↬three

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— Jungkook?

Abro os olhos devagar e pisco algumas vezes seguidas para que minha visão se acostume com a luz pálida do local.

— Oi, Tae - sorrio pequeno ao reconhecer seus cabelos acastanhados.

E tudo vem à tona.

Por quanto tempo eu dormi? Como Jimin está?

— Ele acordou?

Tae balança a cabeça negativamente.

Meu olhar segue até o relógio de parede. Passam das oito horas da manhã.

— Você não dormiu por tanto tempo, e, de qualquer forma, não teria perdido muita coisa por aqui - ele sorri, e eu retribuo.

Admiro isso em Tae.
Mesmo com notícias ruins como esta de Jimin, ele vai continuar positivo.

O vi realmente triste apenas uma vez durante estes anos, quando seu gatinho Aiko morreu.

Morte

Isso sim é um assunto que, se consegue mexer com o humor de Tae, poderia mudar qualquer um.

Eu, particularmente, nunca perdi um animalzinho, um amigo, conhecido ou familiar próximo.

Pensando nisso, eu não podia imaginar em como seria se Jimin se fosse.

Há horas nenhum médico aparece.
Teria acontecido algo?

Não
Eu não podia pensar assim

Jimin está bem, claro que está

Ele é muito cabeça dura para ir assim

Esse pensamento me faz sorrir pequeno em meio a um suspiro.

Olho para Tae concentrado em uma das revistas dos montinhos que ficavam sobre as pequenas mesas daquela sala.

— Tae, você pode ir. Eu fico aqui com Jimin

— Não, Kook.

— Vá e descanse um pouco. Você não dormiu até agora

— Não se preocupe, Jimin é mais importante no momento. E mesmo se eu fosse, não ia conseguir pegar no sono.

Balanço a cabeça positivamente e sinto o braço de Tae circular meu pescoço.

Tae, como disse, não media esforços por mim, mas faria qualquer coisa por Jimin também.

Depois que saímos do colégio e entramos na faculdade, Jimin resolveu se mudar e morar sozinho.

A mãe dele foi um pouco contra a ideia porque ela sempre foi muito protetora, e ficava preocupada em não poder tomar conta do filho e nem estar tão perto dele, embora ela quem estivesse doente.

Mas Tae, o mais responsável de nós, prometeu a ela que cuidaria de Jimin e que sempre o faria mandar notícias.

Poucos meses depois, em decorrência da doença, ela faleceu. E então Tae passou a ser o novo porto seguro de Jimin e a cuidar dos machucados dele no lugar de sua mãe.

E eu sabia que, por esse sentimento de proteção, Tae não ia sair deste hospital antes que Jimin acordasse.

Eu já podia sentir algumas lágrimas descendo por meu rosto.

— Ei, cara, vai ficar tudo bem - Tae me aperta em seus braços.

Por que não passa nem mesmo um médico por aquela maldita porta?

Eu quero poder saber como está Jimin, poder vê-lo, abraçá-lo.

E me sinto inútil por não poder fazer nada que possa ajudá-lo.

Tudo o que me resta é me juntar a Tae e reforçar a corrente positiva aqui, do lado de fora.

— Eu sei, claro que vai...

For You, My Love {Jikook-concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora