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Gael.

Quando O peão chegou avisando que havia uma lage trincada prestes a cair, meu primeiro pensamento foi correr pra evacuar o prédio, corri pelos andares como um louco avisando que estava tudo ruindo, houve um princípio de pânico e os peões desceram ...

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Quando O peão chegou avisando que havia uma lage trincada prestes a cair, meu primeiro pensamento foi correr pra evacuar o prédio, corri pelos andares como um louco avisando que estava tudo ruindo, houve um princípio de pânico e os peões desceram tropeçando uns nos outros se atropelando pra chegar até os elevadores. Quando estávamos quase alcançando ao último andar para avisar as pessoas que ocupavam o último andar, um peão me avisou que tinha uma pessoa no escritório, no terceiro andar, eu sai do elevador e subi as escadas correndo e quando cheguei ao escritório, entrei mas não havia ninguém, é provável que ele tenha se enganado. Ao me virar para sair eu vi o Bernard na porta com o mesmo peão que me avisou.

— Não tem ninguém aqui! Vamos rápido. Temos que avisar aos outros— avisei aos gritos e nesse momento o Bernard me empurrou pegando- me desprevenido e eu desequilibrei caindo no chão enquanto ele e o peão fechavam a porta. —É claro que tem alguém ai dentro, você seu idiota certinho, porque tinha que avisar? Tinha que ter descido e salvado sua vida, agora vai ficar aí e morrer— disse com sarcasmo através da porta que nos separava .

Fiquei de pé e corri , batendo contra a madeira da porta

—Bernard, Abra essa porta! Tenho que avisar os demais. — Eu já não ouço mais a voz Dele, deve ter corrido covarde, quando eu sair daqui... ouvi barulho de vozes, ele está voltando. Deve ter se arrependido e veio me soltar.

—Ele está ai dentro? — A voz pergunta. Eu reconheço essa voz.

—Sim senhor! Tem certeza quer deixa- ló ai?

—Sim, esse saiu a mãe, é um fracote que jamais vai concordar com os negócios da família. Vamos deixá-lo aí, será melhor que ter que mata-lo. Ele chegou muito longe nas investigações.

A voz é do meu pai. Sem dúvida é a voz dele. Mesmo que esteja longe eu reconheço a voz do meu pai. Bato forte e grito

—Pai! Tira-me daqui! Por favor, me tira daqui!

Ouço os passos deles se retirando, ouço as vozes cada vez mais longe, Ate que o silêncio reina , até que de repente a gritaria começa , vem de cima , e pelo barulho , há muita gente correndo. Sinto um cheiro forte de poeira, pego uma ferramenta que está em um canto e forço a porta que abre , consigo correr e me misturar aos peões que corriam escada a baixo. Alguns entraram  no elevador quando ouvi um estrondo muito forte e algo pesado  caiu sobre a minha cabeça, depois disso só o silêncio e a escuridão. Quando acordei era como se eu estivesse preso em outra dimensão. Meus sentidos estavam confusos, e um barulho estranho em meus ouvidos  insistia em deixar-me mais ansioso. Tive lapsos angustiantes. Houve um momento que posso jurar ter ouvido a voz do meu pai e da mãe discutindo, onde os soluços infindáveis da mãe soavam como suplicas desesperada, todavia meu pai se mostrava irredutível , ainda mais frio que costume

—Você sabe que temos que fazer isso. Era pra ele ter morrido lá naquele acidente. Teria sido tudo tão mais fácil, Mas aquela maldita secretária tinha que salva-lo, a idiota enfrentou o perigo e o encontrou em meio aos escombros. Agora é com você. Acaba logo com isso, ou você sabe quem sofrerá as consequências — dá ultimato furioso .

Perfume/ VOLTARÁ EM JANEIRO DE 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora