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08 de setembro

– Você jura que quer que seja assim?    Disse Pedro olhando para baixo

– Eu não sei, mas acho que é o mais justo a se fazer agora.

– Então ok. Fim. É isso.

E no caminho de volta pra casa, nenhuma palavra.

Antes de contar o motivo dessa conversa, preciso dizer que eu ainda não me conformo com o que a vida faz com a gente ou o que a gente faz com a vida, ainda não decidi.
Na minha cabeça as coisas parecem bem mais fáceis, mas na hora de pôr em prática eu... (????????)

As coisas são simples, mas sempre me surge um drama particular. e advinha : bummm!

Eu estava no ônibus, indo pra Academia de artes, até aí tudo normal. fone no ouvido, escutando um compilado de Los hermanos/Forfun/Beethoven, olhando pra paisagem e me imaginando numa cena de filme. Até o momento que sou importunada por um indivíduo.
(Deixo claro que meu ouvido esquerdo só tem 23% da audição).

– Oi! Eu gosto bastante dessa música, mas acho que você pode ficar surda.

Disse ***** ( pra dar um suspense)

Dei uma leva gargalhada, provavelmente deixando escapar uns cuspes.

– Tá tudo bem? perguntou intrigado ou constrangido

– É que eu não escuto quase nada de um dos meus ouvidos.

– Ahh! Sério, me perdoe. Eu..eu não tive a intenção. É qu...

– Tudo bem, moço! Eu achei bem engraçado na realidade

– Me Chamo David Latrósy!

– Ah, prazer David Latrósy, e eu me chamo Ana, só Ana mesmo.

– Me chame só de David, é costume dizer o sobrenome, prazer Ana. Pelo que vi, ou melhor dizendo, ouvi, você tem um ótimo gosto musical. E sobre isso, posso dizer que entendo.

Conversamos até a última parada do ônibus.

Descobri que David era músico e um tipo de poesia que é difícil de se compreender, que ao mesmo tempo que era intenso ele era um pouco vago. Acho que é importante que vocês saibam que as vezes parece que ele joga com a vida.

– Foi um prazer conversar com você, Ana.

– Digo o mesmo David. Bom, eu vou andando, acho que tô um pouco atrasada.

     Levanto e saio do ônibus, correndo como sempre. Sempre fui ruim com horários.

Será que só eu vejo isso?Onde histórias criam vida. Descubra agora