epílogo

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Hold my breath as you're moving in
Taste your lips and feel your skin
When the times comes, baby don't run, just kiss me slowly

Kiss me slowly • Parachutes

Laura Rodrigues subiu ao altar para encontrar Daniel Carvajal apenas algumas semanas depois que o espanhol a pediu em casamento. Sentiu a brisa leve daquele final de tarde em Mallorca batendo contra o seu rosto e o oceano se estendendo a frente de ambos, em uma cerimônia pequena, contando com a presença dos familiares e amigos.

Enfim estava acontecendo e parecia tão certo, a medida em que caminhava ao seu encontro e sentia a delicada aliança sendo deslizada em um dos dedos.

Laura Carvajal Ramos.

Soava bem o bastante em sua mente.

Ele estava tão certa daquela decisão e ainda assim foi impossível segurar as lágrimas que se acumularam em seus olhos escuros, a medida em que proferia cada um dos seus votos e escutava os ditos pelo jogador.

Era como se estivesse finalmente completa e feliz, depois de todas as pedras que entraram no meio do seu caminho a partir do momento em que passou a questionar cada uma das grandes decisões ao redor da sua vida.

Tudo dependia apenas de si mesma.

Poderia controlar a sua própria vida a partir do momento que conseguisse ser sincera consigo mesma e com tudo a sua volta.

Daniel somava a sua vida de muitas maneiras e ela era grata por ter tido aquela segunda chance quando abriu seu coração e foi sincera com o que queria dali pra frente.

O Santiago Bernabéu estava em festa naquela última rodada do campeonato e os cânticos poderiam ser escutados por todos os cantos, ecoando a outra conquista da La Liga pelo time de Madrid naquela noite.

O campo havia sido tomado pelos familiares dos jogadores, assim como alguns dos seus amigos mais próximos, e a quantidade de flashes disparados a cada minuto era algo considerado quase como de outro mundo.

Fotos que corriam um canto ao outro do mundo em tempo real, mostrando a festa que era feita entre quatro linhas após outra das conquistas obtidas pelo time espanhol.

Os foguetes explodiam contra o céu estrelado daquela noite e acabava por criar uma das suas cenas preferidas quase que de imediato.

Usava a camisa do Real Madrid com o número 2 estampado em suas costas, assim como um Laura Carvajal reconhecido por todos.

— Estava procurando por vocês. — o lateral parou bem a sua frente, com um sorriso enorme estampado em seu rosto. — Patrícia disse que o carinha estava chateado com algo.

Ela assentiu em confirmação quando acenou com a cabeça e precisou controlar a sua vontade de sorrir da expressão emburrada presente no rosto de Lucca.

— Ele parece ... bem chateado com todos esses foguetes, então achei que caminhar e conversar um pouco seria uma boa ideia.

Lucca tinha pouco mais de um ano e parecia atento a cada mínimo detalhe a sua volta, com o cabelo escuro e as bochechas que sempre atraiam atenção o bastante de todos que se aproximavam em um primeiro momento.

Ele parecia com Daniel ... inclusive quando se observava o seu senso de humor e a maneira como facilmente ficava irritado com algo.

Havia sido planejado desde o primeiro instante e três testes negativos a deixaram em aflição a cada entrada em farmácia para comprar os mesmos ou entradas em banheiro para que seguisse cada uma das instruções descritas na embalagem.

Lamentou no ombro de Daniel por incontáveis dias ... até que aconteceu.

Lucca.

Laura ainda lembrava-se da sensação de escutar o seu coração batendo pela primeira ou de quando sentiu ele chutar, enquanto conversava com Daniel pelo FaceTime e o escutava contar alguma coisa qualquer da concentração da Espanha.

Foi o jogador que o segurou nos braços pela primeira vez e foi ele também quem derramou as primeiras lágrimas naquela madrugada chuvosa em Madri.

Todas as horas em um trabalho de parto que foi tranquilo o bastante e nada demorado. 

Daniel ao seu lado, apertando a sua mão e garantindo que ficaria tudo bem.

Ela tinha a opção de ir para o Brasil e ficar ao lado dos seus pais, entretanto parecia bem mais certo ficar em casa após aqueles nove meses quase intermináveis.

Viene aquí con el papá, mi pequeño. — o lateral se agachou e pegou o mais novo em seu colo, dando um beijo estalado em sua bochecha. — Como você se comportou durante o jogo? Deu muito trabalho para a mamãe ou se comportou direitinho?

— Ele acabou dormindo o jogo inteiro — Laura respondeu, acariciando a sua cabeça. — Inclusive ... estamos orgulhosos de você. — aproximou-se e deu um selinho no espanhol.

Gracias mi amor — agradeceu, alternando o seu olhar entre os dois. — E você, mi pequeño, o que acha de se divertir um pouco? — o garoto abriu um dos seus raros sorrisos e escondeu o rosto contra o corpo do lateral.

Laura o observou se distanciar com Lucca em seu colo, sorrindo quando alguns jogadores se aproximaram para que cumprimentassem o mais novo de uma maneira engraçada.

Muita coisa mudou naquele intervalo de tempo e ela não poderia estar mais feliz ... porque tudo estava saindo conforme o planejado.

Ela ainda tinha seus planos.

Mas tudo aquilo estava inserido neles.

Casar, ter uma família, a chegada do Lucca ...

Não era como se fosse um mar de rosas, mas Lucca chegou para melhorar ainda mais as coisas, acordando choroso no meio da noite e enroscando o corpo contra o seu ou enrolando as mechas escuras do seu cabelo entre seus dedos pequenos e gorduchos.

Em pensar que esteve prestes a abrir mão de tudo aquilo ...

Não mais imaginava mais a sua vida longe da Espanha ou sem Daniel ou sem Lucca, os seus dois garotos, porque era quase como se estivesse cuidando de duas crianças na maior parte do tempo.

Os pequenos momentos se sobressaíam e aquilo sempre estaria acima de tudo.

— Lucca — chamou pelo filho quando se aproximou e passando um dos braços ao redor do corpo do marido. — Diga para o seu pai quem é a sua pessoa preferida no mundo?

Mama — exclamou animadamente, batendo palmas e se jogando de imediato em seus braços.

— Que coincidência — Carvajal se intrometeu, sendo a sua vez de passar os braços ao redor deles. — Porque a sua mama também é uma das minhas pessoas preferidas do mundo.

Laura sorriu e apoiou a sua cabeça contra um dos seus ombros.

Ela estava feliz.

E também estava em casa.

E também estava em casa

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