A Black mais brilhante

Culpa

A neve começou a cair e cobrir o chão escuro com um cobertor branco puro, mas Draco não se importou.

Seus pensamentos estavam tão longe do pequeno jardim quanto eles poderiam ser.

Toda vez que ele fechava os olhos, estava de volta à sala de jantar da Mansão Malfoy. Às vezes ele estava novamente falando com Lord Voldemort. Outras vezes ele estava assistindo seu pai cair, fazendo algo que ele achava que nunca poderia fazer - desafiando seu mestre.

Teria as palavras de seu pai sobre a magia dos Malfoy sido reais? Alguma vez houve uma cadeia? Ou foi uma mentira passada através das gerações? Mantendo os Malfoys na linha.

"Por que, pai? Por que mudar agora?" Ele sussurrou no silêncio suave.

"Draco?"

Ele olhou para cima e viu a mãe parada na entrada do portão. As alegres luzes da casa fazendo-a brilhar como o anjo que ele pensara que ela fosse.

Isso tinha sido uma mentira.

Nos poucos dias em que ficara preso na cama, tinha sido fácil para ele perceber que ela estava preparada para aquela luta. Aquele escudo na frente dela - disfarçado como uma travessa. Até mesmo a colocação dela na mesa - colocando-se entre ele e Lord Voldemort. Ela reagiu tão rapidamente ao seu desafio, como se tivesse previsto isso.

Potter estava certo: a mãe dele era muito mais do que ela fingia ser.

É por isso que ele a estava evitando desde que acordou vários dias atrás ao som de Hermione discutindo com o Sr. Lovegood.

Isso tinha sido surpresa, tanto quanto a visão de Potter deitado no pé da cama. Não que isso tenha realmente registrado como uma surpresa até mais tarde, quando as poções se dissiparam e seu cérebro clareou. No começo, parecia certo vê-la ao lado dele apoiada em travesseiros, o braço e o ombro enfaixados. Ele voltou a dormir ao som de suas exigentes mudanças de palavras e discussões sobre o tom apropriado. Quando ele acordou de novo, ele ouviu sua mãe falando com Snape sobre poções, a conversa deles foi acompanhada por Hermione que estava respirando ao lado dele. Ele fingiu ainda estar dormindo, seu cérebro claro o suficiente para lembrar por que ele estava em uma cama que não era dele, seu coração e alma não estavam dispostos a inclinar a balança que ele estava mentindo e mostrar a ele tudo o que seu desafio havia causado.

Ele estava evitando-a desde então. Bem como quase todo mundo. Pelo menos Potter e Hermione nunca pareciam querer que ele falasse quando estava perto deles.

Mas, ele supôs que evitar sua mãe hoje não era uma coisa gentil a fazer. Era véspera de Natal, afinal.

Quando ele não respondeu, ela atravessou a neve fresca e sentou-se no banco ao lado dele. Ociosamente afastando a neve com a mão, a varinha ainda presa em suas vestes - como seria por várias semanas.

"Você tem me evitado."

Ele encolheu os ombros. Ela precisaria explicar mais antes de decidir se realmente responderia ou não.

"Você tem dúvidas, estou assumindo."

Ainda assim ele não disse nada.

Surpreendentemente, ela riu.

"Você é certamente o filho de Lucius e eu. Nós dois éramos muito teimosos para ver a verdade por muito tempo."

Ele olhou para ela e levantou uma sobrancelha, ela sorriu em resposta e depois soltou um longo suspiro.

Andromeda se formou e depois fugiu com Ted bem antes do meu sexto ano. Lucius também se formou naquele ano, então ele só sabia meu nome, não eu pessoalmente. Ele deveria se casar com Andrômeda, antes que ela fugisse e seguisse seu coração. Nos meus últimos dois anos em Hogwarts eu assumi e governei a Casa com um punho de ferro - embora apenas aqueles em meu ano realmente soubessem disso. Descobri que manter as aparências e trabalhar nas sombras tende a gerar mais resultados do que estar nos holofotes. "