Demigods Can Have Fun Too, Right?

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2018, April - Quarta-Feira

O dia amanheceu, e mais uma vez, horrível, chuvoso, escuro e chato.

Que nem o meu humor.

Dois dias enfurnada nesse quarto, por causa dessa chuva. Não que eu estivesse reclamando, afinal, só de pensar em ir trabalhar, instantaneamente, meu sorriso murcha, e ainda tinha que desempacotar todas as caixas da mudança.

Trabalho já faz um tempo como fotógrafa profissional, isto fazia parte do meu disfarce no mundo mortal, não considero um emprego de fácil manuseio, porém eu tinha muito, muito tempo pra praticar e estudar a arte da fotografia. Também serve como uma justificativa plausível quando alguém me pergunta porque estou sempre de mudança.

Sai da janela e perambulei pelo apartamento usando apenas uma regata branca e calcinha, apesar de estar frio e chovendo lá fora eu me sentia confortável assim.

O apartamento não era muito grande. Eu não exigia isso no momento. Tinha apenas dois quartos, um banheiro, a cozinha e a sala de estar, onde havia caixas espalhadas por todo canto. Algumas abertas, outras não. As observei por um tempo, e caminhei para o banheiro tomar um banho lento e quente, programando mentalmente o que seria feito hoje.

Sai em cerca de dez minutos depois, caminhei para o quarto e entrei no closet colocando uma calça jeans preta, uma blusa de manga comprida cinza e um AllStar preto. Depois de escovar os cabelos e deixá-los soltos, atentei-me a cozinha, fazer um digníssimo café da manhã, sendo apenas interrompida pelo estridente barulho da companhia, parei o que estava fazendo, fui em direção a porta da entrada, olhei no olho mágico e vi um homem de pele escura e barba igual a penugem de pêssego, vestindo uma calça folgada, camisa branca e jaqueta de couro, um gorro preto na cabeça e uma muleta em cada braço, então abri a porta já sorrindo por saber quem é.

— Hazel? — confusa, mas empolgada pela visita repentina do mesmo o abraço forte. — Como sabia que eu estava aqui?

— Sua mãe me deu o endereço, passei lá pra vê-la ontem. — disse, retribuindo meu abraço.

— Entre, entre. — o puxo para dentro e fecho a porta. — A quanto tempo está na cidade? Como você tá?

— Faz quase dois dias hoje. E sim, estou bem, e você? — ele me seguiu até a cozinha.

— Olha, até agora não tive nenhum tipo de problema, então tá tudo bem.

Enquanto ele se sentava em um dos bancos da ilha eu tirei os ovos, os bacons e a salsinha da geladeira, colocando-os em seguida em cima da ilha.

— Vai fazer o que hoje?

— Trabalhar.

— E depois disso?

— Não tenho certeza, de noite tem uma festa que eu fui convidada, mas não sei se vou como fotógrafa ou nem vou. Você já tomou café? — digo pegando a frigideira de dentro do forno e colocando em cima do fogão.

— Não tomei ainda. (Seu apelido), falando como seu melhor amigo de longa data, e bota longa nisso, eu te aconselho a ir, mas não como fotógrafa. Afinal, semideuses podem se divertir também, não é?

— Ué, eu me divirto tirando fotos. — pego um saco de pães de sanduíche no armário, colocando em cima da mesa junto dos outros condimentos.

— Não é a mesma coisa, vá por mim.

— Vou pensar.

Em uma frigideira antiaderente eu fritei os bacons sem óleo e reservei, então depois de tirar o excesso da gordura deixado pelo bacon, frito a salsinha em óleo de girassol não muito quente, e em outra frigideira os ovos. Quando tudo ficou pronto, coloquei os ovos em cima das fatias de pão, eu adicionei o bacon, temperei com sal e por último salpiquei a salsinha por cima, fazendo assim nosso café da manhã.

After the Storm [Demi/You] [PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora