IV

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Acordamos meio que cedo, até porque tenho estudado á noite no mesmo horário que o Morty para poder dormir com ele, quando ele chegou, preparamos um cesto de piquenique que a avó dele lhe tinha oferecido, tinha uma longa história por trás, história esta que ele ainda não queria contar, não o censuro, estamos os dois com uma camisola cabeda, a minha é branca enquanto que a dele é preta, os calções de banho dele também são pretos, enquanto que os meus são brancos com umas tiras a verde escuro e outras tantas a verde claro, são muito giros, saímos de casa viajámos até à estação e entrámos no comboio, pus os fones e quase que instantaneamente senti a cabeça dele sobre o meu ombro, fez-me sentir extremamente bem, quero dizer, poder ser um apoio assim para ele, geralmente ele é que é o meu, eu sou o depressiveo e ele o sorridente. Os últimos meses têm sido incríveis! Ele é a razão de eu acordar todos os dias, ele é a razão de tudo, é a minha razão de sorrir, sem ele seria mais um atingido pel depressão ou drogas, ele adora viver à grande, não no sentido de gastar demasiado dinheiro em coisas desnecessárias mas no sentido de aproveitar ao máximo, sempre a experimentar coisas novas, sempre estás 100% focado quando fazes alguma coisa, trabalhar, arrumar, jogar, ou a cozinhar, aí, as tuas comidas, são sempre muito boas, sempre fantásticas, pelos vistos aprendeste com a tua avó, ainda estou à espera para saber a história, mas não o vou forçar a nada, estes últimos meses têm sido fantásticos, os melhores da minha vida, e quero muito dizer-te... Mas... Quando estás fora não consigo parar de me perguntar, serei a pessoa certa para ti? Faço-te sentir da mesma maneira que to me fazes? Não tenho a certeza e tenho demasiado medo de perguntar... É só que és super giro, sorridente, confiante e eu não... Sou totalmente o oposto, desajeitado, depressivo e com demasiado receio, receio de ser honesto, se te dissese, como é que reagirias? Afastaria-te e arruinaria isto? Porque é que não disseste as palavras também? Porque é que nenhum de nós disse?

Do nada o Morty começa a mexer-se e aguento o folgo, Deus por favor não me digas que estou a falar outra vez em voz alta sem saber.

-Já chegamos? - pergunta o Morty levantando-se.

-Quase, é a próxima estação. - digo quando reparo, o tempo passou-e completamente ao lado, levanto-me, pego no cesto de piquenique, saímos e vamos diretos para a praia de mãos dadas, quando chegamos lá reparamos que um grupo de adolescentes esta a olhar para nós fixamente, uma das raparigas levanta-se e vêm até nós.

-Eu e os meus amigos estamos a olhar, e pedimos desde já desculpas se vos deixamos desconfortáveis ou algo do género, é que simplesmente não conseguimos olhar para outro lado quando vocês formam um casal tão lindo e fofo. - diz ela e pega num papel e escreve alguma coisa. -O meu número qualquer problema que tenham liguem, quase de certeza que conheceremos algo para vos ajudar. Espero que tenham tudo de bom na vida.

-Ah, obrigado. - diz o Morty, ela apenas dá meus volta e volta para os amigos.

Ambos tiramos as camisolas e guardamos no cesto, descemos até a praia, pusemos as nossas toalhas, abrimos os guarda sol, e deitamo-nos lá, apenas de mãos dadas, a sentir o vento e apanhar sol, mais tarde almoçamos, mais para o final da tarde pedimos a uma senhora que estava ao nosso lado se podia guardas as nossas coisas, ela disse que sim com um doce sorriso e fomos para água, ficamos um bocado a desfrutar daquilo, o sol começou a pôr-se, o Morty estava a olhar para ele fixamente, vou por de trás dele, passo os braços por de baixo dos dele, agarrando-o e puxo-o até mim, deito a minha cabeça no ombro dele e dou-lhe um beijo no pescoço.

É agora, é agora, é agora caralho! Momento perfeito, só diz!

-Amo-te. - apenas disse.

-Também te amo. - diz ele agarrando nas minhas mãos. -Amo-te mesmo muito.

Apenas voltei a dar-lhe outro beijo no pescoço, ficamos assim durante o que pareceu uma eternidade, com as ondas a subirem e a descerem, o peito de um a subir e o outro a descer, completamente juntos.

-Porque é que não disseste mais cedo? - pergunto.

-Sinceramente, estava à espera que disseses. - disse ele. -Amo-te muito mesmo, então quero que melhores como animal, e és um bocado inseguro, pensei que ia ajudar.

Estou a sentir-me estupidamente idiota depois daqueles pensamentos no comboio.

-Então tu amas-me?

-Claro que te amo tontinho! - diz ele e dá-me uma pequena patada na cabeça.

Aperto-o ainda mais para mim.

Amor a Preto & BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora