Fayola: A princesa africana

Capítulo 8 - Chuva de flechas

- Ele se foi... - Adia falou, triste.

- Mas ele não esta morto, talvez... - Fayola falou, esperançosa.

- Mesmo  que ele tenha sobrevivido, ele vai chegar ao novo mundo e nunca iremos vê-lo  de novo, aceite que será melhor... - Jahi também estava triste, mas não por causa de Anki, ele estava pensando em sua tribo, a querida tribo do vale nunca mais iria se reergue, já que o Padre o traiu.

- Mas e agora, o que iremos fazer? - Adia perguntou.

  Eles estavam caminhando, próximos a grande Ifé, sem saber o que fazer!

- Adia, me perdoe, mas eu não tenho como cuidar de você, agora sou um simples Africano sem nação, sem moradia, sem trabalhos, sem nada... - Ele chorava sem perder a posse de rei, não sei como...

- E o que eu vou fazer papai? - Adia perguntou, chorando também.

- Vai com Adia para Agbarra, eu vou ver o que posso fazer, talvez fique aqui em Ifé, talvez vou pro Congo, ainda não sei...

- NÃO! Como a herdeira de Agbara, convido você para ir com a gente. - Fayola ordenou, agora a menina de nove anos, por incrível que pareça, tinha mas poder do que o homem de quase trinta.

  Jahi tentou até recusar, mas ambos sabiam que era preciso, o ex rei aceitou pois não havia outra solução, e Fayola, em agradecimento pela ajuda tanto dele, tanto de Adia, que não queria se separar de seu pai.

                                                              *** 

  O caminho foi tranquilo, até chegar de novo a tribo do vale, que agora estava pior que antes...

   Tudo estava mais abandonado que antes, o corpo da mãe de Adia já não estava lá e  não tinha mais ninguém.

- Acabou papai, acabou... - Adia falou, enquanto ele olhava fixadamente para o céu.

  Então, uma chuva de flechas passou entre eles, logo todos se abaixaram.

- Cuidado! -Uma voz grossa gritou, parecendo vir de longe.

  Literalmente um arco caiu em frente a Jahi, e como se fosse uma atração inevitável, ele pegou e foi embora, com medo, Adia e Fayola também saíram correndo, rumo a Agbarra, numa canoa que parecia esta a espera deles. 

  Fayola até pensou que aquilo era coisa dos deuses, dos orixás...Mas mal sabia ela que estava certa!