Capítulo 2

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A primeira vez que eu a vi.


Camila POV


Quatro anos depois.


Estou a caminho de casa, depois de terminar um turno no hospital. Eu estou começando a me acomodar para enviar mensagens de texto para Dinah, quando deixo meu celular cair. Claro, ele tinha que deslizar pelo chão do trem para longe de mim. Felizmente, como são oito horas da noite, o vagão não está muito cheio. Assim que eu estou prestes a me levantar e procurá-lo no chão, em uma última tentativa desesperada de recuperar a minha vida, ei, meu telefone é a minha vida, não me julgue, eu o vejo.

Por sorte, meu telefone bateu no sapato preto de uma mulher, e quando eu olho para cima, vejo ela vindo em minha direção. Esta mulher é certamente muito atraente. Eu a vi quando ela entrou no trem na estação seguinte à minha. Estou surpresa que eu estivesse alerta o suficiente para notar quem quer que fosse, uma vez que estou no final de um turno de oito horas, no qual eu estive muito ocupada. Estou extremamente cansada, mas minha mente está inquieta, elétrica, e sim, você adivinhou, com tesão.

Noah está em um treinamento essa semana, por isso não tivemos chance de dar uma escapada para dar uns amassos na sala do plantão; Olivia está fora da cidade, a negócios; e Ethan teve sucessivas reservas por toda a semana. Somos apenas eu e meu coelho de confiança que, por sorte, acabou ficando sem bateria, ou a opção número dois, esta mulher deliciosa que agora está caminhando em minha direção.

Ding, Ding, Ding! Eu escolho a porta número dois!

Ela só não sabe disso ainda. Ela está vestindo um conjunto social de saia e terninho de cor grafite, o blazer está pendurado no braço que está carregando uma pasta de couro preta. Sua camisa branca tem as mangas dobradas até a altura do cotovelo, e ela, obviamente, saiu do trabalho porque os dois primeiros botões estão abertos, dando um leve vislumbre de um sutiã de renda e um par de seios maravilhosos e durinhos que você só pode pensar em lamber. Eu estou no paraíso da fantasia da mulher de negócios, e ela está sendo entregue a mim em um prato, ou neste caso, num trepidante e um pouco sujo, metrô de Miami.

Mas os mendigos não podem escolher.

A executiva me pegou olhando para ela, o seu sorriso branco crescendo em seu lindo rosto, enquanto ela se aproxima. Eu lhe dou um sorriso, um pouco envergonhado, de volta, sabendo que eu fui pega olhando para ela como um leão que observa sua presa. A morena estende a mão para mim, quando ela chega perto, e sendo a idiota socialmente desajeitada que eu sou, eu estendo a minha mão para cumprimentá-la, sentindo-me absolutamente mortificada quando eu percebo que ela estava apenas tentando entregar meu telefone de volta.

— Desculpe, este telefone é seu? Ele deslizou pelo chão, vindo desta direção, e você é uma das únicas pessoas no trem sem um telefone ou um e-reader na mão, então eu estou apenas dando um palpite — ela diz, com um leve sorriso, felizmente não rindo da minha incompetência social.

— Sim, é meu. Desculpe por fazer você vir até aqui — eu respondo, um rubor incontrolável tingindo minhas bochechas.

— Ei, não tem problema. Eu não me importo de ter uma desculpa para falar com uma bela estranha sozinha, no metrô, à noite...

Suas palavras são calculadas. De alguma maneira, ela conseguiu me elogiar, ao mesmo tempo em que me recriminou por viajar sozinha em um vagão à noite. Isso que é talento! Eu sinto um arrepio na minha espinha com a simples presença desta mulher.

Ruin the Friendship - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora