Prólogo

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  Elisabeth acordou assustada. As sensações do sonho que tivera a noite ainda estavam presentes em sua mente, assim como as dores em seu corpo.
— Como? — murmurou abraçando as pernas, soltando leve suspiro de dor por conta de uma pontada de dor que sentiu em seu ventre. De noite descobriu que começara a menstruar, e desde então sua colega de quarto começara a agir estranho. Elisabeth estava desconfiando que Carla é lésbica.
  Deitou novamente na cama e tentou dormir, mas foi em vão, pois cinco minutos depois o alarme para as duas garotas acordarem, começou a tocar.
  Carla grunhiu e desligou o alarme, se levantando logo em seguida. Elisabeth suspirou e tateou a superfície de seu criado-mudo em busca de seus óculos escuros e de sua bengala. Andou até o guarda-roupa multiuso na frente de sua cama e pegou o uniforme do Colégio Internacional Tadisha, um semi-intetnato japonês famoso que existia em vários países. Vestiu o uniforme e pediu para Carla dar o nó em sua gravata, amarrando os cabelos em um rabo de cavalo logo em seguida.
— Já arrumou seu material para hoje ou quer que eu te ajude? — Carla perguntou arrumando sua cama e a de Elisabeth.
— Eu sou cega e não aleijada — respondeu Elisabeth passando a alça de sua mochila pela cabeça. Passou um pouco de perfume e se sentou na cama, esperando por Carla, que estava quase terminando de tomar banho.
  Quando as duas estavam prontas, saíram para ir para suas aulas.
— Hoje é o último dia de aula — Elisabeth disse animada. — Significa que é nosso último dia nesse inferno.
— Nossa, eu não sabia que seu amor pela escola era assim tão grande — Carla ironizou. — Ama estudar tanto assim?
— Ha ha ha. Eu não odeio estudar — Elisabeth respondeu. — Odeio o colégio onde estudo, isso sim — disse rindo e entrou na sala de aula, sendo recebida pelas risadinhas das populares de seu colégio. Revirou os olhos e foi sentar-se em seu lugar, o primeiro da fila da parede. Carla sentou-se logo atrás.
— Oi, Liz — ouviu George falar enquanto se sentava na carteira a seu lado, pondo as muletas debaixo da cadeira.
— Oi — murmurou para seu namorado, e sorriu logo em seguida. Dobrou novamente sua bengala, guardou-a embaixo da carteira e pegou seus materiais para a aula que teria agora: história.
  Não demorou muito tempo para que professor de história, o Sr. Benjamin Prescott entrasse.
— Olá — disse o professor para a turma, anormalmente feliz. Talvez fosse por aquele ser o último dia de aula. — Apesar de hoje ser – graças a Deus – o último dia de aula, tenho um último trabalho para dar a vocês — um suspiro de desagrado coletivo foi ouvido. — Venham logo pegar seus livros. Vocês tem meia hora para ler o livro e depois fazer um resumo. Ah, e para nossa querida Elisabeth, um livro em braile. Aqui está — disse entregando livro para a garota.

***

  Depois de exaustivos quarenta e cinco minutos depois, o sinal tocou, indicando que a próxima aula seria Educação Física. Por conta de sua cegueira, Elisabeth sempre ficava sentada na arquibancada da quadra, lendo um livro qualquer, ou ficava conversando com seu namorado, já que ele tinha um problema nas pernas que o impedia de fazer exercícios.
— Queria tanto poder participar das aulas — a garota suspirou enquanto ouvia o som das bolas de basquete baterem contra o chão. — Gostaria de pelo menos ver seu rosto um dia, George.
— Ei, não fica assim — o garoto acariciou a bochecha de sua namorada levemente com as costas das mãos e deu um selinho nela. — Se os deuses quiserem um dia você irá enxergar.
  Elisabeth deu um selinho em seu namorado e o abraçou, sorrindo em seguida.
— Depois das aulas das aulas, pegue suas coisas e me encontre no portão principal, ok? — George disse no ouvido da garota, que assentiu e voltou a ler.

***

— Amém, irmãos! — Elisabeth levantou as mãos para os céus, agradecendo a deus por já estar arrumando as malas para ir embora do colégio. — Logo estarei em casa, assistindo TV e sem gente me criticando por estar desarrumada.
— Eu também — Carla disse com a voz meio estranha. — Vamos?
— Vamos. Se quiser, posso pedir para o meu pai te deixar no aeroporto. Sei que você está doidinha pra voltar para a Espanha — Elisabeth falou animada.
  As duas garotas riram e saíram de seu quartos, indo direto para a saída principal da escola, onde deveriam esperar pelo motorista dos pais de Elisabeth.
— Ei, você pode ir comigo ao banheiro? — Carla perguntou para a amiga.
  Elisabeth concordou com um aceno e juntas, as duas garotas foram ao banheiro. Elisabeth estranhou o fato de ouvir cascos e metal batendo contra o piso de mármore do colégio, e esses passos eram de sua amiga.

***

— Vem — Carla puxou Elisabeth para dentro de um dos boxes do banheiro. — Eu vou te matar, semideusa — e Elisabeth gritou ao sentir duas presas furarem seu pescoço.
— C-C-arla, por favor — Elisabeth murmurou chorando. — P-p-p-are.
— Não, semideusa — disse o que era para ser Carla. — Tenho ordens expressas para te matar.
— Por quê?
— Me mandaram fazer isso.
— Quem?
— Meu Senhor e Mestre.
— Quem?
— Já disse. Meu Senhor e Mestre.
  Elisabeth tremeu de dor. Já estava fraca e não sabia por quanto tempo iria aguentar ficar naquela situação, a vampira que era sua amiga estava lhe chupando todo o sangue.
— O que é você? — perguntou Elisabeth já se sentindo um pouco sonolenta.
— Dracaenae — e a vampira continuou a lhe sugar o sangue.
— Liz? — ouviu George no lado de fora do banheiro.
— Aqui — murmurou fraca.
  Carla riu baixinho. — Seu namorado sátiro não vai poder te ajudar agora, semideusa.
  Semideusa. Aquela já era a terceira vez que ela lhe chama daquilo.
— George — Elisabeth falou pouco mais alto. — George, me ajuda.
— Liz? — ouviu George entrando no banheiro.
— Fique quietinha — ouviu o monstro sussurrar em seu ouvido, tampando sua boca com uma das mãos.
  Com o pouco de força que tinha, chutou a porta do boxe onde estava, para tentar chamar a atenção de seu namorado. Não quero morrer agora. Pensou a garota.
— Liz! — a porta do boxe foi aberta com violência, e o monstro foi tirado de cima de si. Com as pernas bambas, Elisabeth caiu sentada no chão, a cabeça encostada na lateral do boxe. A mão estancando o ferimento que a Dracaenae fizera em seu pescoço.
— Vá embora, Dracaenae — George falou com um tom de autoridade na voz surpreendente.
— Não — disse o monstro. — Tenho ordens expressas de matar essa semideusa.
— Ela está comigo.
— Graaande coisa, sátiro — o monstro ironizou. — Agora se me dá licença, tenho uma missão para terminar — e Elisabeth foi puxada com violência para fora.
— George... — a garota murmurou.
— Se quer assim — e Elisabeth começou a ouvir o som de uma flauta sendo tocada.
  Se arrastando para longe do alcance do monstro, Elisabeth se encostou numa das paredes do banheiro e começou a chorar.
  O que diabos está acontecendo com o mundo hoje?

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  Ah, o primeiro primeiro capítulo dessa fanfic está muito legal. Se eu estou gostando de escrever essa fic? Não, não estou gostando. ESTOU AMANDO. Se algum erro passou, me avisem, ok?

  P.S.: @DaughterofTrivia, tu gostaste do primeiro capítulo?

P.S².: O cronograma de postagem é de uma vez por semana. Talvez poste nas sextas ou fins semana.

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