21° Capítulo

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Malea

-O que fazes aqui, Axel? Como é que me encontraste?-Pergunto, ainda em pânico por ver o homem à minha frente.

Nunca pensei que Axel seria capaz de vir ter comigo, apenas porque eu não atendi às suas chamadas naquela hora tão inapropriada, e ainda mais, nunca imaginaria que ele seria capaz de encontrar-me aqui nesse fim de mundo.

-É assim que tu recebes o teu namorado?-Ele pergunta seriamente e eu sinto o meu corpo todo estremecer pelo seu tom quase ameaçador.

Fico alguns segundos parada a observá-lo e antes que eu pudesse raciocinar, sou puxada contra o seu corpo forte e os seus lábios carnudos entram em contacto com os meus. No primeiro momento eu não consigo reagir, mas logo depois acordo do meu pequeno transe e coloco a minha mão na sua nuca, retribuindo ao beijo. Ficamos nessa durante não sei quanto tempo, mas quando lembro do facto de Axel estar aqui e da minha família estar há poucos metros de nós, eu separo-me dele rapidamente, deixando o mesmo com um olhar confuso.

-O que foi agora, Malea?-Ele pergunta baixo, porque ainda estávamos com o rosto próximo um do outro.

-O que foi agora?-Pergunto sem acreditar no quão relaxado ele estava diante dessa situação.

Desvencilho-me dos seus braços, porque só assim eu conseguiria raciocinar correctamente, e coloco uma boa distância entre nós. Conhecendo Axel como conheço, ele provavelmente voltaria a puxar-me para os seus braços e ele sabe muito bem que eu não consigo pensar dessa forma. Caminho até o baloiço onde outrora Kátia e eu estávamos sentadas, e sento-me no mesmo assento que eu antes ocupava. Axel permanece parado, com a sua postura ereta e expressão indecifrável, enquanto os seus olhos intimidantes permanecem sobre mim, acompanhando cada um dos meus movimentos.

-Como é que chegaste aqui?-Eu pergunto séria e desvio o meu olhar do seu, direcionando-o para o chão.

-Rastreei o teu telemóvel.-Ele dá de ombros, como se fosse algo simples, e eu levo os meus olhos arregalados até o homem tatuado.

-O quê? Como assim?-Eu pergunto incrédula e levanto-me bruscamente, caminhando até ele.- Axel, tu tens que parar de violar a minha privacidade!-Eu sussurro irritada, porque à qualquer momento um dos meus primos que se foi esconder poderia aparecer, e tudo que eu menos quero é ser bombardeada por questionamentos acerca do homem tatuado com quem a prima mais velha conversa.

-Tu não me atendias, Malea.-Ele diz com tédio e revira os olhos.

Eu olho para ele por alguns segundos, sem acreditar ainda que ele achava normal o facto de me ter rastreado o telemóvel, com a desculpa de que eu não atendia às suas chamadas e ainda, perplexa, por ele estar a irritar-se por eu questionar-lhe sobre isso.

Quer dizer...eu tenho todo o direito, não?

-Eu não acredito, meu Deus...-Eu murmuro com os olhos fechados, enquanto massageio as minhas têmporas. Suspiro fundo para poder acalmar-me e logo levo o meu olhar até ele.-Ok...agora diz-me, o que estás aqui a fazer?-Pergunto cansada e logo vejo Axel ficar tenso.

Ele cruza os seus braços e olha para mim seriamente, o que já começa a assustar-me. Axel nunca havia olhado para mim dessa maneira tão seriamente estranha. É como se ele estivesse...apreensivo com alguma coisa.

-Eu vim aqui para poder levar-te para a minha casa.-Ele diz e eu arregalo os olhos, confusa.

-O quê? Como assim?

-Tu corres perigo. E se continuares aqui, a tua família também estará na mesma situação.-Ele diz calmamente e eu abano a cabeça, ainda sem conseguir entender.

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