- Papai, mamãe! – Brariana gritou pelos pais, ao ver da janela, o carro dos seus tios mais queridos se aproximando. – O tio Lu e o tio Távio estão chegando.
A menina correu pela sala, escancarou a porta e ficou esperando a chegada dos dois.
O carro freou de maneira brusca na porta da casa dos Brandão Benedito e Otávio saltou do carro com um sorriso enorme no rosto, e Luccino com um ar assustado.
- Viu só, Luccino? – Ele comentou animado. – Não fui tão mal.
Luccino o encarou de olhos arregalados.
- Otávio, você quase subiu na calçada, Otávio. - Disse o mecânico, deixando a cesta de piquenique dentro do carro.
- Mas não subi. – Otávio empinou o nariz, deixando o bigode em evidência. – E olhe quem vem lá.
Brariana vinha correndo, rindo, com os pais logo atrás dela, os três com enormes sorrisos nos rostos.
- Tio Lu! – A pequena pulou no colo de Luccino. Ele a abraçou com força e deu um beijo na testa da menina.
- Minha pequena motociclista! – Luccino ria, de modo tão infantil quanto ao da criança.
- Tio Távio. – Assim que Luccino a pôs no chão, Brariana correu para o seu outro tio, abraçando seu pescoço com força e recebendo dele um beijo na bochecha que a fez rir. – Seu bigode, tio Távio. Faz cosquinha.
- Como vai a melhor esgrimista-mirim de todo o Vale do Café? – Perguntou Otávio, colocando-a no chão.
- Estou bem. – Ela voltou para perto dos pais, que haviam cumprimentado Luccino e agora seguiam para cumprimentar Otávio. – O sr. e o tio Lu não vieram aqui essa semana.
- Desculpe, pequena. – Respondeu Luccino. – Estávamos muito ocupados esses dias.
- Vamos entrando. – Disse Brandão, animado. – Daqui a pouco teremos de sair.
- Meus amigos, - Disse Mariana, que carregava a pequena Brariana e seguia entre Luccino e Otávio. – Por favor, não passem tanto tempo assim sem virem aqui. Não é só a sobrinha de vocês que sente saudades.
Luccino apertou de leve o ombro da melhor amiga.
- As máquinas de café andam de vento em popa, Mariana. – Falou Luccino com um sorriso animado, querendo se desculpar. – Meu irmão e Camilo sempre chegam cheios de ideias.
- E o quartel, minha amiga. – Continuou Otávio, sacudindo a cabeça, demonstrando cansaço. – Você deve imaginar o caos que está no lugar, pelo o que o coronel deve comentar. Agora que Randolfo tirou alguns dias para ficar com a família, estou tendo que trabalhar dobrado com a chegada dos novos recrutas.
- O importante é que agora vocês estão aqui. – Mariana sorriu. – Essa pequena aqui perguntava por vocês todos os dias.
Brariana deu um forte aceno com a cabeça para indicar que era verdade, o que arrancou risos dos tios e da mãe.
Ao entrarem na casa, a menina foi logo puxando os tios pelas mãos e os colocando sentados no sofá.
- Tio Lu, tio Távio, sabem que dia é hoje? Sabem?
Luccino piscou discretamente para Otávio.
- Ora, claro que nós sabemos, pequena. – Respondeu Luccino. – Hoje é sábado.
- E....? – A menina esperava uma continuação.
- E....? – Otávio olhou para ela, coçando a cabeça, fingindo estar confuso.
- Vou dar uma dica. – Disse a menina com um sorriso, sem nunca se abalar. – Hoje é um dia MUUUUIIIIITOOOOOOO especial.
Luccino fingiu pensar.
- Um dia MUUUUIIIIITOOOOOOO especial? – Perguntou ele. – Não sei.
Mariana e Brandão riam da expressão da menina.
A menina se virou para Otávio.
- O sr. sabe que dia é, não é, tio Távio?
Otávio deu um aceno de negação.
A menina cruzou os braços e se jogou no sofá.
- Desisto. Os dois são péssimos em adivinhação.
Os quatro, seus pais e seus tios, gargalharam.
- Esgrimista, você achou mesmo que seu tio e eu esqueceríamos do aniversário da nossa sobrinha mais querida? – Disse Otávio, abraçando a pequena.
- Jamais, minha pequena. – Luccino beijou o topo da cabeça da garota. – Você sabe o quanto é importante para nós.
A menina riu, feliz por eles terem se lembrado.
- Me enganaram direitinho. – Ela ainda ria. – No próximo ano, serei mais velha e mais esperta e não cairei nisso. Mas se vocês sabem, onde estão meus presentes?
- Será que devemos entregar os presentes à essa pequena aniversariante agora, Otávio? – Luccino perguntou.
- SIIIMMM! – Brariana gritou animada, olhando para o tio. - Por favor, tio Távio.
- Claro, meu amor. Estão no carro. Vou lá buscar. Só um momento.
Otávio correu até o carro e voltou trazendo duas caixas, colocando-as em cima da mesa de centro em frente à menina.
- Aqui estão, pequena. Meus parabéns!
- OBA! – Ela olhou para os pais. – Posso abrir?
Mariana e Brandão assentiram e ela correu para a primeira caixa. Dentro dela havia uma roupa. Uma miniatura completa da roupa usada pelo tão famoso Motoqueiro Vermelho. Com direito à óculos de proteção, capacete e ao pano vermelho.
- Mamãe, olha. Olha, papai. – Ela estava radiante. – Agora eu posso ser uma verdadeira motociclista. Obrigada, tios.
- Daqui há mais alguns anos, minha filha. – Disse Brandão, gargalhando.
- Será a melhor motociclista que essa família já viu. - Concordou Mariana.
Ela correu para abrir a outra caixa.
Também havia uma espécie de roupa, mas bem diferente da de motociclista. Era um equipamento de proteção completo de esgrima. A menina adorava assistir aos tios treinando a arte da esgrima e se sentia fascinada.
-TIOS! – Ela gritou. – Obrigada, MUITO MESMO. Agora posso ser uma motociclista e esgrimista. – Ela tirou a pequena espada feita de madeira e sem ponta que acompanhava o equipamento de esgrima e a empunhou, ao mesmo tempo que colocava o capacete de couro na cabeça, que era vários tamanhos maior que ela.
- Você poderá ser o que você desejar ser, meu amor! - Respondeu Mariana.
A família ria com a felicidade dela pelos presentes. Mas a felicidade da menina não era apenas pelos presentes, mas, também, pelo fato de saber e se sentir amada pela parte mais íntima da sua família.
YOU ARE READING
E no fim será Lutávio...
RomanceEssa fic se passa cinco anos após o casamento de Mariana e Brandão e do romance entre Luccino e Otávio. Ainda não sei quantos capítulos serão, depende de como a fic se desenvolverá. Espero que gostem...