↬two

23 2 2
                                    

— Onde ele está? - entro apressado na recepção do hospital.

— Se acalma, Kook - Taehyung põe a mão sobre meu ombro.

Aperto os olhos e respiro fundo.

— Estamos procurando por Park Jimin - Tae fala com uma mulher que veste roupas claras e tem o cabelo preso em um coque alto. Chaeyoung. É o que está bordado em um dos bolsos do que parece ser seu uniforme - Nos disseram que ele estava sendo levado para a emergência...

— Sim, ele chegou há pouco mais de quinze minutos. Qual o nome de vocês?

— Jeon Jungkook e Kim Taehyung - ainda é Tae que fala com a recepcionista, que digita freneticamente no computador a sua frente.

— Aqui estão seu adesivo de identificação. Permaneçam com ele enquanto estiveram aqui. Podem seguir até o final deste corredor, vocês chegarão à sala de espera - ela termina com um sorriso amigável.

Apenas assinto.

Sigo a passos lentos até uma espaçosa sala, com cadeiras e poltronas por todo lado, e Tae logo atrás de mim.

Não pensei duas vezes antes de telefonar para Tae, e de qualquer forma, ele é a única pessoa com quem poderia contar.

O conheço há mais tempo até do que conheço Jimin, que chegou no ensino médio.
Nos conhecemos na oitava série, quando mudei de escola.

No almoço de um dia ainda das primeiras semanas de aula, por algum motivo, ele parou ao meu lado e perguntou:

— Tem alguém sentado aqui? - disse apontando para o lugar vazio ao meu lado. Eu lembrava de tê-lo visto em uma das aulas que tivemos mais cedo.

— Ahn... estou esperando por alguém, na verdade..

— Não minta para mim, Jeon Jungkook.

E descobri que daquele dia em diante, não poderia mais esconder nada dele, e em troca, ele não media esforços por mim.

Quando liguei, ele me mandou permanecer exatamente onde eu estava. Mesmo atordoado, apenas o fiz, afinal mais um acidente só iria piorar as coisas. Em menos de vinte minutos depois, aqui ele estava para nos levar até Jimin.

Jimin...

Lembro-me das crises de ciúme dele no início do nosso relacionamento, quando eu estava com Tae.

Não acostumado com a nossa amizade, Jimin tava sempre com um pé atrás. Mas, algum tempo depois, por mais qus Jimin tentasse permanecer a certa distância, Tae era muito mais simpático do que ele poderia aguentar e eles acabaram por se tornar amigos também.

E nos tornamos "O trio", como éramos conhecidos por todos.

Nós costumámos nos encontrar às sextas-feiras e fazer de tudo e mais um pouco: desde de nos reunirmos na minha casa para assistir a um filme qualquer, até encher a cara em algum bar de segunda.

E hoje, sexta-feira, como costumava ser, estamos aqui reunidos.

— Parentes de Park Jimin? - sou tirado de meus pensamentos por um homem não muito mais velho, que usa um jaleco branco, se aproximando.

Pulo da poltrona onde me encontrava presumindo que seja um médico.

— Sim, somos nós.

Percebo que do corredor, um outro homem, este fardado, o acompanha, e eles param próximos a nós.

— Senhores.. Kim e Jeon - ele passa os olhos rapidamente por nossos adesivos de identificação - sou o doutor Koo Junhoe e este é o policial Jin Hwan.

O policial nos comprimenta com um aperto de mão e é ele o próximo a se pronunciar.

— No momento ainda estamos com investigações para ter certeza de todas as nossas previsões, mas tudo indica que o senhor Park Jimin estava sobre o limite da velocidade em uma estrada aos arredores da cidade - ele fala pausadamente e com certo cuidado a cada palavra. Agradeço mentalmente por isso - E, ao tentar desviar de um carro e evitar uma possível colisão, acabou subindo na calçada e seu veículo capotou.

Engulo em seco e balanço a cabeça positivamente algumas vezes em sinal de entendimento, embora, na minha cabeça, nada disso possa fazer sentido, nem ser real.

— Ele chegou ao hospital com os sinais vitais bem fracos, e precisou de uma cirurgia urgente para a retirada de uma ferragem que perfurou seu estômago. Ele vai permanecer na emergência até que ele responda melhor aos exames ou até que o relatório de suas fraturas seja concluído. Isso é tudo, por enquanto.

— Claro, obrigado - Tae responde

Eu novamente não consigo dizer uma só palavra.

Me afundo na poltrona com as mãos sobre o rosto e permaneço assim por um bom tempo até sentir-me dominado pelo cansaço e adormeço ali mesmo.

For You, My Love {Jikook-concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora