Prólogo

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Era mais um dia ensolarado do mês de dezembro

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Era mais um dia ensolarado do mês de
dezembro. Do lado de
fora da grande casa branca e cinza do sítio dos meus tios, vi todo o
meu sonho tomando forma. As pessoas andavam de um lado para o
outro apressadamente, como se estivessem correndo contra o tempo, e de todo modo estavam mesmo. Era o dia do meu casamento. O dia em
que minha vida iria mudar por completo, e que meus sonhos passariam
a ser compartilhados com outra pessoa, além dos meus diários.
Tudo estava indo do jeito que imaginei há 01 ano. As flores que
haviam sido escolhidas por Pedro, meu futuro marido, eram girassóis.
Elas formavam um lindo caminho até o altar junto com um grande
tapete vermelho.
As cadeiras eram brancas e muito bem entalhadas em madeira
fina. A tenda que ainda estava sendo armada no local aonde os convidados iriam ficar era grande, e a pedido meu, seria toda iluminada por
pequenas luzes de LED.
Os instrumentos musicais já estavam posicionados nos devidos
lugares. Optei por música ao vivo ao invés de um DJ. Um piano de
cauda, um violino e um violoncelo foram a escolha para essa data tão
importante para mim.
Meu vestido havia acabado de ser entregue. Caminhei até a cama
onde a grande capa branca estava regiamente posicionada. Desci lenta-
mente o zíper, revelando a beleza que era o vestido feito especialmente
para mim. Suspiro ao pegar o véu em minhas mãos.
— Filha? — Guardei tudo ao ouvir o som da voz de meu pai do
outro lado da porta.
— Pode entrar.
Lentamente ele entrou. Seu olhar era tenso, como se algo estives-
se acontecendo. O olhei séria e sem precisar falar nada ele me respondeu: — Está tudo bem com o Pedro. Ele não desistiu do casamento.
Suspirando de alívio, com uma mão no peito, sentei na cama
buscando o controle que sempre tive.
— O que houve? — Indaguei, depois de alguns segundos me
recuperando. — O senhor está com aquele olhar.
— Que olhar?
— Olhar de quem traz notícias ruins, igual quando me deu a
notícia da doença da mamãe.
Lembrar de minha mãe ainda dói. Está recente sua partida, e a
ferida em meu peito ainda não cicatrizou; nem sei se algum dia vai cicatrizar, para falar a verdade. Ela se foi cedo demais. Mal tinha acabado
de completar trinta e sete anos quando o câncer a venceu.
— Não são notícias ruins. — Falou, ao sentar do meu lado. Pegou
minhas mãos agora frias e as beijou. — Você quer realmente se casar?
— Pai, claro que quero. — Tentei responder calma. — O senhor
sabe o quanto o Pedro me faz bem. Depois da morte da mamãe, ele foi
a pessoa que mais esteve ao meu lado. Eu o amo.
— É que você ainda é tão nova, só tem dezoito anos. Não aproveitou nada da vida. Tem uma estrada para ser trilhada antes de dar um
passo tão importante como esse.
Eu não discordava do que meu pai estava falando, realmente eu
era bem nova. Mas por que deixar para depois algo que quero?
— Se eu me lembro bem, minha mãe me teve quando também
tinha 19 anos.
— Por isso mesmo. Sei o que ela teve que abrir mão. Os sonhos
que deixou de lado para se dedicar a uma vida do lar. — Comentou ele,
me olhando sério. — Não estou dizendo que você foi um impedimento
para sua mãe, mas ela teve que esperar até que você estivesse crescida
para dar continuidade aos sonhos.
— Pai, eu não estou grávida, e nem pretendo ter filhos tão cedo.
— Beijei sua testa e olhei no fundo dos seus olhos. — Vou se a médica
cardiologista que sempre sonhei. Vou fazer o bem. Construir laços de
amizades. Vou me casar hoje, e não cavar minha cova.
Meu pai se deu por vencido depois dessa conversa.
Anália e Giovanni, meus melhores amigos desde a infância, me
ajudaram a ficar linda para o grande momento. Anália, que era ma-
quiadora profissional, fez questão de fazer a produção no meu rosto.
Ela fez uma maquiagem bem clara nos meus olhos, apenas ressaltando
meus lábios. Meus cabelos, tanto ela quanto eu, preferimos deixar os
fios escuros soltos. Uma coroa estava presa no topo da minha cabeça
junto com o véu.
Giovanni havia sido o criador do lindíssimo e elegante vestido de
noiva. Ele era um grande estilista que ainda tinha medo de mostrar suas
belas obras, mas acabou abrindo mão da sua timidez quando soube que
eu iria me casar. O vestido parecia ser um sonho de tão lindo que era.
Num corte princesa com um decote em V, longo, sem mangas e com
uma abertura nas costas que a deixava nua, ele combinava perfeitamente com o véu, que era médio.
Calcei os saltos altos da cor branca, peguei o buquê das mãos
da minha amiga e caminhei a passos lentos ao lado do meu pai até o
homem da vida.
Naquele momento eu deixaria de ser uma garotinha para me tornar uma mulher.

Além Do Proibido - Série Amores Perigosos - Livro 1 [AMOSTRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora