II - Atraídos

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Jimin

     Eu acordei em meu quarto, jugando pelas minhas coisas que estavam perfeitamente organizadas. As paredes do meu novo cômodo tinham um tom creme bem suave e os móveis eram brancos e delicados, havia uma varanda que permitia o ar ser soprado para dentro e, diferentemente da de Jungkook, tinha uma vista para os bosques distantes dali.

— Você gostou? — Ouço a voz do meu pai ecoar e eu olho para sua face tão serena que chegava a doer. — Bem, eu fiz o melhor.

— Eu adorei, pai. — Forcei-me a falar e sorri fraco. — Isso é bem a sua cara mesmo. Ou melhor, a minha cara.

     Apesar de acordado, meu corpo estava sonolento e preguiçoso, eu me lembro bem de ontem quando eu desmaiei e... Jungkook.

— Onde está Jungkook? — Perguntei enquanto tentava me endireitar na cama.

— Ele foi passar uns dias na casa de um amigo, não se preocupe. — Seu semblante mudou, me pareceu alegre e triste ao mesmo tempo. — Você teve seu primeiro heat, docinho, e ele é um alfa, não sei se seria confortável até pra ele, sabe.

     Heat era apenas uma palavra menos vulgar para dizer que eu estava no cio. Mesmo assim, isso tudo tinha sido tão doloroso e confuso, eu realmente não queria passar isso de novo, mas contudo, sabia que aconteceria novamente, foi o que a natureza havera me proporcionado. Meu pai sabia da confusão que seria cuidar de dois meninos no cio, e na certa poupou a casa e a mim mesmo de fazer sexo com o meu meio-que-irmão, — O quão chato era essa vida de ser controlado por hormônios. Jin algumas vezes já me avisara de como seria um heat, mas não sabia que eu ficaria tão "eufórico" assim.

— Há quanto tempo eu estou assim? — Estava receoso com a resposta, porque geralmente nós ômegas ficamos assim por uns cinco dias.

— Uns três dias, pensei que seria melhor passar dormindo, desculpa, eu sei o quão é difícil .

— Ah! Tudo bem. — Disse tentando me levantar meio zonzo.

— Acho que ainda está no seu momento, acho melhor...

— Estou bem. — Interrompi. — Obrigado! — Digo enquanto dava um sorriso desajeitado para certificar para ele.

— Está de noite, querido, se ainda quiser descansar... — Meu pai diz com a voz suave.

— Pai, eu passei três dias deitado dormindo. — Sorrio. — Eu só vou esticar as pernas um pouco.

     Ele assentiu e eu desci, procurei algo para comer, peguei um copo de leite e uns biscoitos, comi e saí para espairecer.
     Ainda era cedo da noite, então pensei que não fosse problema caminhar perto do rio. Passei pelas portas dos fundos e pelo jardim de rosas impecáveis, andei até a margem do rio e coloquei minhas chinelas bem na divisão entre a areia e a grama. Catei algumas pedrinhas e comecei a jogar enquanto passeava pela margem úmida, conseguindo sentir a areia molhada, tão boa, ainda que estivessem bastante fria.
     Depois de uns minutos andando, dou-me conta que mais à frente havia mais alguém parado, e pelo cheio tão dominador, advinhei logo que se tratava de Jungkook. Ele parecia ter me notado também e então levou a mão ao rosto, eu quis o imitar, mas não poderia me dar o luxo de desperdiçar nem um minuto sem senti-lo, então fui andando cada vez mais rápido para o garoto, eu não queria aquilo. — Na verdade era confuso. — Mas meu corpo não respondia aos meus comandos, parecia errado, mas não o suficiente.
Jungkook permanecia imóvel, talvez fosse pelo fato de que seus movimentos não fossem os corretos caso se tentasse se mover.
     Quando cheguei perto o suficiente pude perceber que o garoto estava com os olhos fechados fortemente, com a testa molhada e com os punhos cerrados.

— Jimin, vá embora! — Sua voz saiu fraca e abafada pela sua mão que tentava impedir de me sentir. — Sério, por favor!

— Eu não quero! — Disse, aproximando-me e tocando seu peito. — Eu quero você, Jungkook. — Aquilo saiu provocador.

Por favor, Jimin! — Soou mais como uma súplica.

     Então encostei meu corpo no dele e lacei meus braços no pescoço do maior. Totalmente em transe.

— Você realmente está pedindo. — Disse o moreno agora com a mão na minha cintura, forçando-me contra o seu corpo, ele parecia não se controlar mais, seu gestos eram reprovados por sua mente mas seu corpo não obedecia mais a razão. Assim como o meu. — Não reclame quando eu estiver te fodendo! — Disse beijando meu pescoço e eu fechei os olhos, sentindo seus toques fortes na minha coxa, eu estava pronto para me entregar a ele.

Nããão! — Disse uma voz grave vinda do fundo de uma das casas. — Saia daqui! — Um garoto alto, de rosto esguio e cabelos loiros ordenou com uma voz tão autoritária que me vez recuar de Jungkook.

     Por um momento eu retomei de volta o controle, obedecendo o garoto e sair, mas Jungkook agora me segurava pelo pulso.

— Sai daqui você, Taehyung! — Berrou o outro alfa. Eu tentava me desvencilhar de Jungkook mas o mesmo não deixava. — Você é tão... gostoso, Jimin! — Sua voz estava mais rouca e estridente, seu corpo me transmitia uma calor tentador.

     Eu não sabia o que fazer, dois alfas aqui tão perto. Não pude deixar de notar que Taehyung também tampava a respiração com o braço.

Vá, Jimin! Rosnou entre os dentes o tal Taehyung no momento em que pulou em Jungkook me livrando de suas mãos.

     Eu obedeci e corri para minha casa. Quando cheguei no meu quarto, tranquei a porta e sentei na cama, eu estava com os nervos à flor da pele, estava envergonhado, com medo e mais um turbilhão de sentimentos. — Deveriam ter me dito que a casa do tal amigo de Jungkook ficava apenas umas cinco residências daqui.
     Eu mesmo cedi aos meus hormônios e as minhas vontades, mas Jungkook parecia o homem perfeito para mim, eu apenas queria-o bastante mas não sabia se isso era apenas algo carnal. Dentre meus devaneios acabei adormecendo na cama.

Fim do capítulo

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