Uma vida melhor...

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Oi. Meu nome é Jennifer. Talvez... você não conheça a minha história. Mas, a partir de agora você irá me "acompanhar" na jornada para mudar minha vida!

Caso você não saiba, eu moro na Colombia, na cidade de Puerto Narinõ, quase que no meio do nada. Essa "cidadezinha" fica localizada no estado do Amazonas "colombiano", mas nem tente se ligar nisso. Isso porque eu pretendo me "picar" daqui logo logo. Tenho meu plano de sair desse nada para morar no Brasil.

Hoje eu devo ir lá no estado de Cundinamarca, lá capital desse país medíocre, Bogotá. Literalmente, a única cidade que se dá pra ter uma vida decente nesse país de merda. Sorte que eu já do estado de Meta, estado do lado do meu destino. Estamos quase na fronteira dos estados, já dentro do ônibus, onde minha ansiedade para chegar no aeroporto de Bogotá está crescendo demais.

- Eu nem acredito! Finalmente, vou conseguir meu visto!!! - digo em tom baixo, ao olhar o folheto de Bogotá.

O ônibus que estou era até bom. Tem umas cadeiras faltando, um riscos e sujeiras nas paredes e pessoas estranhas junto dele. Tá. Era o mais barato que consegui. Também porque eu não estou me importando com luxo nenhum. Me importo é em sair dessa porra. Minha família me deixou ou morreu, não namoro com ninguém e não quero filho. Como dá pra ver, eu não tenho ninguém.

Acabo dormindo. Nos meus sonhos, estou num palácio imenso, comendo frutas de primeira, sendo servida por belos homens, enquanto tenho uma vista maravilhosa de uma praia. O mordomo chega é fala:

- Senhorita Jennifer, gostaria de um champagne!?

- Mas é claro, Jarbas! De onde veio esse?

- Do sul do Brasil!

- ÓTIMO!!!! VAMOS BEBER!!!

Eu estaria me deliciando com coisas caras e bem feitas. Afinal, o Brasil está no auge. Sempre sonhei me picar desse fim de mundo para viver no "país da alegria", viver com pessoas da alta, ter empregados e tudo mais. De repente, sinto um batida.

- QUE PORRA É ESSA!? - grito, após acordar assustada.

- Chegamos!!!! - fala o motorista, após dar uma arrancada brusca. Quase voo pra frente do ônibus, ainda por cima saio gritando:

- OBRIGADO, SEU MERDA!!!!

Desço no centro de Bogotá. Meu ônibus parou numa pequena praça. Começo a andar ate o consolado da Colombia, pra ver se meu pedido de transferência foi aceito pelo governo brasileiro. O tal "consolado" fica em um edifício, bem chique por sinal! Entro pela porta e sou recebida pelo atendente:

- Bom dia, senhora! Onde deseja ir?

- Bom dia... preciso ir ate onde eu possa pegar meu pedido de transferência para o Brasil foi aceito. - respondo.

- Ok! E só ir ate o quinto andar.

Me despeço do recepcionista. Vou até o elevador e aperto o botão do quinto andar. A todo momento fico animada, pensando na possibilidade de sair desse pais acabado e ir para o Brasil. Tanto que nem tinha reparado tanto no prédio enorme no qual estou. Eu percebi que era imenso e que não havia muita gente.

Falei com o recepcionista e fui para o elevador. Tem tantos botões, mas é pro décimo-segundo andar que eu vou. Vou sozinha do início ao fim do prédio, onde eu só via o resto da cidade pelos vidros do edifício. Chegando lá, vou andando pelo corredor e entro numa porta escrito "Passaporte". Entro e dou de cara com um homem de terno preto numa sala normal.

- Boa tarde, dona Jennifer!!!

- Boa tarde...., senhor Emiliano!!! - eu o cumprimento com um aperto de mão.

- Então, sobre a sua transferência para o Brasil...

- EU NÃO ACREDITO QUE ISSO TÁ ACONTECENDO, FINALMENTE EU VOU SAIR DESSE BURACO, GRAÇAS A DEUS!!!! ESPERO QUE O BRASIL SEJA UM PAÍS MAIS MARAVILHOSO E TUDO QUE EU SONHO... - sou interrompida pelo homem.

- Senhora Jennifer, o seu passaporte não foi autorizado e sua transferência negada.

Nessa hora, meu mundo caiu. Ouvir essas palavras foi difícil, parei por um mísero instante e respondi:

- O que? Minha transferência foi... negada??

- Lamento, dona Jennifer! Não há possibilidade da senhora sair do país nesse momento.

Nessa hora, eu tive um estalo no meu ouvido. Foi como se ele tivesse perdido o sentido e eu não ouvisse mais nada dos que  aqueles homens engravadados falavam. Eu só consegui seguir meu instinto.

- Mas por que caralhos eu não posso sair!???? SÓ PORQUE ESSA PORRA DE TRANSFERÊNCIA NÃO FOI ACEITA!!! VAI A MERDA...

Quando falei isso, me levantei, peguei o copo de água e joguei no homem. Eu me descontrolei, peguei papéis em cima da mesa e gritei:

- VÊ SE ESSES MERDAS AQUI PODEM SER AUTORIZADOS, SEU MERDA!!!! - grito, enquanto um segurança vem correndo e tenta me controlar.

De fato, esses meus ataques só acontecem quando eu tô muito furiosa. O homem me tirou da sala aos berros, tentando me conter. Nem me percebi se alguém reparava no meu vexame, mas que se dane também.

Fui expulsa do consolado arrastada e escurraçada por um segurança, que falou que se ele me visse de novo eu ia presa.

- Que se foda ele e esses filhas da mãe!!! Vou dar um jeito.

Voltei pra casa sem nem dar importância que meu cabelo estava bagunçado, minha pele seca e minha cara terrível. Eu só pensava em sair da Colômbia, pegando minhas malas e indo embora já tava ótimo.

Chego em casa mais calma e centrada, mas sem perder o foco. Tomo um banho, como uma comida requintada e pego meu celular pra ligar para um amigo... Sam.

- Alô, Sam!!!

- Fala aí, dona Jennifer!!! Que tá pegando aí!?

- Eu vou ser vem franca e direta contigo!!! Eu quero fazer a travessia pro Brasil com você e sua trupe!!!

- Olá só... A madame resolveu ser fugitiva agora... Foi barrada no consolado mais uma vez, haha!?

- Escuta aqui seu... Coiote! Não me tira do sério que hoje eu não tô podendo, sério. Como é que vai ser em?

- Quer que eu te passe as informações agora?

- Claro né! Não quero ir na Páscoa, quero agora. - pra dizer isso é porque meu humor está péssimo.

- Tá bom senhora, calma, vó passar as informações.

Sam me contou que terei que me esconder polícia e dos agentes anti-imigrantes ilegais, levar o básico pra viagem e que ele dura dias. Conhecendo essa gangue maldita, sei que vão usar um caminhão velho e uma corda na hora de atravessar o rio da fronteira. Vou me preparar.

Ele diz que a imigração sai amanhã de noite lá no limite da cidade. Confirmo minha ida e vou aprontar minha ida.

Antes que você aí vá me achar fútil e maluca, saiba que eu já vendi essa casa pro proprietário que chega amanhã (por isso achei que podia ser hoje meu golpe de sorte, né). Eu vou arrumar minhas coisas agora, por que amanhã o dia vai ser cheio...

Aliás, meu nome é Jennifer e eu não paro por nada!!!

Aliás, meu nome é Jennifer e eu não paro por nada!!!

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A DestemidaOnde histórias criam vida. Descubra agora