Uni-Verso

Quatro(!)

"As vezes finais precisam acontecer, para que a gente possa aprender a recomeçar"

Queria começar te agradecendo pelo que significou, pelo que foi e pelo que me ajudou a ser. Por acreditar em mim, e principalmente, por aumentar a minha confiança em mim mesma.
Queria agradecer por, mesmo em meio aos percalços, ter se posto ao meu lado, ter me ajudado a me recompor, não ter me julgado e ter me ouvido (É, eu sei, eu falo demais...).
Obrigada por me ajudar a reconhecer que, mesmo que todas as estrelas ao meu redor estejam em declínio, eu não sou apenas uma estrela, eu sou um universo inteiro. Eu sou eternamente grata ao cosmos por ter me permitido viver esse pequeno pedaço do infinito, esse feixe de luz em uma escuridão.

Mesmo em meio a dor que ronda meu peito nesse momento, eu não consigo mudar o sentimento pra nada que seja ruim, a dor é apenas pq eu ainda não tenho a incrível capacidade de deixar ir, desapegar... me agarro tanto a meu sentimentalismo, idealismo e imaginário, que a realidade muitas vezes passa despercebida, mas quando ela bate a minha porta, é impossível n senti-la da forma mais voraz existente.
É que quando algo chega ao fim sufoca, principalmente algo tão bom. Nos enche de medo, incertezas, focamos tanto no que perdemos que esquecemos o que podemos ganhar, ou até mesmo no que já ganhamos... SIM, nós sempre ganhamos algo, experiencia, lembranças, sentimentos, sorrisos... e eu ganhei muito nessa sua passagem por aqui. E tudo posso resumir em uma palavra: INTENSIDADE.

É engraçado como falam por aí que reciprocidade é a base do amor. Eu discordo, pode ser a base do relacionamento, mas, o amor genuíno não precisa dessa auto afirmação, o Amor não é vaidoso. Como afirmaria Shakespeare, "(...)Amor não é amor se quando encontra um obstáculo se altera ou se vacila ao mínimo temor. Amor é um marco eterno, dominante. Que encara a tempestade com bravura. É astro que norteia vela errante (...)". Talvez por isso eu não esteja vendo com outros olhos o sentimento que tenho, e tenho certeza tê-lo. Há muitas formas de amar, muitas formas de amor. Porque amor não é conceito, é pratica. Eu poderia, ainda, pautar dezenas de motivos explicando porque te amo, mas não faria muito sentido pra ninguém, provavelmente, nem mesmo pra mim. O amor não busca motivos. O amor não é feito de sentido, ele apenas é sentido.

Fins sempre são poéticos, pena eu não ser tão boa escritora quanto você... Mas se me permite parafrasear Drummond "[...] Mas as coisas findas, muito mais que lindas. Essas ficarão." Essa é a lei da vida, aprendi isso ainda criança. Tudo nasce, cresce se reproduz e fim (nada morreu, apenas acabou). Foi um sentimento que nasceu quase imediatamente, foi alimentado e nutrido, cresceu (muito) reproduziu-se através de sorrisos, gestos, olhares que foram percebidos até por estranhos, e assim disseminou-se. E agora... FIM. Eternizou-se

Eu não poderia falar sobre fins sem citar Vinicius de Moraes, as palavras mais verdadeiras que carrego em mim desde os 12 anos, vem de um de seus Sonetos:

"Que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure"

E assim como o fogo, ardeu e queimou até seu ultimo minuto, e ficou eternizado no infinito de cada um.

"Algumas pessoas são eternas mesmo que não permaneçam em nossas vidas para sempre"
30/08/2018

Irene Leão