just friends. || Jimin + Rosé

10 / what I should say?

"O que eu digo?"

[...]

- Eu...
- Se você não quiser aceitar, eu-
- Não, não! Eu.. Aceito.
- O quê? É sério? —Suga pareceu surpreso. – Pensei que não aceitaria.
- Mas eu quero tentar. —falei.
- Comigo? —ele se virou e sorriu, bem próximo de mim. Eu realmente queria tentar algo com Suga, e apesar de eu amar Jimin, não consigo ver ele como meu namorado agora.
Tomei coragem e o beijei, mas estávamos com tanto sono que dormimos juntos no sofá mesmo.

[..]

Acordei sem ele ao meu lado e só com meu cobertor, que geralmente fica na minha cama.
Tinha um bilhete em cima de mim.

"Bom dia, desculpa não te acordar, tive que sair cedo pra trabalhar e vi que você dormia tão bem que nem quis atrapalhar.
Se quiser, mais tarde nos encontramos, aproveite seu dia de folga.

E ah, você é linda até mesmo dormindo.

Ass: Yoongi."

Que anjinho.
Peguei meu celular e havia 62 mensagens, Lisa e Jimin não pararam de mandar mensagens desde ontem. Lisa até me ligou umas 4 vezes.
Pra falar a verdade, fui ver e Jimin havia me enviado apenas 3 mensagens.

[messages]

Otário💗: Chegou bem em casa?

Otário💗: Ok, desculpa, eu sei que isso é desnecessário, sei que Suga te levou pra casa em segurança.

Otário💗: Boa noite.

Fiquei preocupada, mas pior ainda quando lembrei que tinha que contar que eu e Suga estávamos namorando. O que eu vou dizer? Não posso simplesmente chegar nele e dizer que eu e Suga resolvemos tentar algo novo, depois de todo aquele papo de estarmos eu e Jimin apaixonados um pelo outro.

Resolvi aproveitar e ir até o apartamento de Jimin dessa vez, falar com ele pessoalmente.

Chegando lá, infelizmente ele ainda não havia chegado do trabalho, já eram 4 horas da tarde. Fiquei o esperando, sentada, do lado de fora do apartamento.
Esperei por uns 30 minutos, quando ele finalmente chegou e eu me levantei.
- Chaeyoung? —perguntou, confuso. Sorri.
- Jimin.
- O que tá fazendo aqui? Eu podia ir lá se você fal-
- Não, sem problemas. Eu preferi vir.
- Minha casa tá uma bagunça.
- Como se eu não conhecesse. —revirei os olhos.
- Ah, tudo bem. —disse, enquanto abria a porta. – Vem, entra. —deu um sorrisinho sem mostrar os dentes, não parecia muito bem.
- Tudo bem com você? Parece estranho.
- Eu só tô cansado, preciso tomar um banho, sabe o que é ficar horas treinando com Hoseok? Isso é a morte total, ele nem cansa. E a noite ainda tenho que ajudá-lo nas aulas. Mas enfim, tô feliz que consegui me sair bem e irei ensinar bem. —sorriu.
- Fico feliz por você também. —sorri, porém observei que ele estava diferente fisicamente. – Você.. Emagreceu?
- O quê? —ele ficou assustado.
- Jimin, você tá comendo direito?
- Será que podemos ir ao assunto que você quer ter comigo?
- Jimin, me responde.
- Sim, eu tô. Agora podemos? —Ficamos em silêncio por alguns segundos enquanto eu o observava. – É... Bom, senta aí. Quer alguma coisa? —perguntou, meio sem jeito.
- Não, obrigada. Eu preciso te contar uma coisa, só isso. —disse, me sentando.
- Primeiro —começou a falar, pegando um banco e se sentando na minha frente. – Preciso saber se Suga te deixou bem e segura em casa. —Jimin se preocupava comigo, e me deixava um pouco tensa ter que dizer que ele dormiu lá, mas não posso mentir pra ele.
- Suga dormiu lá. —fui direta, apertando minhas mãos, com nervosismo. Jimin mudou sua expressão totalmente.
- Ele.. Dormiu com você? —Jimin parecia não se sentir mais o único a fazer isso. Ele era o único que dormia lá apenas por dormir, mas acabou deixando de ser.
- Sim. —nos olhávamos nos olhos, o que me deixava pior por ver que não estava o deixando nada bem. – Mas não aconteceu nada, apenas dormimos.
- Não? Ah... Tudo bem. —e olhou pra baixo. Fiquei mal. Muito mal. Porque não tinha nem falado tudo.
- Não acho que deveria mentir pra você de forma alguma, Jimin. —disse e ele levantou a cabeça.
- Sim, claro. Nem eu pra você, nunca.
- Jimin, eu e Suga.. —suspirei antes de continuar. – Estamos namorando.
- O quê?! —respondeu rápido e em um tom mais alto. – Não, calma, desculpa. Espera... Vocês...? —ele apontava pra mim.
- Sim, estamos. —falei de um jeito como se estivesse totalmente decidida. – Mas estamos tentando, sabe. Só queremos tentar ver como seria e se iria dar certo. —disse calmamente, mas Jimin olhou pra baixo negando com a cabeça.
- Tentar ver como seria e se iria dar certo? Pff, não é possível.
- O quê? O que eu disse de errado? —perguntei e ele se levantou.
- Você me disse que queria pensar sobre se tornar minha namorada. —meu coração acelerava um pouco quando ele tocava nesse assunto.
- E?
- Você poderia ter dito o mesmo sobre nós dois. Por quê nem ao menos tentou como está fazendo com Suga? —ele perguntou, e eu entendi onde queria chegar. Me levantei também.
- Você pode me desculpar?
- Por quê... Por quê você... Por quê, Rosé? —não respondi. – Eu só quero entender o que há de errado sendo que você começou a dizer que estava apaixonada por mim primeiro. Por quê mudou de ideia de uma forma tão rápida? O que eu fiz pra você? Por quê não pode tentar comigo?
- Eu não posso namorar você, Jimin! —disse logo após ele terminar, em um tom mais alto, não aguentei tantas perguntas. Ele não respondeu. – Eu não consigo imaginar meu futuro sendo sua namorada e.. E tratando você como meu namorado. Você é meu melhor amigo, e não sei se deveríamos ser mais do que isso.
- E quanto à "você é a pessoa que quero acordar e ver todos os dias"? —fiquei em silêncio, eu realmente havia dito isso. – Não pensei que pudesse ser assim.
- Mas eu sou, Jimin. Não posso mudar de ideia? —pronto, tudo ia desmoronar novamente, pois eu estava ficando com raiva.
- Então pode sair da minha casa.
- O quê?
- Saia. —disse, desviando o olhar e abrindo a porta pra mim.
- Por que tanta raiva? Por que ficar com raiva do que eu escolh-
- Não estou com raiva. —disse, e pude ver que não, ele falava no tom de voz normal, calmo. – Só decepcionado. —olhou pra mim, e eu vi nos seus olhos o mesmo que vi quando brigamos no dia que ele bateu em Suga. Aquele olhar me deixava pior do que já me sentia naquele momento.
Não tive escolhas a não ser sair.
Olhei pra ele antes, mas ele não olhava pra mim. Percebi que seus olhos lacrimejavam, e decidi ir logo sem olhar pra trás, com medo de olhar e vê-lo chorar.
Não tinha coisa pior.