Capítulo 18

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Look what we started, baby
You're not what I expected
Cause all I ever wanted was some fun
Look what we started, baby
I used to look for exes
Cause all I ever wanted was some fun
I never meant to fall in love


— Jason Derulo, "Cheyenne".


Dias atuais


Lauren POV


Uma das vantagens de estar em Cozumel é a zona livre das taxas. Resumindo: era um shopping center a céu aberto. Eu e Lua – consumistas inatas - literalmente deixamos as garotas para trás e começamos a gastar como se não existisse amanhã. Era algo que não me arrependeria, pois, os valores eram bem mais baixos.

Fizemos tantas compras que até Camila, Nathalie e Dinah ficaram cheias de sacolas nos ajudando a carregar.

A maioria das lojas localizava-se nos arredores do terminal de cruzeiros, principalmente na Avenida Rafael E. Melgar e nas imediações da Plaza del Sol. Encontramos artesanatos e roupas, fizemos compras para os pais de Lua e, enquanto minha amiga estava entretida, comprei uma pequena lembrança para Camila. Uma das senhoras, nas barraquinhas de souvenires, estava vendendo violões de madeira típicos da arte mexicana: cheia de vida, cor e emoção. Era pequeno, mas eu sabia que ela ia gostar. Tinha planos de comprar mais algumas coisas para Camila no decorrer da viagem, pois sabia que seu aniversário caía no dia em que desembarcaríamos em Miami.

Pensar na despedida fazia meu estômago revirar.

Estávamos à frente das meninas da banda agora. Elas estavam planejando o próximo passeio, pois, elas só compraram algumas bebidas, e como demoramos nas compras, acabamos mal percebendo que o sol já preguiçosamente se punha no horizonte.

O pôr do sol era uma das cenas mais incríveis que vi ali, sem sombra de dúvidas. O mar parecia ser capaz de engolir a bola de fogo, sendo refletido pela intensidade de seu calor, pintando as nuvens em tons de cor-de-rosa, laranja e branco. Nós tiramos tantas fotos em grupo que Lua teve que pegar outro cartão de memória na bolsa. Sempre que dava, tentava ficar ao lado de Camila nas fotos, porque precisava muito registrar aquele momento.

Fomos com elas para o porto, entregando para a recepção do Heart on Fire as sacolas com os respectivos números dos nossos quartos para que pudessem levá-las para cima. Coloquei delicadamente o pequeno violão dentro da bolsa, pois queria dar de presente para Camila ainda essa noite.

Quando estávamos voltando, as meninas da The Rock Skull ainda pensavam sobre o que fazer, e eu e Lua estávamos de braços dados, caminhando lado a lado. Eu não podia deixar de me sentir culpada. Ela sempre foi verdadeira comigo, mesmo quando tive enésimos motivos para julgá-la. Desde a adolescência, acabei escondendo o que sentia pela primeira pessoa que ela amou, e, como se fosse uma praga mal resolvida, estava de novo na mesma situação.

Agora, era como se estivesse com o mundo inteiro nas minhas costas. Aquele grande e imenso globo, preenchido por problemas que cada vez se enredavam mais, impossibilitando-me de resolvê-los.

— Lauren, eu acho que preciso de um conselho. — Disse Lua baixinho.

— Um conselho? — Estranhei seu timbre suave. — Sobre o quê?

— Nathalie.

— O que tem ela?

— Acho que estou me apaixonando, Lauren. — Ela soltou a voz, sem poder conter as palavras que vazavam de seus lábios com emoção. — Quando eu estou ao lado dela, só consigo pensar em estar ainda mais em seus braços. Eu quero beijá-la e fazer coisas românticas, dizer coisas românticas. Eu quero poder vivenciar mais do que esses dias que estamos juntas. Sei muito bem que eu disse para você sobre a possibilidade de se apaixonar tão rápido ser nula, quando você me contou a respeito do beijo daquela mulher mascarada ter sido capaz de te tirar do chão, mas eu estava enganada, amiga. É possível se apaixonar conhecendo tão pouco. É possível e eu não sei como contar a ela tudo o que estou sentindo.

Heart on Fire - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora