A História de Jason, o Sapo - Releitura infantilizada por Sythia Lyi

Capítulo 1

 Era uma vez, em uma pequena vila na distante ilha de Amphibia, um sapo chamado Jason. Ele havia nascido e crescido lá e ninguém conhecia o lugar melhor do que ele, nem mesmo o conselho das salamandras anciãs que governavam a ilha desde que ela era apenas um montinho de areia.

Ao invés de sair para beber lean e dançar trap em festas na lagoa como os outros sapos da sua idade, Jason passava suas noites trabalhando na biblioteca pública da vila - por opção, não por necessidade. Ele não partilhava do amor que os outros jovens tinham por Sappa Moreira e anarco-anfibialismo, preferindo passar suas noites em silêncio, deleitando-se com o cheiro de livros antigos e prateleiras empoeiradas. Ele apreciava a solidão, e por isso mesmo escolheu o turno da noite, no qual ele podia se ocupar inventando novas maneiras de organizar seus romances favoritos ao invés de ter que atender visitantes inconvenientes, afinal de contas, ninguém vinha a biblioteca no meio da madrugada. Talvez seja por isso que ele ficou tão surpreso quando, em uma noite de trabalho qualquer, ouviu uma voz estridente chamar por ele.

-Ola? - O som vinha do outro lado do recinto, e por mais que em um primeiro momento ele isso tivesse sido causa de estranhamento, logo assumiu que devia se tratar de alguém procurando entretenimento na calada da noite.

-Posso ajuda-la? - Perguntou ele, posicionando a pilha de livros que segurava no chão para procurar a dona da voz.

Ao virar o corredor, deu de cara com uma perereca sorrindo para ele de orelha a orelha.

-Ola! - Disse ela pela segunda vez - Eu sou a nova bibliotecária que vai dividir o turno da noite com você! Te avisaram sobre mim, não é?

-Avisaram.

Não tinham avisado.

-Meus Deus! - Exclamou ela - Onde estão meus modos? Meu nome é Rã-punzel, mas meus amigos me chamam de Rã...Ou pelo menos chamariam, se eu tivesse amigos.

-Seu nome é Rã...a perereca?

Isso fez com que ela desse uma risadinha aguda.

-Meus pais tem um senso de humor questionável - Explicou ela, como se achasse a ironia do apelido a coisa mais engraçada do mundo - E você é...?

-Jason - Se apresentou de forma direta, sem saber direito como agir frente a intensidade da nova colega de trabalho.

-Muito prazer Jason! - Respondeu animadamente, estendendo a pata da dianteira para que ele apertasse.

Jason a achou irritantemente simpática, e concluiu que tudo de seu olhar otimista até sua voz estridente indicava que suas noites de tranquilidade haviam chegado ao fim.

-Vem comigo - Pediu ele, em meio a um suspiro - Eu vou te mostrar o lugar.