Elos - A Jornada de Aziel

O Segundo Encontro!?

Eu não sabia bem como seria o primeiro dia de aula, mas estava tão ansiosa que não consegui pregar os olhos até pelo menos o dia começar a raiar, bem, pelo menos eu achava que ele estava raiando, por quê no segundo seguinte, apenas uma piscada depois, ele já estava alto. Levantei num pulo e comecei a me arrumar, olhei para o celular que não havia despertado e me perguntei se havia esquecido de colocar o alarme. - Droga! Perdi a primeira aula...

Eu ainda me sentia um pouco estranha por causa do que havia acontecido no dia anterior e pra piorar eu ia chegar atrasada no primeiro dia de aula. O que faltava me acontecer?

Sem querer pensar muito sobre minha maré de azar repentina, me arrumei o mais rápido que pude, coloquei água e comida pra Xou, e peguei qualquer coisa na geladeira para comer no caminho. Eu tinha pensado em ir caminhando para a universidade, mas eu estava muito atrasada então desci até a garagem particular do prédio e achei a vaga VVIP que estava reservada para mim, e encontrei o carro que a doutora havia me dado de presente, e era nada menos que um Porsche Panamera vermelho, para chamar "pouca atenção". Eu quase soltei um grito, afinal, como eu poderia passar despercebida com um carro daqueles?! Não havia tempo pra se quer pensar em pegar um taxi, eu estava muito atrasada, então entrei no carro, joguei a mochila no banco do carona e torci para que os céus me ajudassem a chegar a tempo da segunda aula, por quê o trânsito não iria.

Felizmente não peguei engarrafamento e cheguei na universidade sem muito alarde, e já que as aulas haviam começado não tinham muitos estudantes para ver a minha chegada, e isso me deixou aliviada. Resolvi dar uma volta no prédio e para minha surpresa acabei vendo algo que achei muito improvável. Da janela do segundo andar, dava para ver a praça onde estudantes estavam, alguns sentados, outros conversavam em pé, e ainda outros estavam deitados na sombra das árvores, era uma cena relaxante com a qual eu havia sonhado várias vezes, a típica vida universitária dos filmes. Eu estava perdida em pensamentos, mas então eu senti que alguém estava me observando e instintivamente eu olhei nos olhos que me observavam na sombra de uma grande árvore que parecia ser centenária, e eram olhos que eu não poderia esquecer, era o mesmo cara do parque central que eu tinha visto no dia anterior, mas não podia ser, ele estudava na mesma universidade que eu, todo tipo de pensamento passava pela minha cabeça, e novamente eu não conseguia desviar o olhar do dele, eu sentia como se tivesse em órbita, e a cada passo que ele dava para longe da sombra da árvore eu dava um para perto da janela até estar quase me debruçando nela. Ele ainda não tinha desgrudado os olhos de mim e agora já estava perto das escadarias e eu me dei conta do que eu estava fazendo e simplesmente corri da janela como a louca que eu parecia ser. Eu estava tão envergonhada, o dia anterior tinha sido muito estranho, mas encarar o cara por mais de dois minutos já me tornava uma louca completa. Eu não estou na procura de um namorado nem nada do tipo, então porque eu encarei ele como uma maluca?

Tentei colocar os pensamentos no lugar enquanto ia em direção a sala da minha próxima aula, parei na porta e olhei cuidadosamente para meus novos colegas, eu esperava fazer amigos e aprender bastante, dei um sorriso triunfante e entrei, mas enquanto fazia isso, senti que entre um grupo de pessoas uma pessoa estava me olhando o tempo todo, fingi não ter visto e me dirigi para a mesa mais próxima do quadro e então dei uma pequena olhada para o grupo de pessoas, que conversavam despreocupadas, e ele estava lá me olhando, seus olhos estavam vidrados em cada movimento meu, ele estava me observando como se me analisasse, e eu fiz o mesmo.
Comecei com o olhar bem crítico, que logo desapareceu em seus cabelos dourados, a moldura do rosto parecia ter sido esculpida por artistas de séculos passados, mas o que se destacava eram as sobrancelhas uns tons mais escuros que o cabelo e contrastavam com os olhos que pareciam não saber decidir se eram azuis, ou verdes, talvez fossem das duas cores. Acabei olhando para seus lábios que se abriram num sorriso incrível que ele deu para uma piada que alguém na roda de conversa soltou, então eu voltei a olhar para seus olhos e ele não havia desgrudado de mim em nenhum momento e eu desviei o olhar. O que está acontecendo comigo hoje?