacta. Não posso deixar eles nos matarem assim sem mais nem menos, não posso deixar meu irmão, todos aqui tem familia e precisam delas. Vejo Rafael voltar até  mim.

-Vamos?-Sussurra me encarando.

-Não vou morrer sem ao menos lutar! -Falo e caminho até atrás do ônibus, Rafael parece chocado porém me segue.

-Sua maluca, agora vamos morrer.-Fala.

-Não te chamei para vir! Pode voltar!-Falo irritada.-vou ficar aqui até eles dormirem preciso viver pelo meu irmão, preciso de uma arma.

Ficamos em silêncio apenas observando um ao outro, até eles dormirem, quando todos estão deitados sigo até uma das bolsas que está mais próxima de mim e a pego, o homem ao seu lado dorme profundamente, sigo devagar e corro até Rafael.

-Vamos.-Sussurro.

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Oie gente espero que estejam gostando dessa história, por favor votem e comentem para me ajudar😍😁beijinhos
P.s. por favor me deem dicas!!

Caçados na florestaOnde histórias criam vida. Descubra agora