Casados na maldição

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Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!! Ou seria menos um?

Reflitam...

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A informação era tão densa, que Shino desistiu de tentar processá-la. Era um homem prático, preferiu focar nas prioridades. E uma delas era cuidar do garoto-shifter. Com cuidado, tanto pelas mãos queimadas e pulso ferido, quanto pela fragilidade alheia, o pegou nos braços e o levou para o quarto de Shibi, onde o colocou sobre a cama.

— Onde estão suas roupas? — perguntou.

— Não tenho. Faz tempo que estou na forma shifter...

Shino suspirou, resignado. Foi até o próprio quarto e vasculhou em suas coisas. Pegou uma das camisetas, que por sinal era como todas as que usava: um número grande. E encontrou um short velho de quando era mais jovem. Aproveitou para passar unguento nas mãos feridas e cobrir as palmas com gaze, para que pudesse movê-las com mais liberdade. Também tratou da mordida no pulso que já tinha parado de sangrar.

Ao voltar para o quarto, parou alguns segundos sob o batente da porta, reorganizando a mente. A história sobre a maldição e a coleira era de arrepiar. Precisava tomar cuidado com as palavras; pois, se fosse verdade, estaria fazendo Kiba agir contra a vontade sem querer!

— Posso ajudá-lo a se trocar? — perguntou ainda no mesmo lugar — Ou prefere recuperar um pouco do chacra e se vestir sozinho?

Kiba virou o rosto na direção dele, analisando a situação. Claramente não esperava uma oferta daquelas e não soube como reagir nos primeiros instantes.

— Pode me ajudar — cedeu — Seus insetos acabaram com a minha energia, cara. Tenha piedade da próxima vez!

Enquanto entrava no quarto, Shino respirou muito fundo para poder segurar a resposta que veio a ponta da língua. Ao invés de prolongar a discussão foi tirar o casaco que cobria Kiba e vesti-lo, tendo que fazer tudo basicamente sozinho já que o outro mal conseguia se mover. Tentou o possível para agir de modo delicado e sem afetação. A situação era constrangedora por si só. Desse modo notou que a pele do pescoço dele tinha marcas de queimadura similares às da palma de suas mãos. Precisaria passar pomada para tratar do ferimento.

— Vou preparar alguma coisa pra você comer. Depois conversaremos melhor — não era como se pudesse cumprir sua intenção inicial de jogar o shifter na rua. Ainda mais naquelas condições. Tampouco temia algum tipo de ataque ou agressão.

Kiba não disse nada. Apenas assistiu o mago levantar-se e caminhar até a porta.

Como se lembrasse de algo, Shino virou-se e o analisou por breves segundos.

— Não precisa segurar o choro. Mesmo se for de raiva contra mim, pode deixar as lágrimas rolarem — disse e saiu do quarto, sem querer comprovar se sua sugestão/ordem seria seguida ou não.

Foi direto para a cozinha. Não tinha muita coisa na geladeira, já que passou um tempo significativo viajando. Então resolveu procurar na estufa se ainda tinha algum legume elfico não devorado pelo invasor. Encontrou alguns rabanetes, batatas e cenouras. O suficiente para preparar oden com o tofu e os ovos que restavam na geladeira.

Descascou os alimentos e os colocou para cozinhar com uma sensação tão estranha, como se estivesse em algum tipo de sonho ou pesadelo, que só desapareceu quando ele pegou o celular e o colocou em um suporte sobre a mesa, discando para Ino em seguida.

— Yo!! — a mulher soou animada assim que a vídeo chamada foi atendida. Sorria tanto com os lábios quanto com os olhos — Tudo bem, Shino?

— Não tão bem quanto eu gostaria — o rapaz respondeu sucinto

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