capítulo 17

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Hoje começa o campeonato de vaquejada, hoje marquei a data do meu casamento com Carmen. Minha família não aprovou, mas estão respeitando a minha decisão.

Rosa sempre achou que um dia aquela diaba, fosse voltar para viver comigo. Mas infelizmente as coisas não funcionam assim.

Carmem

Finalmente vou ficar com o Ricardo, demorou anos para ele me pedir em casamento, mas agora que a data foi marcada não tem nada que possa atrapalhar meus planos. 17 anos, esse foi o tempo que eu esperei para poder ser chamada de senhora Silva. É. Nome bem pobre, mas é o sobrenome do Ricardo, o campeão. Até quem fim ele colocou um ponto final na história dele com a Julia.

Passei anos fingindo ser amiga dele, aquela que entende a situação de um homem com o coração partido. Cada vez que ele tocava no nome dessa insignificante, dava vontade de gritar, mandar tudo oeu via na minha frente ir para os ares.

Tenho muitos planos para quando me tornar a esposa do Ricardo, e a primeira com certeza é despachar aquela velha que se acha mãe do meu homem, e não passa de uma empregada caipira intrometida.



Quebra de tempo......
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- vamos mãe, vamos logo eu não quero perder a festa. - fala minha irmã pulando feito uma gazela animada.

- calma Roberta, ainda está cedo. Deixe de aperreio. - minha mãe fala
- cadê o seu irmão? - ela pergunta sem perceber que eu estava o tempo todo deitado no sofá.

- estou aqui mãe, estou só esperando vocês se arrumarem. - levantei indo até ela para dá um beijo.

- como você tá lindo meu filho, sem dúvidas você é um homem gostoso. - comecei a rir minha mãe é uma graça, mas ela não está mentindo.

- eu sei de tudo isso mamãe. - ela bate em meu braço.

- e você é nada convencido né mesmo?

- vamos logo. - falei assim que vi Rosa cheganuna sala, pois só faltava ela para irmos.

Chegando na festa me admirei com o tanto de gente que tem. Minha família foi logo para a arquibancada pegar os melhores lugares, disseram que não podiam perde nenhum detalhe.

Uns minutos depois começam anunciar que as apresentações irão começar. Tenho que me apressar, não quero ser o último vaqueiro a chegar na pista.

Somos 30 vaqueiros disputando um título durante duas semanas, onde a cada dia vaqueiros vão sendo desclassificados.


Um por um vão sendo chamados os vaqueiros, percebi que o muleque do pé da goiabeira esta competindo, seu nome é Rodrigo Ferreira. Depois de toda a apresentação vem a oração. Em respeito todos tiram os chapéus .

Deus pai todo-poderoso, luz do Universo.Vós que sois o criador da vida e de todas as coisas, concedei derramar sobre nós, teus filhos, cavalos, e vaqueiros que aqui estamos, as tuas bênçãos e a tua divina proteção.Dai-nos Senhor:- A saúde e o vigor, para que possamos competir com garra em busca da vitória...- A lealdade, para que busquemos o podium com determinação e coragem, mas com respeito pelos nossos adversários, vendo em cada um deles um amigo e um companheiro de jornada...- A prudência, para que não venhamos a nos ferir no ardor da disputa...- A paciência, para que entendamos que a vitória, símbolo do sucesso, é o resultado do trabalho árduo e deve ser conquistada degrau a degrau...- A humildade, para façamos de cada sucesso um estímulo para caminharmos sempre em frente e cada tropeço um aprendizado de que pouco sabemos, e é preciso aprender mais...- A gratidão, para que, no momento da vitória, saibamos que a conquista só foi possível pelo trabalho e dedicação de muitos: cavalos, treinadores, tratadores, juízes, locutores, vaqueiros, promotores, veterinários, motoristas e até o do público que vem nos assistir...Senhor, dai-nos também:- A bondade, para tratarmos nossos animais com respeito, amor e atenção, jamais esquecendo de agradecer a eles pelo trabalho realizado...- A generosidade, para que no futuro, quando nosso inseparável amigo de tantos galopes da vitória estiver velho e cansado, não mais podendo nos auxiliar nas conquistas, receba de nós o amor e os cuidados para que possa terminar seus dias com dignidade e, chamado por vós, galope feliz sentindo em seu dorso o nosso carinho e nossa saudade, pelos verdes campos de tua divina morada...Pai, dai-nos finalmente:- O patriotismo para que se um dia lograrmos merecer representar o nosso pais pelas pistas de vaquejadas do mundo, saibamos, como tantos outros, honrar o seu nome, sua gente e suas tradições.- A virtude, para que jamais nos afastemos dos nobres ideais da vaquejada e para que antes de campeões, possamos ser cidadãos de bem...E a fé, para crermos que tudo vem de vós, senhor do universo e nosso Pai eterno.Que assim seja!


Olhei para a arquibancada, vir minha família gritando palavras de apoio, me sinto muito confiante. Em meio a tanta gente pude perceber uns longos cabelos pretos meu coração errou uma batida, ele batia descompassado.

É ela. Sem dúvidas. É ela.

O VaqueiroOnde histórias criam vida. Descubra agora