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Quando estacionaram, Avery imediatamente abriu a porta do carro e puxou Elisabeth para fora, fazendo a mesma correr logo em seguida.
- Mais rápido, Elisabeth! - gritou Avery ao ver o primeiro grifo se aproximar. Pegou a espada curta que o sátiro havia lhe entregado e ficou em posição de combate. - Corra em linha reta e não pare - tirou uma carta do bolso traseiro de sua calça e a colocou no bolso interno do casaco de Elisabeth. - Quando chegar no Acampamento, entregue isso a Quíron e ele a lerá para você.
- O quê? - Elisabeth perguntou, completamente confusa. - Quem é Quíron?
- Não dá tempo de falar. Apenas corra nessa direção - e Avery direcionou a garota na direção correta, e a colocou na direção correta. - Que os deuses te acompanhem, minha menina.
Elisabeth, completamente confusa, começou a correr. Caindo algumas vezes por causa de buracos e pedras no caminho, se amaldiçoou internamente por não ter pego sua bengala. Isso lhe pouparia muito esforço.
Quando chegou no topo daquele morro, estava completamente exausta.
- Eu realmente deveria fazer mais exercícios - disse para si mesma. Andou mais um pouco, até que deu com a cara numa árvore e caiu sentada no chão.
- Ei - ouviu a voz de uma garota. - Você não pode ficar esbarrando nos outros assim, sabia?
- Sou cega, desculpa - murmurou. - Mas eu esbarrei numa árvore, não em você.
- Eu sou uma dríade - a garota falou normalmente. - Espirito da natureza e blábláblá. Você não parece bem. Você está bem?
- Não. Minha mãe, lá embaixo. Grifos...
- Ok. Abrace seu corpo e não abra os olhos. De primeira você pode ficar um pouco enjoada. Se bem que no seu caso não vai adiantar ficar de olhos fechado ou não - a dríade deu um risinho. - Segure-se, ok?
- Ok - e Elisabeth sentiu várias mãos pegarem em seu corpo e risinhos femininos enquanto era teletransporta até a Casa Grande pelas dríades.
Quando ficou em terra firme, Elisabeth ficou de quatro no chão e vomitou tudo o que havia comido.
- Você está bem? - ouviu a voz de um garoto perguntar, enquanto ouvia passos se aproximarem de si.
- Eu tenho cara de que estou bem? - perguntou enquanto se levantava e cuspia no chão, tirando os últimos resquícios de vômito da boca. - Acabei de ser teletransportada por um monte de garotas-árvore e minha mãe está lutando cotra um monte de grifos.
- O quê? Vem, já estamos na frente da Casa Grande mesmo. Vamos falar com Quíron.
- Se você não percebeu, eu sou cega - disse cruzando os braços. Tateou com os pés e subiu o primeiro degrau, e fez assim com os outros, até que chegou na varanda da casa e bateu algumas vezes na porta.
- Já vou - ouviu uma voz masculina se aproximar, juntamente do som inconfundível de uma cadeira de rodas elétrica. A porta foi aberta e Elisabeth ouviu ao fundo uma música qualquer de Frank Sinatra. - Nossa, entre garota.
- Minha mãe, grifos... - Elisabeth colocou as mãos no rosto, tentando conter as lágrimas. - E o meu namorado. Os dois estão lá fora.
Elisabeth suspirou e foi guiada pelo homem até um outro cômodo da casa.
- Sente-se por favor - ouviu o homem dizer.
Elisabeth sorriu sem jeito e tateou em busca de um lugar para sentar e sentou-se no parecia ser um sofá.
- Qual é o seu nome? - o homem perguntou.
- Elisabeth - ela respondeu. - E você?
- Quíron, eu sou o diretor de Atividades do acampamento.
- Ah, senhor Quíron, minha mãe mandou que te entregasse isso - disse tirando a carta do bolso e estendendo. mão na direção da voz de Quíron.
Ele a leu, e chorou. Pelo que parecia a cegueira que havia adquirido aos cinco anos de idade devido a um acidente de carro não fora um simples acidente, e sim resultado numa maldição que fora jogada por algum deus em uma encarnação passada sua que vivera na Grécia Antiga.
- Por que lançaram essa maldição em mim? - Elisabeth perguntou entre lágrimas. Colocou os pés no sofá e abraçou as pernas, apoiando o queixo nos joelhos. - O que eu fiz? - escondeu o rosto enquanto soluçava.
- Na carta só diz pois ofenderam um deus e colocaram a culpa em você - Elisabeth ouviu barulho de cascos e em seguida Quíron apertou seu ombro direito, a consolando.
Elisabeth moveu os ombros, tirando a mão de Quíron de si e ficou de pé.
- Ficar... Ficar me consolando... N-não vai me fazer enxergar de novo - disse apontando para os olhos. - E o que diabos você é? - disse alguns tons mais altos do que o habitual.
- Sou um centauro - ele respondeu.
- Ah, ok - Elisabeth de nervoso. - É normal descobrir que, supostamente, os deuses gregos são reais, que minha mãe é um fantasma, e que eu acabei de conhecer um centauro - Elisabeth tremia de nervoso.
- Acho você ir a enfermaria. Pegue isso - disse oferecendo... um cabo de vassoura para a jovem, que riu anasalado.
- Obrigada, um cabo de vassoura vai ser muito melhor do que a minha bengala - disse para si mesma sarcasticamente, andando até a porta. - O senhor pode me guiar?
- Claro.
O centauro conduziu Elisabeth pela acampamento, descrevendo cada lugar. A garota se surpreendeu ao perceber que cada chalé do acampamento tinha uma textura diferente.
- Deus... Quer dizer, deuses! Os chalés parecem ser muito bonitos - disse ainda meio abatida. - Queria poder enxergar agora. Pelo que você descreveu, aqui parece ser lindo.
- Venha, vou te apresentar ao Conselheiro-Chefe do chalé de Hermes, Connor.
Andaram alguns metros até um chalé, que pelo Quíron descreveu, parecia ser um chalé de acampamento normal, velho e com a pintura descascando e tinha um caduceu acima da porta.
- Esse é o chalé mais cheio de todos. Pois além dos filhos de Hermes dormirem aqui, os semideuses inteterminados são alocados neste chalé até que seu parente divino o reclame.
- Ah, ótimo -Elisabeth murmurou subindo os degraus que levavam a pequena varanda do chalé. - Tchau, senhor Quíron - e entrou no chalé do deus dos viajantes.
Logo que entrou, caiu por causa de algo que estava no chão. Talvez fosse um saco de dormir.
- Mas ein? - Elisabeth se levantou e se apoiou em seu cabo de vassoura. - Oi, tem alguém aí?
- Mas é claro. Tem eu - disse um garoto. Elisabeth se virou na direção da voz dele, ainda apoiada no cabo de vassoura. - Eu sou Travis.
- Me chamo Elisabeth - disse a garota. - Acabei de chegar - sorriu meio sem jeito.
- Ah, mais uma novata - Travis entregou um saco de dormir para a garota e a levou até um dos cantos do chalé.
- Aqui - disse entregando algo para a garota.
- É uma camiseta? - perguntou. - Quíron me falou que o acampamento tinha camisetas, mas pensei que tinha que pagar...
- Sim. Depois eu chamo uma garota para te ajudar e ver uma roupa que te sirva - disse Travis. - Agora tchau. Estou atrasado.
Elisabeth sorriu enquanto ouvia os passos de Travis se afastarem. Quando ele saiu do chalé, a garota jogou o saco de dormir no chão e s sentou em cima dele. Tirou o blazer do colégio e a camisa social e colocou a camiseta do acampamento.
- Meus deuses - disse e suspirou. - O que está acontecendo com a minha vida?

Argentum [PJO/HDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora