Kim Taehyung.
Hmm, era um bom nome de se pronunciar na cabeça. Forte, combinava com ele.Provavelmente estava devaneando muito sobre o nome do garoto, porquê quando percebi, meu irmão estava estalando os dedos na minha cara.
— Ei, Terra chamando Jeongguk! — estava me sentindo um bobo ao ter a atenção chamada daquela forma e as bochechas ruborizaram ao ver o sorriso fechado que Taehyung tinha em seu rosto naquele momento.
Balancei a cabeça, confirmando que estava dando atenção cem por cento aos dois. Junghyun agia com toda a cortesia que eu não tinha, e logo os dois estavam sentados em uma poltrona e na minha cama.
— Bom, como eu te disse mais cedo, Tae é do departamento de artes da faculdade...
— Isso mesmo. — o cômodo foi preenchido pela voz rouca e profunda do ruivo. — Essas são suas?
Ele apontava para algumas telas que ainda estavam no chão por conta da mudança e da falta de criatividade para um lugar onde pendurá-las. Com um sorriso mínimo nos lábios, confirmei a pergunta com a cabeça, arrumando os fios negros que haviam caído sobre os olhos.
— São muito bonitas, meus colegas da turma de artes plásticas irão gostar bastante. Eu posso hm... tirar uma foto delas?
Podia sentir o receio no tom de voz de Taehyung. Meu irmão me olhava igualmente nervoso, ambos esperando uma resposta de mim. Parei um segundo para analisar as telas que tinha à disposição, e pela primeira vez, todas elas pareciam sem cor demais para o meu gosto. Talvez a culpa fosse do tom de fogo que os cabelos do outro tinham, que atraia todas as atenções para ele, mas não achei que deveria deixá-lo com aquelas pinturas.
Não quando ele parecia ser a cor em si.Antes de lhe dar a resposta, parei para prestar atenção na sua fala. Apontei para ele e depois para as telas, querendo saber se ele também pintava alguma coisa. Seria um ponto chamativo se compartilhasse do mesmo ofício.
O ruivo me olhou confuso por alguns segundos, tentando decifrar o que estava tentando lhe perguntar. Não o culpava por isso, ainda mais quando era seu primeiro contato comigo. Não saberia lhe explicar bem, mas Junghyun foi rápido e disse o que eu queria saber.— Se eu pinto? Ah, não não. Não tenho talento para isso. — e mais uma vez fomos agraciados por aquele sorriso quadrado.
Não pintava. Bom, foi uma boa tentativa de achar um amigo com coisas em comum.
— ... Eu toco saxofone. — completou.
É... talvez eu gostasse de trabalhar com diferenças. Nem só de tinta vive o homem.
Ainda tímido, movi a cabeça de um lado para o outro, negando sua proposta de fotografá-las. Taehyung pareceu extremamente desapontado e agora os lábios fartos e desenhados ornavam um bico triste.
"Fartos e desenhados? Jeongguk, por quê diabos está dando tantos adjetivos para esse garoto?"
E mais uma vez, fui chamado a atenção por um Junghyun praticamente implorando para que eu deixasse o ruivo tirar um registro das telas. Novamente, a resposta foi a mesma.
Ele parecia um pouco desapontado. Talvez estivesse pensando que eu não queria ir para a faculdade ou estava dificultando as coisas para não ir de propósito. Na verdade, eu só não queria entregá-lo aquelas pinturas.
— Hyung, está tudo bem. — ainda estava besta com como a voz do ruivo era calorosa e tomava todas as atenções. — Se o garoto não quer, não podemos forçá-lo. Ainda assim...
Taehyung tinha se levantado da cama e agora caminhava na minha direção. Acabei me afastando, um ato involuntário de defesa. Nos últimos anos, não foram muitas as pessoas que quiseram se aproximar de mim, então, ainda era estranho ter aquele garoto realmente interessado nas minhas pinturas e em conversar comigo.
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Silentia
أدب الهواةAtormentado por um passado conturbado e um presente silencioso, Jeon Jeongguk é um pintor atípico, e suas obras são seu único modo de expressão, já que palavra alguma sai de sua boca desde o "incidente". Quando finalmente está livre de anos de conf...