Fomos para o LolaConga, eu até que estava meia tímida no começo mais depois eu não me reconhecia! Ao som do hit Rhabo da Danúbia eu descia até o chão, esfregava a bunda no pole dance, me E S B A L D E I. encontrei até o Tarcisio, pera aí... o Tarcisio? Numa boate gay? O CEO da empresa?
- Tarcisio? O que você tá fazendo aqui?... - disse eu caindo e logo desmaiando no chão.
Quando acordei, foi uma dor de cabeça daquelas. Parece que eu tinha misturado veneno de rato com vodka! Levantei da cama e fui em direção à sala quando...
- AAAAAAH VITINHO?... TARCISIO??? - disse eu vendo os dois na hora H.
Gente, confesso pra vocês que por essa eu não esperava. Vou explicar os detalhes, o Tarcisio é gay! E estava no maior rala e rôla com o Vitinho, vocês acreditam nisso? Ainda por cima NO MEU SOFÁ e NA MINHA CASA!
Com a cara mais deslavada possível, o Vitinho explicou tudo, deu vontade de chorar vendo aquele desperdício de homem! Só pra vocês terem uma idéia, o Tarcisio é moreno, musculoso, com alguns pêlos no peito, olhos claros e grandes! Um verdadeiro Deus grego.*meu subconsciente: fala que o olho é grande mas olha é pro jubileu do rapaz né safada?
Enquanto eles se vestiam eu me sentava ainda atordoada com aquela cena em plena sete horas da manhã!
- Vitinho e seu Tarcisio me expliquem o que aconteceu aqui, AGORA!
- Eu posso explicar... espera aí, de onde tu conhece o Cisinho?
- Ele é filho do meu chefe, quer dizer EX CHEFE já que aquele velho me despediu por injusta causa!
- O meu pai te despediu? - disse ele com uma voz grossa e ao mesmo tempo afeminada.
- Depois eu explico e não fujam do assunto!... sério mesmo gente? Tinha que ser aqui? Na minha sala?
- Ei mana deixa eu explicar, ontem você bebeu três garrafas de vodka SOZINHA! E como não tinha ninguém além de mim pra te trazer até em casa, eu convidei o Cisinho que é o meu namorado pra me ajudar a te arrastar.
- Ah claro! E depois de me trazerem vocês decidiram transar até de manhã aqui, bem aqui?
- Aí Frida nem parece que tu me conhece né? Querida quando o boy é bom no que faz eu faço com ele até em cima do telhado!
- Eu não acredito que tô ouvindo isso!... bem, eu tô indo tomar um banho que caso vocês dois não saibam eu tenho uma entrevista de emprego!
Entrei no banheiro lembrando de todas as vezes que eu me imaginei casando com o "Cisinho", dos nossos filhos gêmeos, de eu rica e glamurosa às custas do trabalho dos pobres. Enfim, tudo foi pelo ralo!
Me arrumei, tomei um gole de Coca-Cola (olha o merchandisin) e fui na direção da favela, procurando a Lanchonete da Gordelícia ( bem cara de brasileiro colocar esses nomes genéricos)
Confesso que quando entrei senti meu estômago ir até a garganta, porque só Jesus salva esse lugar! Tinha gordura na parede, no chão, nas mesas em tudo quanto era lugar. A proprietária Valdéia, mais conhecida como Bujão (de onde foi que ela tirou "Gordelícia ") tinha quase dois metros de altura e era mais gorda que a vovózona. A vigilância sanitária já havia fechado a lanchonete QUATRO VEZES mas como na favela quem manda são os "trafica" ela continua por aí deixando os clientes com diabetes.
Logo me contratou, disse que era muito difícil encontrar alguém que soubesse lutar contra as ratazanas da cozinha.- Ô da de óculos, tu tá contratada mas ó se rebolar no pepino comigo... eu corto tuas 'tripa' e faço o recheio das minhas 'coxinha'!
- Ok tudo bem eu não irei vacilar dona Valdéia! E quando eu começo?
- AGORA!
- Agora? Mais já?
- É ué tu não disse que entende de conta? Vai pro caixa!
O pior de tudo é que eu não tinha nem prática com aquilo, mas não digo que foi ruim pois foi rápido o meu aprendizado naquele lugar. As horas passaram voando e já era hora de fechar a lanchonete.
- Dona Valdéia, já estou indo, já limpei as mesas, os banheiros, lavei os pratos, limpei o chão, guardei os guardanapos, preparei as massas de amanhã, e já fechei tudo! Agora eu tenho que ir.
- Espera aí 'Friba' toma isso aqui é pra tu!
- Nossa... muito obrigado. Ah, que horas eu devo chegar amanhã?
- Às cinco!
- Às cinco?... tudo bem.
Bujão foi muito gentil em me dar uma sacola cheia de empada, coxinha, pastel. Todos com gosto de câncer!
E o horário? As cinco da manhã eu devo estar no meu décimo primeiro sono. Devia ser umas sete horas quando voltei para casa. Só de imaginar que esse seria o meu trajeto todos os dias já me dava uma preocupação, afinal eu iria atravessar a Favela da Lacraia!Cheguei em casa parecendo mais um pastel, o cabelo com um cheiro insuportável de óleo e a pele? Não era suor, era gordura!
Vitinho estava em casa, dessa vez sem a presença do "Cisinho". Conversamos e ele me pediu desculpas pela confusão de hoje cedo.- VITOR !!!...eu esqueci completamente, nós não fomos visitar a Nicreuda no hospital. Vem! No caminho eu te conto como foi meu dia de trabalho.
E assim fomos, o ônibus do ponto estava meio vazio e sobravam alguns assentos, nós sentamos no fundo e aos poucos o ônibus começou a ficar cheio.
Geralmente quando é de noite ou as pessoas costumam usar fones de ouvido ou até tirar um cochilo pelo dia exaustivo de trabalho, mas o caso que o Vitinho e eu presenciamos foi muito além disso.
Uma moça entrou no ônibus, era jovem, bonita e logo ficou perto de um simpático pastor que todos do ônibus o conhecia. Rapidamente esse simpático homem começou a passar a mão levemente nas pernas da menina que todo momento mudava de posição.Eu vi aquilo e logo retirei o celular da bolsa, coloquei na câmera e passei a gravar tudo o que o pastor fazia com a menina que a essa altura já se via desesperada.
Ele continuava insistindo, sussurrando chamava ela de puta e muitos outros palavrões. De repente começou a agarrar seus seios em foi descendo em direção à bunda porém já havia chegado no seu ponto de destino. Nesse momento várias pessoas também desceram e eu aproveitei a oportunidade para falar com aquela garota.- Você está bem?... eu vi o que aquele monstro fez com você! Venha comigo eu vou te ajudar! - disse eu puxando a menina para fora do ônibus.- eu filmei tudo o que ele fez com você e isso se chama assédio sexual, você tem que procurar seus direitos!
- Não precisa... eu, eu tenho medo!
- Vamos agora na delegacia da mulher.
- Mas Frida e a Nicreuda? - perguntou Vitor
- Não vai faltar oportunidade pra gente ir visitar ela Vitinho, agora foca aqui que o negócio é sério!
Nesse momento, dois caras numa moto passaram na nossa direção arrancando a bolsa de minhas mãos e tudo se complicou pois o celular com o vídeo gravado estava dentro dela.
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A Vida Sofrida de Frida
RandomFrida sempre quis morar longe dos pais. Com 21 anos ela consegue o que tanto quer e muda de cidade. Porém sua vida vira de cabeça pra baixo e ela terá que enfrentar os problemas do dia a dia com o amigo gay Vitinho e a empregada Nicreuda. Atenção...