11°Capítulo

38 9 15
                                    

Malea

Eu ainda não conseguia acreditar no que os meus olhos viam.

Axel estava agora a minha frente,me olhando intensamente.Tentei sair dos seus braços que me apertavam,possessivamente,mas não consegui.

Não só porque os seus braços não afrouxavam o aperto,mas também porque os meus pés pareciam estar colados ao chão.

Ele estava tão diferente.

A barba havia crescido,mas não tanto,dando-lhe um ar mais maduro,ele estava mais claro,o cabelo estava meio grande e os seus olhos estavam mais escuros do que antes.

Já não havia brilho nenhum neles.

-Ax-el...-Eu disse,com a voz falha,quando ele aproximou o meu corpo do seu e cheirou o meu pescoço.

-Uhm,Malea...-Ele murmurou e eu tremi da cabeça aos pés.Os pelos de todo o meu corpo se eriçaram.

Pousei as mãos sobre o seu ombro e a sua nuca.Cheirei o seu perfume e senti o meu coração acelerar,à ponto de doer.

Não,Malea!!!

Acordei do transe onde ele me colocou e empurrei-o.Corri até ao banheiro da casa e tranquei a porta.

Nem sei como é que achei o mesmo.

Lavei a cara e me olhei ao espelho.Eu estava pálida demais,parece até que eu tinha visto um fantasma.

Agora já entendo de onde é que eu conheço a tal de Lani.Ela é a Khelani,irmã de Axel.

Tive tantos sinais,tantos avisos para voltar para casa,mas não percebi.

Eu tenho de sair daqui agora.Eu não posso ficar no mesmo ambiente que Axel.

Eu não vou aguentar...

Suspirei e abri a porta,preparando-me para sair,mas senti o meu corpo ser empurrado para dentro,com gentileza.

Ouvi o clique da porta e apertei os olhos,já sabendo quem é o responsável.

-Abre os olhos,Malea!-Ele disse,impaciente.

Neguei.

Senti a sua respiração na minha testa,mas não me atrevi a abrir os olhos.Axel levantou o meu rosto com o dedo e prendeu a sua mão à minha cintura,colando os nossos corpos.

Pousei a mão sobre o seu peito,sentindo o seu coração bater na minha mão.

Axel beijou as minhas pálpebras e desceu até o meu pescoço.

Arfei,ao sentir os seus lábios deixando pequenos beijos sobre o meu pescoço.

-Abre os olhos,Malea!-Ele repetiu e eu voltei a negar,também.

Axel continuou com a tortura.

Ele me empurrou e senti as minhas costas baterem na parede.Axel pousou as duas mãos sobre a minha cintura e começou a fazer uma pequena massagem,enquanto beijava o meu rosto inteiro.

-Axel,para,por favor...-Eu implorei,fraca.As minhas pernas estavam bambas e se ele não estivesse me segurando,eu teria caído.

-Abre os olhos primeiro!-Ele determinou e eu voltei a negar.

Eu não queria abrir os olhos,não queria que isso tudo se tornasse realidade.

-Então...-Senti a sua mão direita descer da minha cintura até a minha coxa e subir pela mesma,dentro do vestido.

Quando ele estava prestes a chegar até a minha roupa interior,parei-o com a mão.

Abri os olhos e encarei os seus olhos verdes.O seu olhar intenso,me fez estremecer.

-Agora,podes deixar-me?-Perguntei,baixo e ele negou.

-Senti a tua falta...-Ele confessou,num sussurro,ao meu ouvido.

-Eu não!-menti e desviei o olhar.

Ouvi o seu riso,baixo e rouco no meu ouvido e olhei para ele.

-Eu sei que sentiste a minha falta!-Ele disse e colou os lábios nos meus.

Sério que eu tentei,mas eu não conseguia afastar os meus lábios dos dele.Parecia que tinha uma força eletromagnética que me impedia de nos afastar.Eu era tão viciada no beijo do Axel,que apenas um selinho,já me enlouquecia.

Uma das suas mãos afundou-se no meu cabelo e puxou-o levemente,fazendo-me arfar.A outra me pegou firme na cintura,como se para que eu não fugisse.

As minhas mãos passeavam nos seus abdominais sobre a camisa preta e revezavam entre o seu pescoço e a sua nunca.

Em um impulso,Axel levantou-me,me fazendo prender as pernas à sua cintura.

As minhas mãos foram para debaixo da sua camisa,me dando o previlégio de sentir a firmeza do seu peito.

Os seus lábios desceram até o meu pescoço,deixando beijos e lambidas no mesmo.

-Agora achas que eu estou pronta?-Perguntei,em meio aos suspiros.

Ele interrompeu o beijo e fez-me descer do seu colo.Eu não queria mas tinha que ser.Nós não éramos bons um para o outro.

-Ainda não,mas em breve,isso tudo será teu!-Ele disse,fazendo menção ao seu corpo.

Suspirei e endireitei a minha postura.

-Isso não vai acontecer,Axel.Acabou,nós não podemos.Tu és...-Eu parei,não conseguindo soltar as palavras,de uma forma que o magoasse menos.

Senti as suas mãos prenderem os meus pulsos.

-Eu sou o quê,Malea?-Ele aproximou-se,colando os nossos rostos.-Ahm?Doente?-Ele perguntou e eu assenti,relutante.

Ele fechou os olhos,por um tempo e suspirou,antes de abrí-los.

-Tu és a minha doença!-Ele declarou e eu senti o meu coração acelerar.-E eu não quero tratá-la.Quero que ela me faça sofrer,me torture,me dilacere e me mate aos poucos,mas que sempre esteja aqui...-Ele finalizou e eu senti os meus olhos arderem.

-Axel...-Murmurei e ele sorriu,fraco.

-Não me deixes,Malea!-Ele suplicou.Pela primeira vez nessa noite,vi algo nos seus olhos.Medo.-Eu amo-te tanto,princesa!-Ele disse,com os olhos crispados,como se essas palavras lhe doessem.

Peguei no seu rosto,com as lágrimas já tomando conta dos meus olhos.

-Eu também te amo,Axel...-Eu admiti,dolorida.

O meu coração doía.Tudo em mim doía.Eu não queria,mas eu o amava de mais.Eu já tentei de tudo,mas eu não consigo evitar esse amor,destruí-lo...

Mas eu tinha que afastá-ló.Não me fazia bem.Não nos fazia bem.Matava-nos aos poucos e afastava de nós todos os outros que nós amávamos.Cegava-nos de tudo o que era certo,nos fazendo viver do errado.

Eu não podia viver assim.Eu tinha sonhos e uma vida.Não podia simplesmente deixá-la para me atirar de cabeça.

-Eu não posso,Axel.Desculpa...-Eu empurrei-o e afastei-me limpando as lágrimas.

Saí do quarto de banho,ouvindo-o chamar,mas não voltei atrás.

Procurei pela Kénia e encontrei-a a conversar com o barista de há pouco.

-Kénia,vamos!-Eu disse,ao chegar ao lado dela.

-Onde é que estavas?Estás a chorar?-Ela questionou-me e eu passei a mão pela cara.

-Não,só vamos embora,ok?-Eu disse,impaciente e ela assentiu.

Despediu-se do barista e nós fomos embora,rumo à casa.

LovesickOnde histórias criam vida. Descubra agora