Prólogo

523 83 241
                                    

O barulho das trovoadas indicava que a chuva estava próxima. Lindsay ajudou a organizar as últimas coisas e finalmente foi liberada pelo seu chefe. Eram vinte horas em ponto quando ela abriu a porta e caminhou em direção à rua. Sua ideia era caminhar rápido e chegar em casa antes da chuva, mas infelizmente a chuva começou logo depois. Lindsay ficou chateada por não carregar um guarda-chuvas naquele momento.

De repente ela notou que um carro vinha na mesma direção e parou ao seu lado. O homem abaixou o vidro e perguntou se ela queria uma carona.

Lindsay reconheceu o homem que esteve mais cedo na confeitaria e imediatamente aceitou a carona. Afinal já estava ficando ensopada por causa da chuva.

— Que chuva forte, não é mesmo? — disse ele.

— Eu ia chegar em casa encharcada. Ainda bem que o senhor apareceu.

— Não precisa me chamar de senhor. Meu nome é Ross. E o seu?

— Lindsay.

Por um momento a moça se arrependeu de ter entrado naquele carro e já ir falando até mesmo seu nome para um homem completamente desconhecido. Mas já era tarde para que pudesse se arrepender.

— Ross! Você poderia me deixar em minha casa?

— Claro! Onde você mora?

— A algumas quadras daqui, basta seguir em frente e depois virar à esquerda lá no final da rua.

— Tudo bem! — disse ele e arrancou com o veículo.

A moça indicou o caminho e até mesmo mostrou exatamente o local onde morava, mas o homem não parou o carro.

— Hei! Eu disse que a casa era aquela. Por que o senhor não parou?

— Desculpe, eu não ouvi! Vou fazer o contorno e lhe deixo em casa.

Ross seguiu em frente e não retornou, mas acabou parando o carro em frente a uma casa abandonada.

— Por que o senhor parou aqui? — perguntou já quase desesperada.

Antes que a moça tivesse a chance de qualquer tipo de reação o sujeito pegou um pedaço de arame que estava sobre o banco traseiro e passou sobre o pescoço dela. Lindsay ainda tentou segurar o arame, mas ele foi muito rápido. Sentiu aquilo a sufocar lentamente sem que tivesse condições de gritar por socorro. Seus olhos se arregalaram, o ar começava a faltar em seus pulmões. Só teve mesmo a chance de se arrepender amargamente por ter entrado naquele carro. Mas agora já era tarde demais. Foi seu último suspiro. Seu corpo sem vida deslizou sobre o banco do passageiro.

**********

Este trecho é parte integrante do livro.

O que achou? Deixe seus comentários.

Mutiladas (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora