Capítulo 2 - Em perigo

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- ANKI, ANKI, ANKI!  - Fayola tentou gritar o mais alto possível, mas a princesa nem  conseguia ver o irmão...

 Primeiro, tentou nadar contra a correnteza e gritar o nome do irmão.

 Depois viu que nada disso adiantou e só simplesmente parou e começou a nadar calmamente a favor da correnteza.

  O rio era grande e como ela estava sozinha no meio do mato, tentava manter o controle emocional enquanto observava um dos mais lindos por do sol que via em toda sua vida.

                                                                          ****

  Já estava escuro lá, Fayola já nadava a bastante tempo, mas mesmo assim, estava decidida de não sair da água até achar algum humano. E quando ela decidia algo, era bem difícil dela desistir!

  No meio do caminho, Fayola até que encontrou uns peixes e outros animais, mas no momento, o número de barbatanas que a princesa sentiu em seus pés e mãos foi quase incontável! A menina estranhou um pouco e ainda lembrou de uma antiga lenda...

   Alguns minutos se passaram e nada de estranho aconteceu, até que ela avistou uma linda mulher se banhando perto dela, com o cabelo e a pele mais bonita que ela já viu!

- Você parece cansada, quer ajuda?

- Ai, por favor!

Fayola foi nadando ansiosamente em sua direção mas quando chegou perto viu que...

- Você tem caldas peixe, VOCÊ É UMA SEREIA - A antiga lenda era verdade!

  Então, a sereia começou a cantar e a menina sabia que iria morrer! Até tentou nadar contra ela, mas era tarde demais, Fayola já estava enfeitiçada.

- YA! - A sereia gritou, assim que foi atingida por uma inesperada lança.

- Segure minha mão, antes que ela volte a cantarola! - Disse uma outra menina toda pintada de amarelo luminoso que parecia ter a mesma estatura e idade de Fayola. Ela estendia a mão para ela em cima de uma pedra.

   A princesa, mesmo um pouco zonza segurou rapidamente a mão da garota de amarelo e saíram rápido dali.

   A sereia depois até voltou a cantar, mas Fayola já estava sã, salva e com os ouvidos bem tampados.

                                                                                         ****

- Chegamos! - A menina pintada disse.

- Mas...aqui é a tribo do vale! - Fayola disse espantada, era igual aos relatos de seu pai, um lugar cheio de cores e flora. Ela estava muito assustada, pois a vida inteira sempre ouvia boatos sobre aquele lugar, estava literalmente em território inimigo!

- Sim, eu sou a herdeira daqui, legal né?! -A menina disse, sorrindo.

  Fayola respirou fundo e disse.

- Primeiramente, quem é você  e por que me salvou?

- Bom sou Adia, e te salvei pois não poderia deixar ninguém mais morrer por causa daquela maldita sereia, até por que você deve ser de Iorubá, apesar de eu não saber o que fazia do lado oposto de seu império!

- Na verdade, eu sou de Agbara...

- Sabe, nossos pais podem até ser inimigos, mas acho que isso não nos impede de sermos amigas, claro em segredo...

- Tá bom, você parece até ser bem legal e além de tudo, você salvou minha vida!

 As duas sorriram e Adia falou:

- Agora vamos logo, daqui a pouco o griô vai começar a conta um mito.

- Lá em Agabara, Kumi proibiu os griôs... - Fayola disse.

- Esqueça Agbara, vamos logo!

  As duas foram andando, Adia pintou o rosto de sua amiga de verde cobre, e se esconderam no fim da roda do contador de histórias. Fayola até começou a se identificar com local...

Fayola: A princesa africanaOnde histórias criam vida. Descubra agora