Capítulo 2.

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Larguei a caneta na mesa, com as mãos doendo, finalmente havia terminado de organizar tudo que Elena me pediu.

Soltei o ar pela boca, peguei todos os papéis e me dirigi à sua sala.

- Terminou meu bem? - Revirei os olhos com o apelido.

- Sim, o que eu preciso fazer agora?

- Ah, você sabe... - Ela passou as mãos pelo corpo. - Talvez me ajudar um pouquinho.

- Não, Elena, desculpe, mas eu não estou afim hoje.

- Não sei o que te aflige hoje, mas eu tenho certeza que eu posso te ajudar a esquecer.

- Não, você não pode.

- Por que não meu amor?

- Porque você é quem me deixa inquieta. Não em um sentido bom.

Ela revirou os olhos.

- Ok, eu ainda não te convenci, mas você vai ver, você vai voltar correndo pra mim.

- Duvido muito.

Ela sorriu, parecendo confiante do que acreditava, e disse que eu precisava apenas registrar quem me ligava e marcava algo com ela, se precisasse de algo mais me chamaria.

☆☆☆☆

O relógio marcava 12:30, provavelmente um dos melhores horários em um dia de trabalho: almoço.

Fui até à cafeteria da empresa, algumas pessoas aleatórias passavam por mim, algumas estavam sentadas à mesa, mas decidi ficar junto das pessoas aleatórias na fila para pedir algo.

Depois de observar o cardápio pendurado com destaque um pouco mais à frente de mim, puxei assunto com a garota que estava na minha frente.

- Você é nova aqui?

A garota se virou. - Não, eu trabalho aqui faz uns... - Ela parou para pensar. - 4 anos, acho.

Ergui as sobrancelhas com a surpresa. - Uau.

Um clima estranho se instalou entre nós, ela, então, lentamente se virou para a frente de novo.

- Você tem companhia para almoçar? - Perguntei.

- Na verdade sim. - Ela disse sem me olhar.

Então ela foi chamada para ser atendida, e se eu dissesse que não liguei para o que tinha acabado de acontecer eu estava mentindo. Eu queria ser ao menos amiga daquela garota. Mas aparentemente não vai acontecer.

- Próximo! - Um homem chamou.

Fui até ele e fiz meu pedido.

- Espere ali. - Ele apontou para o lado, e foi onde eu fiquei.

Enquanto esperava, não pude deixar de notar a mesma garota que eu estava falando há menos de 5 minutos ria com mais um grupo de pessoas apontando para mim.

Respirei fundo, fingindo não ligar para o que estava acontecendo, mas eu consegui ouvir algumas das coisas que eles falavam.

- Eu ouvi falar que ela dorme com a Elena.

- Eu ouvi falar que ela se acha a lua. Quão patético é isso? Ela pensa que está aonde? Jardim de infância?

Mais risadas.

- Acho que ninguém gosta dela, quem iria gostar de uma louca estranha que nem ela é?

Meus olhos se encheram de lágrimas. Respirei fundo e decidi sair dali, não me importei com a comida, afinal, eu não estava mais com fome.

A Lua e as Estrelas Onde histórias criam vida. Descubra agora