Doce Desejo

O Recomeço

Entro no hotel e consigo chegar até o elevador apesar de não sentir minhas pernas e minha cabeça girar. De repente sou surpreendida por algo segurando meus ombros e me virando com força.

- Claire. Onde você esteve? – Levo alguns segundos para perceber que é Taylor que está na minha frente. – Quem era aquele cara? Eu quase morri de preocupação, estou tentando te ligar e seu telefone está desligado. – Ele continua falando, mas eu mal consigo processar tudo o que ele diz. Só consigo me lembrar do beijo que ele deu na Natalie e começo a sentir um misto de raiva e dor.

- Não é da sua conta. – Falo afastando ele de mim. Mas me desequilibro e Taylor volta a me segurar.

- Claire você tem noção do perigo que você correu hoje. Saindo por aí bêbada com um homem que você mal conhece?

- Você não pareceu estar preocupado quando beijou Natalie. – Eu falo mais alto do que eu gostaria. Mas não me importo nem um pouco, quem ele acha que é? Ele acha que pode beijar Natalie na minha frente e depois vir me cobrar explicações de onde vou?

- Claire vem cá. – Taylor me segura pelo braço e me puxa para dentro do elevador.

- O que foi? Está com medo que Natalie veja a gente?

- Vamos conversar no seu quarto. – Sua expressão está séria e seu maxilar está rígido.

- Eu não vou a lugar algum com você.

- Você vai sim! – Ele fala me segurando pelo braço de novo. Ele me guia para fora do elevador em direção ao meu quarto.

- Abra a porta Claire. – Ele fala. Eu pego o cartão e consigo abrir a porta com certa dificuldade.

- Pronto. O que você quer falar? – Falo assim que entro no quarto.

- Claire, quem era aquele cara?

- Não te interessa. – Falo rispidamente.

Ele passa as mãos nos cabelos e me olha. Seu olhar está firme e desafiador, seu cenho está franzido e seu maxilar tenso. Parece que ele está irritado. Mas não me importo nem um pouco, eu até gosto que ele sinta um pouco do que estou sentindo.

- Claire você tem ideia do quanto eu me preocupei com você? – Ele respira fundo e diz.

- Você não pareceu preocupado quando estava se agarrando com a Natalie.

- Claire, eu e Natalie não temos nada, nem estamos no mesmo quarto.

- Mas isso não te impediu de beija-la. – Eu grito com fúria.

- Eu não tive escolha Claire, meus filhos estavam lá.

- Esse é o seu problema Taylor. Você nunca tem escolha. – Grito. - Você veio com aquela história de que seu casamento era de aparências, e eu acreditei em você. Acreditei em toda a merda que falou, todas as coisas que disse nunca ter contado para ninguém, mas tenho certeza de que também era mentira. Tenho certeza de que nada daquilo nem aconteceu. - Dou de ombros, desistindo. - Mas sabe de uma coisa? Nem estou brava com você. Estou brava comigo por ter acreditado. Sabia que você era casado antes mesmo de me apaixonar. Sabia que você me machucaria. Mas eu ignorei todos os meus instintos. - Eu digo, chorando. Vejo a dor nos olhos dele.

- Claire, eu te amo. Sei que você não vai acreditar em mim, mas eu te amo. - Seus olhos estão marejados. A boca está contraída, e ele cobre o rosto com as mãos. Dá um passo para trás, outro para frente, e, quando tira a mão, seus olhos azuis parecem sinceros. E me lembro do que Isaac falou mais cedo no parque. Cubro o rosto com as mãos para que ele não me veja chorar.