Melancolia

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Observou o seu rosto inexpressivo refletido no espelho. Fazia tanto tempo que não parava para observar-se... No fundo, ela não queria ver-se tal como estava: destruída, parecendo ter o rosto esculpido por um sucateiro. E os seus cabelos... Nunca os teve tão sem vida e mal cuidados.

Não era o tipo de situação que se resolveria com um bom banho, era uma dor que sugava as suas energias da alma, como aquele parasita que sugava a juventude dos bruxos sem que notassem.

Enterrou o punho no vidro, que estilhaçou-se, tentando aplacar sua fúria.

Como desejava que ele pudesse sentir a sua dor.

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