Mapeando Teu Corpo (REVISÃO)

Capítulo Cinco

  Na frente do lindo Sofitel, em meio à uma calçada e do lado de uma avenida movimentada, eu estava envolvida nos braços do homem mais lindo que havia visto em toda a minha vida. Eu estava em outro mundo. Era como se o mundo lá fora entrasse em colapso e os nossos corações aqui dentro se bombardeassem cada vez mais rápido, no mesmo ritmo, onde eu pudesse sentir cada batida. Não dá pra voltar no tempo e apagar tudo que está acontecendo neste momento, sei que não devo, mas não consigo evitar, sinto que estes lábios foram feitos para os meus.

Infelizmente os pensamentos tomam conta da minha mente me fazendo lembrar que estou beijando o filho do meu chefe. Tenho que lidar com tudo que irá acontecer quando Samantha descobrir. Tudo isso está indo rápido demais. O que não sai da minha cabeça é se ele realmente correu atrás de tudo para que eu estivesse aqui neste exato momento. Sinto que é errado, mas não consigo controlar. Só não posso me iludir por um cara que se interessa por todas. Ainda mais no nosso primeiro beijo.

— Me desculpa, tenho que ir! — eu disse me afastando dele e entrando às pressas para dentro do hotel.

Tive que aguardar o elevador, então não tive tempo de fugir, assim ele aproveitou para vir falar comigo.

— Você vai sair assim sem falar nada? — se aproximou me puxando pelo braço.

— Eu não posso, Fleury! — me esquivei.

— Você pode sim — disse ele — se não pudesse não teria feito tudo o que fiz só pra te conhecer!

— Não consigo acreditar que você tenha feito tudo isso — elevei minha sobrancelha esquerda demonstrando desconfiança.

— Acha que sou incapaz? — me questionou com o olhar tristonho.

— Você é capaz. Só não acredito que tenha feito isso tudo por mim! — murmurei.

— Você acha que é quem para se desmerecer desta forma? — pegou em meu rosto.

— Qualquer uma para você!

O elevador abriu e entrei sem hesitar, o deixando para trás, mas isso não funciona com ele. O mesmo rapidamente se pôs dentro do elevador.

— Não consigo acreditar nisso! — agarrou meu braço.

— Você pode ter a mulher que quiser. Acha que eu seria a boba de confiar em você?

O elevador se fecha, estávamos só nós dois dentro dele.

— Eu estou interessado em você há meses, Hannah Guzman — me puxou para mais perto — você não sabe como é difícil lidar com a minha mãe reclamando sobre eu trabalhar o dia inteiro para trazer você aqui em Washington. Como é ficar dia e noite reservando quartos de hotel, cuidando de todos os gastos e ainda assim, ficar a maioria do meu tempo em um escritório cuidando dos serviços do meu pai. Tudo isso pra te conhecer, pra realizar o seu sonho, e o melhor, desfilar ao seu lado naquele tapete!

Ter ouvido isso me tocou profundamente. Por um momento, passou um filme na minha cabeça, como se a trilha sonora dissesse que eu deveria confiar e abrir o meu coração.

Com os corpos colados um ao outro, senti a respiração quente dele se aproximar do meu rosto. Quando nossos lábios estavam prestes a se tocarem, o elevador se abre no corredor onde ficava a minha suíte. Me ajeitei rapidamente. Quando abriu, nos demos de cara com duas moças que aguardavam. Elas olhavam atentamente para Fleury, cochichando, o que me deixou totalmente desconfortável. Fingi não ter visto, nem ter sentido ciúmes, mesmo por ele ter trocado olhares com uma delas.

— Até aqui está bom! — eu disse me referindo à porta da minha suíte.

— Não vai me convidar para entrar? — se aproximou da porta.