O telefonema

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O que deveria ter sido uma viagem descontraída com um amigo acabou se tornando um verdadeiro caos. Taylor estava no mesmo restaurante que Ryan me levou, com centenas de restaurantes na cidade, ele tinha que estar justo naquele?

O que Taylor me disse no hotel não sai da minha cabeça, ele finalmente se divorciou de Natalie, ele não mora mais com ela. E fez isso por mim, porque me ama e quer ficar comigo. Isso deveria me deixar muito feliz, mas a desconfiança grita dentro de mim, e se essa for só mais uma das mentiras de Taylor? Eu ainda o amo, mas tenho medo de me decepcionar mais uma vez.

E eu não posso me esquecer de Ryan, a declaração dele me pegou de surpresa. Eu sabia que ele estava interessado em mim, mas eu nunca imaginava que ele estivesse apaixonado. Tudo seria tão mais fácil se eu não tivesse conhecido Taylor, Ryan é um homem maravilhoso. Ele é gentil, educado e bonito, seria muito fácil me apaixonar por ele. Mas infelizmente eu conheci Taylor primeiro que ele e me deixei envolver nessa história maluca. Eu não posso começar uma relação com Ryan amando o Taylor, não seria justo com ele. Eu jamais me perdoaria se eu o magoasse.

Estou muito confusa, meus pensamentos estão a mil. Taylor e Ryan, Taylor e Ryan, Taylor e Ryan, Taylor e Ryan... Essa é a única coisa que eu penso desde que voltei do Colorado. Preciso me distrair um pouco antes que eu enlouqueça.

Eu me lembro de ouvir Susan comentar que iria sair hoje com algumas amigas, já que as crianças iriam passar a noite com o pai. Eu levanto da cama, pego o telefone e ligo para Susan.

- Oi Claire. – Escuto a voz de Susan do outro lado da linha.

- Oi Susan, será que eu posso ir com vocês a boate?

- Claro que sim Claire. Mas aconteceu alguma coisa? Você não gosta de boates.

- Se eu ficar em casa hoje, irei enlouquecer.

- Tudo bem, nos encontre as dez em frente à boate.

- Ok! Estarei lá.

Assim que eu desligo o telefone olho para o relógio e vejo que são nove horas. Tomo uma chuveirada para refrescar, quando termino coloco um vestido azul-marinho bem justo no meu corpo. Arrumo o cabelo com babyliss. Passo uma sombra escura nas pálpebras, complemento com um delineador preto e um pouco de blush nas bochechas e me olho no espelho. O vestido combinou com a maquiagem que esta um pouco pesada, mas não muito para uma balada. Pego meu celular e a bolsa antes de sair do quarto para encontrar Susan e os amigos dela.

No táxi, mando uma mensagem para Ryan, dizendo que estou saindo para me divertir um pouco com Susan e que sinto falta das nossas conversas diárias. Ryan decidiu me dar um tempo para pensar no que fazer. Mas mesmo assim todos os dias eu mando mensagens para ele, sinto falta de verdade de poder conversar com ele.

Quando chego à boate, vejo o cabelo loiro de Susan perto da entrada. Ela está deslumbrante, num vestido frente-única vermelho que mal chega à metade de suas coxas. Ela escovou o cabelo loiro curto para ficar bem liso, o que lhe dá um ar sensual e elegante ao mesmo tempo. Ao lado dela estão duas mulheres e um homem. Quando seus olhos me encontram ela abre um sorriso e acena para mim.

- Oi Susan. – Digo assim que me aproximo.

- Oi Claire, esses são meus amigos, fizemos faculdade juntos. Essas são Margaret e Molly e esse é Matheus.

- Olá, é um prazer. – Falo cumprimentando todos.

Depois de nos cumprimentarmos, entramos no edifício de dois andares todo de vidro. Na recepção Matheus troca algumas palavras com o segurança do local que logo em seguida ele levanta a corrente que isola a entrada para a boate para que possamos passar. Uma mulher de vestido curto nos conduz por uma escada até uma pequena sala com cortinas finas servindo de parede. Lá dentro, há dois sofás e uma mesa. Estamos na área VIP da boate, olhando para baixo posso ver centenas de luzes iluminam as silhuetas das pessoas dançando, o que cria uma atmosfera fascinante de luz e sombra entre membros e corpos em movimento.

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