CAPÍTULO II

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06/02/2018 — Itapevi-SP

   “O corpo de Agatha estava jogado no chão do corredor, seus olhos abertos olhavam em direção a Raphaelli, deixando-a assustada e a fazendo recuar um passo. Seu nariz escorria sangue e na ponta, podia perceber uma pequena quantidade de um pó branco.
     Tudo pareceu se mover em câmera lenta a sua volta, a única coisa em que prestava atenção era nos olhos sem vida de Agatha.
     Em uma fração de segundo o corpo de Agatha levantou-se e se sentou no chão. Ela olhou em volta reparando em todos os alunos até parar na direção de Raphaelli, sua expressão no mesmo instante mudou. Seu corpo se enrijeceu e uma fúria incomum era transparece em seu olhar.
     Ela avançou contra Raphaelli pulando sobre seu corpo e a derrubando no chão.
     — É CULPA SUA! — Gritou Agatha.”

    Em um salto Raphaelli se levantou da cama assustada e olhando tudo em volta. Seu corpo estava suado e ela respirava ofegante, tremia assustada com aquele pesadelo. A culpa pesava cada vez mais em suas costas e isso mal a permitia dormir direito.

    Caminhou em passos rápidos em direção ao interruptor e o acendeu, iluminando o quarto e a deixando mais confortável. Voltou até a cama e se sentou no colchão, estando mais calma.

    A ideia de dormir já não se passava mais por sua mente e decidiu assistir algum filme na internet pra passar o tempo. Pegou seu notebook ao lado da cama e o ligou, checou o horário e percebeu que ainda não se passava das 2:00 da manhã, aquela noite seria longa.

    Deixou o notebook ao seu lado e procurou por seu celular pela cama, o encontrando embaixo de seus travesseiros. Pensou um pouco e logo discou o número de alguém que tinha certeza que estaria acordado a essas horas.

   Esperou até dar três toques e logo Nicolas atendeu sua ligação.

   — A que devo a honra da maior piranha estar me ligando nesse horário? — Disse ele bastante surpreso de receber uma ligação de sua prima em meio a madrugada.

   — Que engraçadinho. — Disse com uma voz entediada, demonstrando que não havia gostado da brincadeira. — Ao invés de stalkear os garotos do time procurando alguma foto deles sem camisa, porque não vem me fazer companhia nessa maravilhosa madrugada?

   — Já estou indo. Mais algum pedido querida? — Disse irônico.

   — Se quiser me trazer um pouco daquele delicioso chocolate quente que só você sabe fazer, eu agradeço. — Segurou o riso.

   — Olha que menina abusada, vou pensar no seu caso. — E então desligou a ligação.

    Jogou seu celular sobre o colchão e voltou a pegar seu notebook, o colocando sobre seu colo. Entrou em suas redes sociais procurando por alguma coisa que despertasse seu interesse mas nada lhe chamou a atenção. Até que em algum momento se deparou com o perfil de Vinicius e sua curiosidade falou mais alto.

   Entrou no perfil do mesmo e leu algumas publicações, nos quais a fizeram gargalhar. Logo após, resolveu ver alguma das fotos que ele havia postado e o achou ainda mais atraente.

   Após alguns minutos, ouviu-se o som de pequenas pedrinhas atingindo o vidro de sua janela. Raphaelli se levantou e deixou o notebook aberto em cima da cama, estando em sua tela o perfil de Vinicius e uma de suas fotos. Caminhou até a janela e a abriu, vendo Nicolas deixando a bicicleta encostada na parede e arrumando uma mochila em suas costas.
   
   Ele se virou na direção da janela e acenou para Raphaelli.

   — Rapunzel, Rapunzel! Jogue suas tranças para mim. — Disse rindo enquanto se afastava e subia em uma árvore, cujo um galho parava em frente a janela da casa.

A CulpaOnde histórias criam vida. Descubra agora