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Amizades que te mudam, te influenciam.
═══ • ◆ • ═══Rodrigo se sentiu desolado depois da despedida de Clara, então teve uma ótima ideia para suprir esse sentimento. Caminhou na companhia do irmão até o centro, perto da escola, e depois seus caminhos foram separados. Ele não entendeu direito o que o irmão quis dizer com "preciso fazer umas coisas, Mel estava certa", e nem queria perder seu precioso tempo pedindo mais explicações, então ele marchou para o bairro no lado oposto da cidade, onde seus amigos de festa moravam. As ruas do lado de lá da rodovia estavam tranquilas naquela tarde, o sol já estava à pino e ele sentia sua cabeça queimar e o suor escorrer por suas têmporas, mas não demoraria a chegar ao seu destino.
Ele sabia o caminho de cor e dobrou as ruas estreitas e calçadas até chegar em frente à casinha de alvenaria azul com cerca viva na frente, a casa de Luana. Como de costume, ele apenas foi entrando sem bater, pois as janelas de vidro atrás das grades marrons estavam abertas e o som alto, indicando que ela estava em casa, seus pais almoçavam no trabalho e só chegariam perto da noite. A fome bateu no rapaz e ele não conseguiu resistir ao entrar na cozinha e ver Luana em frente ao fogão só de calcinha e camiseta mexendo nas panelas, o cheiro estava bom.
— Ahhh — ela gritou de susto sentindo algo subir suas pernas desnudas, e ao perceber que era Rodrigo e não um inseto, o encheu de bofetadas onde tinha alcance até ele conseguir segurar seus braços com seus rostos próximos.
— Oi Lua — ele disse com a respiração pesada beijando em seguida seus lábios suavemente, ela fraquejou e ele se sentiu seguro para soltá-la, que o abraçou pelo pescoço colando seus corpos, e sentindo o desejo a dominar.
Luana girou os botões do fogão apagando as chamas, então o rapaz a pegou no colo passando as pernas pela sua cintura e cruzando nas suas costas para que ela tivesse firmeza e não caísse. Fazendo isso Luana logo sentiu o membro rígido de Rodrigo que gemeu com o contato, ela deu um sorriso malicioso e tornou a beija-lo. Nessa posição Rodrigo caminhou até o quarto todo decorado de rosa, deitando a moça em sua cama de casal sem nenhum cuidado, retirando suas peças de baixo e deitando por cima da moça. Em seguida Rodrigo tirou sua camiseta plantando beijos no pescoço e colo de Luana, fazendo-a arfar e balbuciar palavras incompreensíveis. Luana o amava e por mais que ele só quisesse prazer, ela queria ter Rodrigo por completo e a qualquer custo; seu corpo gritava por ele, cada toque, cada beijo a deixava ainda mais sedenta por tê-lo dentro de si. Palavras não cabiam no momento, e ela não tinha muito a dizer, mas desejava ouvir pelo menos uma vez que ele a amava.
Rodrigo sem a menor cerimônia puxou a calcinha de renda branca até os tornozelos e a penetrou de uma única vez com precisão e forte, arrancando um grito de Luana que mesclava dor e prazer. Ele sorriu safado constatando o quanto estava sentindo prazer em vê-la contorcendo embaixo de si. As estocadas ficavam cada vez mais rápidas, o prazer cada vez maior. Muita coisa se passava na cabeça da jovem Luana, quando deu por si, no furor do momento, ela implorou por algo que a mesma sabia que não iria acontecer.
— Porque precisa dela? Fica comigo, fica comigo para sempre! — puxa Rodrigo para um beijo urgente.
— Você sabe que não posso... — ele diz perto do seu pescoço ao se desvencilhar do beijo, sua voz saiu ofegante, deu uma mordiscada no seu ombro que logo apareceu uma marca roxa. Rodrigo queria ela na sua cama, somente por puro desejo, o pouco sentimento que ele tinha não era suficiente para ter um relacionamento sério com ela. Ele queria tê-la em seus braços o máximo que podia, queria deflorar seu corpo de todos os modos e aplacar todo o desejo que tinha por ela.
A sincronia com que chegaram no seu ápice era indiscutível e isso fez Luana o questionar novamente, porque ele queria brincar com Clara, uma jovem moça que mal sabe da vida e nem de como satisfazer um homem na cama, ou será que ao invés dele estar querendo brincar com Clara ele estava querendo mesmo era brincar com a pobre Luana?
Luana saiu rapidamente debaixo de Rodrigo e correu para o banheiro levando consigo suas roupas, disse que precisava se limpar, mas era para que o rapaz não visse as lágrimas que teimaram em escorrer por sua face corada e suada do momento anterior. Mais calma, Luana saiu do banheiro para que o rapaz pudesse usar, seu rosto não estava mais suado e agora ela estava vestida. Tratou de vestir um shorts também e caminhou até a cozinha para terminar o preparo do almoço.
Rodrigo saiu do banheiro quando Luana organizava os pratos e talheres em cima da toalha bordada coberta por um plástico transparente, feito à mão pela mãe da moça. Serviram-se e comeram em silêncio até não restar nada no prato.
O clima era desconfortável e de longe a galera notou quando chegaram no mesmo momento na casa de Luana para a reunião diária e trataram de mudar logo essa situação. As gêmeas trouxeram algo de presente para Luana que levantou seu astral rapidamente, um cigarro especial que ao tragar o fumante sentia um prazer, um êxtase de curto prazo. Ele continha uma substância que também era encontrado em chocolates e cocaína, que estimulava a endorfina no organismo. Não demorou até que Luana estivesse radiante e chapada, como se nada tivesse acontecido. Logo os outros do grupo, Henrique e as gêmeas, estavam assim também. Ligaram o som e curtiram ao som de Cindy Lauper.
Rodrigo pareceu não curtir esse novo produto, e resolveu ficar apenas no cigarro convencional e no whisky que o trio trouxera. Henrique percebeu que o rapaz não entrava no clima de jeito algum, então lhe ofereceu algo diferente.
— Você sabe que eu não curto essas coisas — Rodrigo disse ao pegar na mão o pacotinho com um pó branco, ele nunca tinha usado, nem ao menos visto, mas sabia muito bem a causa e efeito.
— O lance é você saber usar — Henrique aconselhou enquanto deslacrava o pacotinho e formava uma fina e curta fileira do produto em cima da mesa de vidro da sala de televisão.
Tocava oh girl just wanna have fun da lenda feminina do Rock'n Roll enquanto Rodrigo aspirava o pó branco com um canudinho feito de nota de papel.
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Diego pensou nas palavras de Mel quando chegaram na sorveteria, e se ele mostrasse ser um rapaz melhor conseguindo um emprego? Ele não sabia se passaria realmente uma boa impressão com esse feito, mas faria de qualquer maneira. O rapaz não tinha sido preparado para isso ainda, então fez o que ele achava ser certo, caminhou até o centro da cidade com seu irmão e quando se despediram para seguirem caminhos diferentes, ele andou pelo centro da cidade perguntando nos comércios se tinha vaga para trabalhar e se ele atendia os requisitos.
Passou para falar com o gerente da Casa de Pesca e da Ferramenta, onde tinha ido havia pouco tempo com seu pai, na Casa do Pescador, mesmo se o pagamento fosse em peixes, ele poderia vender para conseguir dinheiro. Passou no Mercado Municipal, pequenas mercearias e verdureiras, e nada de Diego conseguir um emprego. Caminhou a tarde toda e antes de escurecer resolveu ir para casa, não conseguiu alcançar seu objetivo e já se encontrava faminto. O céu enegreceu lentamente, por sua sorte estava perto de casa quando a rodovia se tornou um completo breu, iluminado apenas pelos faróis dos carros que volta e meia passavam por ele iluminando a estrada.
Diego entrou pelo enorme portão de ferro que ficava entre os muros altos do terreno, caminhou entre as árvores que acompanhavam o caminho calçado. Seu pensamento voava longe e quase sem esperança, estava realmente na hora de começar a ganhar o seu dinheiro, mas não tinha ideia de onde mais procurar emprego. Encontrou seu pai na sala de televisão sentado no sofá assistindo o jornal. Desabafou suas frustrações e seu pai enxergou seu esforço e prometeu lhe ajudar abaixando o volume da televisão antes.
— Realmente eu confesso que errei nisso com vocês, vou fazer o possível para ajudar — Coronel vendo que o semblante de seu filho mudou de um preocupado para um mais esperançoso, voltou sua atenção ao aparelho e alteou o volume novamente.
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As semanas passaram e o ano chegou ao fim, os preparativos para a virada do ano na rua das amigas estava a todo vapor. Antes do por do sol muitos familiares já tinham chegado, alguns se reuniram ao redor de mesas para jogarem cartas, outros se reuniram ao redor de churrasqueiras para o preparo da carne, as mulheres na cozinha contando as novidades da família, até as crianças se reuniram para brincar de esconde-esconde.
Nenhum dos meninos apareceu nessa semana, as amigas acharam estranho, mas nenhuma delas foram atrás deles, até porque nem tinham como ir até a casa dos irmãos. Pensaram ser o destino tirando de seus caminhos o que não prestava, então seguiram suas vidas normalmente. Exceto Clara que já estava apaixonada por Rodrigo e ficava imaginando mil e uma coisas que poderia ter afastado o rapaz. A moça ficava se perguntando se tinha falado algo de errado, ou feito algo de errado para ele se chatear, mas não conseguiu se lembrar de nada. Decidiu que não choraria as pitangas mais, caminhou até o espelho da sua penteadeira, fez uma maquiagem que combinaria com o seu look de virada de ano e foi ajudar sua mãe no preparativos da ceia. Cada família ia cear na sua casa, mas depois das dez horas da noite todos iam se reunir em frente à suas casas para a comemoração.
Em frente à casa de Clara e Amélia foi montado um portal de balões de prata com confetes dentro, e quando os fogos iniciarem, todos que quiserem participar deverão passar pelo portal primeiro com o pé direito e assim iniciar as festividades de ano novo, com saudações, champanhe e muito abraço.
Em frente à casa do senhor Olavo, mais no início da rua, seus filhos montaram uma bateria de fogos de artifício, daqueles bem bonitos que fazia uma trilha de chuviscos como um buquê de flores. Em frente à casa do senhor e senhora Paz, que moravam entre o senhor Olavo e a Dona Cassilda, foi montado uma bateria daqueles que só faziam um ou dois estouros, são mais baratos, então tinha uma quantidade maior do que os outros fogos. Em frente à casa do senhor e da senhora Oliveira, a última casa da rua, foi montado uma bateria de fogos luminosos, não fazem muito barulho, mas os desenhos que apareciam no céu eram lindos.
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Diego admirava a luz do sol poente refletido no mar, ele parou para secar o suor da testa quando foi levar umas caixas com garrafas de cerveja vazias atrás do restaurante, onde trabalhou essas semanas. Seu pai conversou com o dono e como prometido, o ajudou com essa vaga de trabalho. E foi o que o rapaz fez nesse tempo, acordava cedo para ajudar na limpeza do restaurante antes de abrir para o almoço. Servia as mesas e recolhia o lixo durante o expediente, e depois de fechado ele ajudava no que precisava para deixarem tudo em ordem para o dia seguinte.
Com as festividades de final de ano, o restaurante lotava desde a sua abertura, às dez da manhã, até depois que o último cliente pagava a conta, pelas onze da noite. Muitas famílias decidiram passar essas festividades — natal e ano novo — curtindo a vista para a beira mar que o restaurante dispunhava no deck nos fundos do restaurante, onde Diego transitava agora.
*Amélia adoraria ver os fogos daqui*, pensou Diego. Amélia. Não deu tempo de falar com a moça nos últimos dias, o que será que ela deveria estar pensando dele?
Resolveu não querer descobrir a resposta, tratou de guardar a última caixa que ele havia depositado no deck para se recompor, e voltar até o interior do restaurante, pois faltava poucas horas para escurecer e queria ter pouco trabalho para as primeiras horas do primeiro dia do ano.
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Não conformado consigo mesmo e com a decisão de ir atrás de Luana para satisfazer seus desejos por Clara, Rodrigo usou seu tempo todo trancado em seu quarto. Saía apenas para fazer sua higiene e comer algo que fosse rápido e prático.
Ele gostou da sua nova droga e seguindo a recomendação de Henrique, ele inalou pequenas quantidades do pó branco, que fez aquele pacotinho que o amigo havia lhe dado durar duas semanas a mais do que o previsto. A cada carreira ele sentia uma euforia tão grande, aquela sensação de poder fazer tudo sem nenhum problema.
Não sentia mais culpa, aquela dor no peito por ter usado Luana ou a culpa por, de certa forma, ter traído Clara. Será que ela faria o mesmo? Não quis pensar muito nisso. Ele sentia falta dela, do seu cheiro, da sua risada, mas só de imaginar que ela seria de outro lhe subia um queimor pela face de tanta raiva e ele precisava fazer algo a respeito disso.
Ele sentia culpa também de ser um estorvo para sua família, seu irmão estava tentando ser alguém para Amélia, até conseguiu um trabalho e ele nada. Mas ele não sentia mais isso não, essa sensação deu lugar a penas e plumas, e agora se sentia leve. E foi nessa vibração que ele aguardou a virada do ano.
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A contagem regressiva para a chegada do ano novo iniciou, e quando o relógio chegou à meia noite o céu se iluminou em diversas cores e formatos diferentes. O estrondo dos fogos de artifício para uns era insuportável, para outros alegria. Mas o que importava mesmo era o que tinham em seus corações para o futuro.
Clara, era a responsabilidade.
Amélia, era o objetivo.
Rodrigo, era a incerteza.
Diego, era realização.
Festar era fácil, o problema era arrumar aquela bagunça toda na manhã do primeiro dia do ano. Era garrafa de champanhe e latinhas de cerveja jogadas pelo chão, guardanapo usado, confetes, muitos confetes, aqueles que saíram do balão, restos de balão inclusive. A festa foi até cedo de manhã, mas na medida que as pessoas iam acordando, as que não cuidavam do preparo da refeição, com certeza ia para a limpeza da rua, cada um pegava um saco de lixo, ou uma sacola qualquer, e recolhia qualquer coisa do chão um a um e depositava na sacola. Perto do meio dia a rua estava limpa e transitável novamente, era como uma grande família e todos se ajudavam a manter a ordem e amizade.
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ASCENDENTE
RomansaAscendente é uma história que te fará rir, chorar e se apaixonar. Uma leitura que te prenderá do início ao fim e te deixará com reflexões sobre o amor, a amizade e o destino. Sinopse: "Suas asas foram cortadas por um anjo mau." A sociedade não...