Capítulo 23

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Filhas


Camila POV


Eu alugo um carro e começo a viagem de duas horas para Tampa na casa dos meus pais. Já tem muito tempo desde a minha última visita, mas estamos constantemente ligando um para o outro e, desde que eu voltei de Ohio, há quatro anos, as coisas têm estado ótimas.

Eles sempre aceitaram a minha relação com Joshua, mas eu sabia que eles não aprovavam. Eles sempre quiseram que eu fosse feliz, e como meu pai sempre me disse, 'contanto que você esteja feliz, Kaki, estamos felizes'.

E eu achava que era feliz. Eu realmente achava.

Estou uma pilha de nervos agora. Noah sabe que eu estou grávida, eu sei que eu estou grávida, e logo Dinah vai saber que estou grávida também. Deixei um bilhete à Dinah perguntando se ela poderia vir me visitar neste fim de semana. Vou saber quando ela ler o bilhete, porque ela vai encher o meu celular de ligações.

A última vez que eu corri de volta para casa dessa forma foi quando deixei Joshua. Dinah me pegou no aeroporto e me levou direto para lá. Eu fiquei com meus pais por duas semanas, enquanto tentava curar as minhas feridas. Dinah fez uma intervenção e me sequestrou depois disso, me levando para sua casa e dizendo que eu tinha que começar a viver a vida, ou então iria me deixar para trás. Então foi isso que eu fiz. Voltei para a escola, terminei a minha formação e consegui um emprego no Jackson Memorial. E o resto, como dizem, é história.

Antes de sair, liguei para a minha chefe e expliquei a situação. Ela me deu o resto da semana de folga, me dizendo para cuidar de mim e sempre me certificar de que tenho biscoito de água e sal e água tônica por perto para ajudar a combater o enjoo matinal.

Uma coisa que eu descobri quando se está grávida: todo mundo quer lhe dar conselhos. Quando eu fui à farmácia para pegar minhas vitaminas pré-natais, a assistente da loja, de meia-idade, teve grande prazer em dar tapinhas na minha inexistente barriga de grávida e me perguntar todos os detalhes importantes.

De quanto tempo você está? Qual a previsão de parto? O seu marido está feliz?

No entanto, eu dei o troco. O olhar em seu rosto quando eu expliquei o quão sortuda eu era em não estar parecendo um elefante em um período de gestação de dois anos foi impagável. Assim como o meu comentário de despedida sobre não saber quem é o pai "porque eu passei por uma fase particularmente de putaria há quatro semanas" definitivamente não passou despercebido. Eu tinha um enorme sorriso no rosto quando saí da loja com um saco de pílulas e um folheto que ela tinha colocado no saco sobre doenças sexualmente transmissíveis. Hilário para cacete!

Eu estaciono na entrada da garagem dos meus pais e me sinto calma instantaneamente. Esta é a minha casa. Este é o lugar onde eu me sinto centrada, onde me sinto ancorada. Não importa o que esteja acontecendo, ou a situação confusa que eu me encontro agora com o bebê, e Lauren, e não sabendo como fazer para tê-la de volta.

Eu sei que mamãe e papai vão me ajudar, e isso é o que eu preciso agora. Sabedoria parental em grande quantidade.

— KAKI! — Eu ouço meu pai gritar quando saio do carro. Jogando minha bolsa nos primeiros degraus da varanda, eu subo os degraus de dois em dois e corro para os seus braços abertos, explodindo em lágrimas no momento em que eles me envolvem firmemente.

— Filha — ele murmura, enquanto eu soluço e bufo em seu ouvido. A emoção do mês passado me oprime.

— Oi, pai — eu digo, me afastando um pouco e limpando meu rosto e nariz na minha manga, da forma mais vulgar.

Ruin the Friendship - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora