Capítulo IV - Final

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"Nossa. Acho que caí de lá de cima. O que será que aconteceu? Apaguei do nada."

Se a queda causou espanto nele, a voz misteriosa em sua cabeça foi além.

Precisamos nos encontrar imediatamente.

— Tá. Mas aparece. Oi — ele explica à um transeunte — eu tenho essa mania de falar sozinho. — Então Bruno levanta voo como se fosse o propulsor de uma nave, deixando as pessoas despenteadas. — Onde que encontro você?

No seu quarto. Não demore, pois tenho outras coisas que pedem minha atenção.

Quem será esse cara que fala comigo? Bruno está apreensivo à pensar que pode ser um daqueles mega vilões dos quadrinhos, afinal ele nunca teve algum desafio onde testou toda sua potencialidade. Será que havia mais mistérios sobre ele? Desde que descobrira-se dotado de capacidade extraordinárias jamais deixou de se questionar ou questionar pessoas que possuíam um nível de instrução mais elevado.

— Hã? — Foi o que conseguiu balbuciar quando encontrou uma figura esbelta sentada de pernas cruzadas, escondida atrás de um jornal.

Finalmente.

— Fala com a boca, já tem coisa esquisita demais na minha vida.

Prefiro me comunicar assim. Você devia tentar. Você é uma arma nas mãos desses governos corruptos e não percebe?

— O que você tá dizendo?

Faz o que estou fazendo ou desapareço e deixo você se lascar. Sozinho.

Tá. É assim? Tô fazendo certo?

Sim. Presta toda sua atenção. Isso que vou falar não é brincadeira, ser.

O jornal é abaixado e apresenta uma visão etérea de um ser humano.

— Você é mulher?

Sou Nas, uma forma de vida superior àquela que habita nesse caos fedorento chamado Terra.

Sem abrir a boca ou alterar expressões, Nas olha em volta com certo desprezo.

— Sai do meu quarto, eu não tô de brincadeira, ô vida superior. — Bruno disfarça e tenta atacar Nas, mas é imobilizado e suspenso no ar.

Não me insulte com essa demonstração ridícula de poder. Você é fraco e posso esmagá-lo com minha bota.

— Ai tá me irritando. Eu não respondo por mim quando for solto. E de uma vez, me solta. Me solta. — Bruno tenta lutar com as amarras invisíveis. — O que você quer?

Não temos tempo, vem comigo.

Um clarão envolve o rapaz que desmaia e acorda amarrado sob uma mesa de cirurgia.

Prontinho. Está livre disso.

Nas lhe apresenta uma placa de metal de poucos centímetros. No pulso há uma cicatriz.

Desculpe, terráqueo, mas eu precisei fazer isso com você. Você era rastreável com essa tecnologia sob sua pele. E quanto à pergunta que quer fazer: não me comunico igual à você, não sei falar seu idioma, mas entro na sua psique e podemos nos entender dessa forma.

— Aham. E como que você entende meus pensamentos, sabichão?

Você não quer saber de onde veio, porque é diferente?

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